Apple muda de estratégia. Acabaram os anúncios antecipados de novas funcionalidades
Após os atrasos na Siri melhorada e no CarPlay Ultra, a Apple decidiu deixar de anunciar funcionalidades com demasiada antecedência em relação ao lançamento. Voltamos ao "One More Thing"?
O segredo pode ser a alma do negócio
Mudança de rumo para a Apple, que, segundo a Bloomberg, decidiu abandonar os anúncios antecipados de novas funcionalidades — a menos que estas estejam prontas para serem lançadas no espaço de poucos meses.
Trata-se de uma viragem significativa na estratégia de comunicação da empresa, que até agora habituava utilizadores e desenvolvedores a longas esperas após as apresentações oficiais.
A notícia foi revelada por Mark Gurman e Drake Bennett num extenso artigo sobre as atuais dificuldades da Apple no campo da inteligência artificial.
A decisão, segundo as informações divulgadas, surgiu na sequência do atraso da nova versão do Siri, potenciado pela Apple Intelligence, anunciada com entusiasmo durante a WWDC 2024 e posteriormente adiada sem data definida.
Outro caso emblemático é o do novo CarPlay, apresentado pela Apple durante a WWDC 2022 com o objetivo de o lançar até 2024. Também neste caso, a promessa não foi cumprida.
Só recentemente foi oficialmente anunciado o CarPlay Ultra, que estará disponível exclusivamente em alguns modelos de carros de luxo da Aston Martin, nos EUA e no Canadá.
Apple anuncia CarPlay Ultra, a nova geração do CarPlay
Com esta nova estratégia, a Apple pretende evitar criar expetativas que depois não consegue satisfazer — uma situação que, nos últimos anos, comprometeu a confiança dos utilizadores em relação a algumas novidades de software da empresa.
Apesar de a Apple ainda não ter oficializado esta mudança de postura, a fonte é das mais fiáveis do setor. E, caso a empresa adote mesmo esta estratégia, poderemos vir a assistir a keynotes muito mais concretas, com funcionalidades prontas para serem lançadas de imediato ou, pelo menos, dentro de poucas semanas.
A questão da IA nos iPhones está por resolver na UE e na China.
A Apple está com um grande problema na China, onde vende 1/5 dos iPhones – tinha negociado uma parceria com a Alibaba para para introduzir a IA, mas Trump e o Congresso podem inviabilizá-la.
Disse Raja Krishnamoorthi, um democrata de alto nível no Comité Seleto Permanente de Inteligência da Câmara, num comunicado, que: “É extremamente perturbador que a Apple não tenha sido transparente sobre seu acordo. O Alibaba é a criança de aspeto inocente que aparece na fotografia de propaganda da estratégia de fusão militar-civil do Partido Comunista Chinês, e por isso o palpite de qualquer um é que a Apple escolheria trabalhar com eles na I.A.
Há sérias preocupações de que essa parceria ajude o Alibaba a recolher dados para refinar os seus modelos, ao mesmo tempo que permite que a Apple feche os olhos sobre os direitos fundamentais dos seus utilizadores chineses de iPhone.”