Austrália pede aos cidadãos que partilhem dados sobre a sua flatulência numa app
Num projeto curioso, a Austrália está a pedir aos seus cidadãos que acompanhem a sua flatulência e partilhem os dados numa app. Parece estranho, mas é em prol da ciência.
A Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO), principal agência de investigação australiana, está a pedir às pessoas de todo o país que monitorizem a sua flatulência durante três dias, através da app gratuita Chart Your Fart.
De modo a ajudar os cientistas a compreender a saúde intestinal das pessoas com mais de 14 anos, em todo o país, a app, que mantém o anonimato, atribuindo um código a cada pessoa, pede que os participantes registem a flatulência e classifiquem-na, com base nas suas características:
- Cheiro (de inodoro a tóxico);
- Intensidade (de silencioso a estrondoso);
- Duração (de breve a prolongado);
- Tempo que o cheiro permaneceu (de fugaz a persistente);
- Detetabilidade (de discreto a flagrante).
Este projeto nasceu de um estudo de 2021 sobre a saúde intestinal, que concluiu que cerca de 60% dos inquiridos relataram "flatulência excessiva", com quase metade dessas pessoas a dizerem que isso acontece na "maioria dos dias".
A idade, o sexo e o facto de a pessoa ter mudado a sua dieta recentemente são, também, elementos que devem ser registados, por forma a obter dados mais detalhados.
A flatulência é uma ocorrência natural e um sinal de que o nosso sistema digestivo está a funcionar como deve, para expelir o excesso de gás produzido pela decomposição e processamento dos alimentos que comemos.
Falar de dieta conduz frequentemente a uma discussão sobre o outro lado da alimentação.
Disse Megan Rebuli, dietista de investigação da CSIRO, explicando que "diferentes alimentos, condições médicas, ou mesmo como mastigamos ou engolimos podem ter um impacto na forma como o nosso corpo processa o excesso de gás, levando a diferentes cheiros, frequência ou mesmo volume".
Por sua vez, Emily Brindal, líder do projeto e cientista comportamental da CSIRO, partilhou que "a investigação é tão boa quanto os dados que temos, e queremos trabalhar com o máximo possível da nossa comunidade australiana diversificada para impulsionar a inovação na investigação sobre saúde e bem-estar e obter resultados significativos".
Queremos mostrar o potencial da investigação conduzida pelo público e pedir à comunidade que participe na definição da nossa futura ciência da saúde e do bem-estar.
Segundo a líder do projeto, a CSIRO está a contar com "o público para partilhar a sua experiência", alimentando a sua investigação sobre saúde e bem-estar, mas espera, também, que as pessoas partilhem a investigação que querem que a agência de investigação conduza.
Eu é que não me meto nisso, senão ainda tenho de pagar taxa