Acha que sabe fotografar?
A captura de fotografias está mais popular que nunca, incentivada essencialmente quer pela boa qualidade actual das câmaras dos smartphones, quer pela possibilidade de partilha rápida para o círculo de amigos nas redes sociais, mas... isso não faz de si um fotógrafo.
Há quem pense que sim, principalmente quando é aplicado um daqueles filtros que parece fazer milagres numa foto que até nem ficou muito bem, mas há muito mais além de premir um simples botão. Conheça algumas dicas que poderão ajudar a melhorar a qualidade das suas fotos.
Não há dúvida que a qualidade fotográfica dos equipamentos móveis está a melhorar a um ritmo alucinante, mas ainda estão longe dos resultados que, por exemplo, uma máquina DSLR de entrada de gama consegue obter.
Se tem gosto pela fotografia e pretende evoluir nesta área, então torna-se determinante ter em sua posse uma máquina fotográfica com mais capacidades que um smartphone, pois a "magia" está também no ajuste dos parâmetros mais avançados.
Dependendo da situação a capturar, como ajustar os parâmetros?
Para começar, digamos que esta é "uma pergunta das difíceis" já que não existe uma resposta concreta. Muitas das vezes, a solução simples para este problema passa pela simples utilização do modo automático, que é realmente muito bom e ajusta-se correctamente à maior parte das situações... digamos que é "o escape" para quem não faz ideia da influência que tem, por exemplo, o ajuste da abertura, da velocidade de disparo ou do ISO. Mas a configuração correcta destes e de outros parâmetros, na altura certa, poderá dar origem a fotografias únicas.
No site MasterFoto está disponível informação relativa a este tema, uma agenda de Workshops que poderão ser-lhe muito úteis, entre outros.
Considerando, por exemplo, a captura de fotos numa situação de acção e movimentos rápidos, é determinante utilizar uma velocidade de obturação elevada, de preferência acima de 1/500, e uma distância focal na ordem dos 55mm a 200mm. Quanto menor for a velocidade de obturação, mais luz é capturada. De igual forma, quanto menor o ISO, também menor é a luz capturada, pelo que pode "jogar" com estes 2 parâmetros dependendo da situação em que está a capturar a foto.
Para a captura de fotos numa situação de acção e movimentos rápidos, é determinante utilizar uma velocidade de obturação elevada.
Já para capturas em situações de pouca luz, é essencial estar munido de um tripé e de uma objectiva zoom. Pode fazer algumas brincadeiras utilizando uma abertura pequena do diafragma (f/10 por exemplo) e a velocidade do obturador na ordem dos 2 a 5 segundos. Quanto menor for a abertura, menor é a quantidade de luz que chega ao sensor, o que vai fazer com que a fotografia não fique clara demais devido à exposição prolongada. O ajuste da abertura também permite obter diferentes profundidades de campo, que não é mais que a capacidade de desfocar mais ou menos intensamente os objectos fora do ponto de foco.
Em situações de pouca luz, é essencial estar munido de um tripé e de uma objectiva zoom.
Pode ver aqui outras dicas e sugestões de equipamentos enquadrados para cada tipo de situação. Se ainda não tem uma máquina fotográfica Reflex, então tem aqui a oportunidade de ganhar um Kit de fotografia, com uma máquina fotográfica Reflex Canon EOS 700D 18-55 MM IS STM VUK + objectiva Canon EF 70-200mm F/4L USM e alguns acessórios como flash Canon Speedlite 430 EXII, tripé, mochila e cartão de memória. Só precisa de "tirar a foto da sua vida" e participar no passatempo.
Tem dicas simples que considera importantes? Partilhe nos comentários.
Este artigo tem mais de um ano
A afirmação está incorrecta. “quanto menor o ISO, também menor é a luz capturada”. A quantidade de luz capturada varia sim com o tempo de disparo e a abertura. O parâmetro ISO faz variar a amplificação, por via digital, do sinal em tensão recebido pelo sensor da máquina. Quanto mais se amplifica um sinal digital mais se amplifica o ruído digital desse sinal, por isso é indesejável utilizar valores de ISO elevados. 🙂
Sim é verdade, foi um lapso ao escrever. Está corrigido. Obrigado.
“Em situações de pouca luz, é essencial estar munido de um tripé e de uma objectiva zoom.”
diria antes:
Em situações de pouca luz, é essencial estar munido de um tripé e de uma objectiva com uma abertura o maior possível: < f2.8
Depende! P.Ex., para aquela imagem que aparece no artigo da estrada à noite foi tirada de certeza com uma abertura pequena (f11 ou mais). Portanto, para estas fotos não interessa teres objectivas luminosas. Além disso, é importante usar ISO baixo para evitar ruido digital.
