Monte de roupa descartada no deserto do Chile é tão grande que já é visto do espaço
O desperdício acontece em muitas indústrias, nomeadamente, na têxtil, onde a fast fashion conseguiu lugar cativo. De tal forma, que o deserto de Atacama, no Chile, dá casa a uma montanha de roupa tão grande que já é vista do espaço.
Em 2019, o Público dizia que comprávamos cada vez mais roupa para a usar cada vez menos vezes, motivados pelos preços reduzidos e pela velocidade a que a moda nos chega - fast fashion. Na altura, e ainda hoje, a indústria têxtil era considerada uma das mais poluentes, considerando toda a cadeia de fornecimento das peças (produção, fabrico, transporte e uso).
Por ser tão fácil e barato adquirir peças novas, as descartadas também aumentam, exponencialmente. Segundo Franklin Zepeda, fundador da EcoFibra, uma empresa que tenta reutilizar os têxteis, fazendo placas de isolamento, o problema é que a roupa não pode ser enviada para aterros sanitários municipais, porque não é biodegradável e, muitas vezes, contem produtos químicos incompatíveis com o processo.
De acordo com Morgan McFall-Johnsen da Insider, todos os anos, quase 85% de todos os têxteis são descartados em lixeiras. Por sua vez, a Fundação Ellen McArthur, do Reino Unido, calculou que, a cada segundo, é queimada e enviada para um aterro sanitário roupa suficiente para encher um camião do lixo.
Conforme adiantado pela Agence France-Presse, ao Chile, por exemplo, chegam quantidades preocupantes de roupa descartada, não usada ou não vendida, fabricada no Bangladesh ou na China e enviadas para lojas de retalho nos Estados Unidos da América, Europa e Ásia.
Pelo menos 39.000 toneladas dessa roupa estavam, em 2021, acumuladas em aterros sanitários localizados no deserto de Atacama, no Chile. No dia 10 de maio deste ano, a SkyFi, responsável por uma aplicação de fotografia e vídeo por satélite, publicou uma fotografia tirada do espaço, onde se vê uma montanha de roupa descartada.
By purchasing a $44 Existing Image at 50 cm resolution, we can confirm the giant clothes pile in the desert of Chile exists and is growing. https://t.co/47SssKPdtI pic.twitter.com/RlfUSBWbu9
— SkyFi (@SkyfiApp) May 10, 2023
Segundo a Agence France-Presse, por vezes, o aterro de roupa atrai migrantes e mulheres locais, que procuram peças para vender ou mesmo vestir.
Este artigo tem mais de um ano
Imagem: AFP
Se a actividade do Homem tem impacto Climático no planeta, com certeza que tem alguma, se é principal causa não sei, pois já sabemos as mudas climáticas que o planeta terra sofreu ao longo de milhares de anos. Mas uma coisa é certa em termos Ambientais somos os culpados e estamos a destruir o planeta, basta ver as ilhas de plástico nos oceanos, aterros ao “céu aberto”, e isso devia ser suficiente para mudar comportamentos, pois sem um Ambiente que seja “saudável” e propicio a fauna e flora não prospera.
isto é tudo uma fantochada … ha milhoes de anos atras os dinosauros faziam a mesma coisa, iam a zara vestiam a roupa uma vez e metiam tudo em montes… isto sao ciclos. ja ha ainda mais anos atras as centopeias descartavam as centenas de sapatilhas da nike de cada vez … via-se quase de saturno o monte de sapatilhas. nao ha uma prova concreta de que seja o ser humano a fazer esses montes de roupa … pode ter sido o ET quando por ca andou
+1 !
É faz sentido! No fundo está tudo traquilo 🙂
*tranquilo
A maior parte vai para o inferno por isso aquecimento global é para meninos…
O número de comentadores revela o número de pessoas realmente preocupadas com o futuro dos filhos. Ninguém quer saber do futuro dos filhos. Desde que nos feicebuques façam de conta que gostam dos filhos, está tudo bem. Os problemas de fundo que lhes vão lixar o futuro todo, ninguém quer saber.
Como sabes sequer se eles têm filhos para se preocupar? dedução não basta…
Tanta reciclagem para tudo e não há reciclagem de roupa para acabar com isto ?
Porque é que a roupa teria de ser destruída? Porque não reutilizá-la ou doá-la? O motivo é simples, é mais barato descartar do que tentar reintroduzir a roupa, no circuito comercial.
Eu por exemplo quando jogo roupa ou calçado fora, o que é raro, é quando já não estão em condições de uso. Sei que há quem deite fora roupa até novo, porque “passou de moda”, mas nem toda a roupa que é descartada é boa para reintroduzir no mercado.
É muito complicado. A maioria das roupas são misturas de várias fibras sintéticas, que dificultam imenso o processo de reciclagem. A roupa de algodão é biodegradável, num aterro acaba por se degradar.
Toda aquela área inserida no círculo deve ser +/- equivalente à área de pneus que está ardendo no Kuwait, sendo que esse cemitério de pneus não deve caber em toda essa imagem. De vez em quando enterra-se tudo na areia e dá-se início a nova acumulação de pneus (roupa ou outro lixo qualquer noutro ponto do planeta) ao lado, ou por cima. Os maiores cemitérios de lixo ficam no fundo dos oceanos, desertos ou confins de países pobres, de forma que aqueles que habitam na dita “civilização” possam seguir consumindo desmesuradamente, felizes e entretidos com o circo romano.
E os pneus podem ser reaproveitados, há empresas que desfazem tudo, retiram o aço e a borracha.
O balanço é sempre muito negativo, não existem empresas suficientes para reciclar a quantidade de desperdício. Até cobre ou vidro por ex, que estarão entre os elementos mais fáceis e com isso menos dispendiosos de reciclar, e mesmo assim uma boa parte disso acaba despejado algures até que seja a própria natureza a reciclá-lo. É que nem o ouro escapa com a enorme quantidade de electrónica (com circuitos integrados) que também acaba algures numa lixeira a céu aberto. Em África muitas pessoas procuram coisas em lixeiras donde possam eles próprios extrair o que possa ter algum valor e que vão depois vender a um qualquer colector em troca duns míseros cêntimos, mas ainda assim não chega.
A grande culpa, é nossa, dos países ocidentais em que se compra roupa sem necessidade, só por moda. As mulheres então passam a vida a comprar roupas, sapatos e malas, alguma delas têm no guarda roupa peças por estrear e que nunca o irão fazer. Chega o dia que se lembram e vai metade para o lixo, porque já “passou de moda”. É preciso mudar-se as mentalidades consumistas. Eu pessoalmente vou comprando roupa à medida que alguma que já possuo se estraga.