Novo BYD TANG 100% elétrico chega a Portugal por 61 mil euros

Vítor M. says:

Apontar o dedo? Não, é constatar. Claro que podemos meter a cabeça na reia e assobiar para o lado. Mas também podemos ter uma opinião construtiva, crítica que ajude. E sem dúvida que aqui há muita culpa dos europeus, além de não terem apostado em desenvolver cá, com promessaqs de lucros maiores com mão de obra mais barata, ainda levaram a tecnologia que detinham para lá. Concordo, e vai ao encontro que o que referi.

– As pessoas têm receio porque eles não querem apostar numa nova tecnologia em que nem as próprias construtoras europeias lhes querem vender pois não lhes fornece o mesmo rendimento do que vender a mesma coisa que fazem à mais de 80 anos e se encontram completamente otimizados. E isso foi notório quando o Governo alemão em 2022 deu incentivos para a compra de viaturas elétricas mas as marcas mantiveram os preços dos seus veículos e foi só quando o Governo lhes retirou os incentivos é que decidiram no mês seguinte baixar o preço de venda porque não estavam interessados em ganhar escala ou vender carros elétricos.

Também, mas não só. Não é nas tecnologias europeias, é nos elétricos em geral. Tens de dar tempo às marcas europeias que ficaram a olhar para o sol e foram ultrapassadas pela Tesla. Mas o tempo equilibra as coisas. Sobre os incentivos… como já referi, sem eles os elétricos não tinham vendas que justificasse a sua existência. E sabes bem que em Portugal quem compra Teslas são as empresas, porque não pagam o IVA e em sede de IRC ainda têm mais benefócios fiscais (entre outros). Particulares são vendas residuais. Já a Dacia, por exemplo, tem um mercado mais abrangente, empresas, mas sobretudo vendem também a particulares. Mas o Bi-Fuel destaca-se. Sinal que os elétricos, mesmo mais baratos, ainda não são baratos.

– Muitas apostas falhadas em outras tecnologias que já provaram não ter sucesso. A Porsche investiu milhares no Chile para desenvolver combustível sintético, a VW investiu milhares em Hidrogénio, a BWM anunciou novamente uma parceria com a Toyota para desenvolver o hidrogénio, Toyota que enfrenta problemas com o Mirai. E para além disso temos a VW a investir na Northvolt e a mesma a cair porque a BMW cancelou encomendas. E já antes disso tivemos o problema do dieselgate que mancharam a reputação da marca…

Não sei se são falhadas. Para já não são a aposta corrente, mas não dou como falhadas. Até porque o sintético poderá ser uma alternativa para segmentos específicos, como os comerciais, pesados, etc… assim como o hidrogénio será uma alternativa para a área desportiva e também para transportes públicos, pesados, entre outros. Não considero isso como apostas falhadas, longe disso.

A VW… é um facto que deu grandes tiros nos pés… A Toyota continua a ter a sua ponta de razão. E por isso avançou já com o seu motor a hidrogénio, dedicado inicialmente ao desporto automóvel. É sempre uma excelente rampa de lançamento. Vamos ficar atentos!

– As empresas europeias estão em dificuldades sim por terem perdido o maior mercado do mundo mas continuaram a vender carros térmicos apenas para a Europa que cada vez mais é um oásis refém dos antigos costumes. Relembro que deixamos de vender também para a Rússia devido à guerra.

Estão porque os carros desta nova aposta, os elétricos e eletrificados, não se estão a vender como pensavam e o ROI é lento. A balança comercial não engana e sem entrada que cubra a saída… leva ao encolhimento da estrutura industrial e isso leva a despedimentos, que levam a uma menor aposta nos mercados e… num futuro… à falência. Esperamos que as marcas não cheguem lá.

A guerra foi mais um problema. Depois da pandemia, a guerra está a deixar os mercados enervados.

Sobre o mercado automóvel da Rússia, em particular para marcas europeias, sofreu um declínio significativo nos últimos anos devido a sanções económicas e à saída de muitas empresas estrangeiras após a invasão da Ucrânia. É importante referir que em 2022, o mercado russo caiu cerca de 59%, resultando em 677 mil unidades vendidas. A participação das marcas europeias foi drasticamente reduzida, com muitas transferindo operações ou sendo substituídas por marcas locais ou asiáticas.

Antes deste período, marcas como Volkswagen, Renault e outras fabricantes europeias tinham uma presença forte no mercado russo, mas o cenário mudou rapidamente, com a participação europeia reduzida ao mínimo. Atualmente, marcas locais como Lada e marcas chinesas dominam as vendas, preenchendo o vácuo deixado pelas marcas europeias. Mas… a Europa foi vítima da sua própria inércia face ao comportamento que sempre teve coma Rússia durante a presidência da Angela merkel (temos de nos lembrar que o antigo chanceler alemão, Gerhard Schröder, tem ligações fortes à Gazprom… só acasos da vida!). Puseram-nos a jeito, vá!

E para agudizar a situação os europeus também estão a perder outros mercados onde já estão a trocar para marcas chinesas tal como acontece na África, América do Norte (sobretudo no México) e América do Sul onde não possuem barreiras alfandegárias tão restritas.

Reportando a 2023, na América do Sul, as marcas automóveis dominantes são lideradas pelo grupo Stellantis, que tem consolidado a liderança na região através de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram. Em 2023, a Stellantis representou 23,5% do mercado sul-americano, vendendo mais de 878 mil veículos. Modelos populares incluem a Fiat Strada, Argo e Mobi, que figuram entre os mais vendidos em países como Brasil e Argentina.

No Brasil, que é o maior mercado automóvel da região, o grupo Stellantis obteve uma participação de 31,4%, com destaque para a Fiat Strada, o modelo mais vendido. Na Argentina, a Stellantis também liderou, com 30,9% de participação.

A Toyota, especialmente com os seus modelos Hilux e Corolla Cross, é outra marca de destaque na região, sendo a segunda mais vendida em vários mercados sul-americanos.