No tempo do filme cheguei a tirar fotos à noite com exposições de 15 ou mais segundos com filme de 100 ISO. Para estas exposições o B (bulb) é muito útil.
Para fotos à noite cerrada e para fotografar estrelas, podes chegar a ter minutos de exposição (claro que aqui convém teres um tripé para astronomia com cabeça rotativa automática para acompanhar a rotação da Terra ou terás arrastamento das estrelas).
As objectivas luminosas são muito importantes para, p.Ex., fotografar concertos ou eventos onde não se pode usar flash.
Sim, mas como a frase refere – situações de pouca luz e não longas exposições, daí que acho mais apropriado referir o uso de uma lente luminosa. Situações tais como os concertos que referes, espaços interiores, etc.
é essencial estar munido de um tripé e de uma objectiva zoom? Tripé ainda compreendo, agora zoom porque? os zooms nem são as lentes, mais luminosas.
O que demanda uma lente, é o tipo de fotografia fazemos, aquilo que nos propomos a fotografar. O zoom é uma lente de conveniência, e não de uma qualidade Top, quando comparado com boas lentes fixas por exemplo. A bons zooms, claro, mas existem melhores lentes, e elas, são fixas.
Em condições normais, para a foto não ficar tremida a velocidade(1/X) deve ser sempre superior á distancia focal.
ex: Se estamos com uma distancia focal de 50mm devemos ter uma velocidade minima de 1/50 .. isto para casos que não temos apoio para a maquina e estamos a segurar com as mãos claro.
P.S. – Claro que depois entram variantes como os estabilizadores .. bla bla bla.. mas esta dica ajudou-me bastante quando estava a começar…
Eu vou pelo peso do conjunto. Mas geralmente nunca arrisco abaixo dos 1/60 – é muito importante sabermos pegar na camara, saber onde se mete a mão esquerda e o braço a apoiar no peito.
Nunca se deve pegar numa SLR como se pega numa compacta, e isso é o erro mais comum que se vê por aí.
De qualquer maneira, hoje em dia os estabilizadores ópticos ou digitais já estão bastante bons.
Eu pessoalmente fotografo sempre com uma velocidade um pouco acima da distância focal, isto se o “objeto” a fotografar estiver imóvel ou se o movimento for na minha direção. Se o movimento for em direção contrária e se quiser “congelar” a imagem terei de usar velocidades bem maiores. Depois também posso querer dar a sensação de movimento e fazer um panning com velocidades abaixo da distância focal. Na fotografia há regras para se seguirem e para se quebrarem, depende sempre do resultado que se quer ter.
“Quanto menor for a velocidade de obturação, menos luz é capturada.”
É COMPLETAMENTE o inverso pois quanto menor for a velocidade de obturação MAIS luz é capturada pois o obturador da máquina está aberto durante mais tempo.
Elementar lei da física (óptica).
Na verdade é preciso algum cuidado com o que se escreve. Não só velocidades de obturador “menores” podem indicar valores pequenos ou seja tempos de abertura e fecho maiores como podem ser interpretadas de forma contrária.
E já agora grandes aberturas implicam pequenas profundidades de foco pelo que haja cuidado senão terão aquilo que gostariam de fotografar complemente desfocado.
Actualmente não é muito grave pois é só apagar e voltar a tenta mas como eu comecei com fotografia em papel no preto e branco e slides para cores tenho sempre outros cuidados.
Boas fotos.
Bolas, vocês baralharam-me…
Pensava eu que era desta que aprendia, li o artigo e fiquei felicissimo e depois nos comentarios ….bolas !
O artigo esta correto e os comentários sao um complemento, não precisas de te procupar ja com numeros, apenas perceber como os 3 conceitos fundamentais da fotografia(iso shutter aperture) vao influenciar a tua exposicao. A partir daí e exprimentar e evoluir.
ola a todos, acho que seria boa ideia na rubrica de sexta feira incluirem algumas fotos dos vossos leitores. Um abraco e continuacao.
Concordo com a ideia. Até vou mais mais longe, uma rubrica semanal dedicada às fotografias dos leitores, com um tema estabelecido na semana anterior 🙂
Boa ideia! Vou trabalhá-la :))
Essa ideia já existiu noutro forum, mas é boa e era interessante que o Pplware a implementasse.
Dicas simples? Tenho sim senhora! Mais simples e eficazes que esta não existem: leiam o manual ! Quanto menos os Quick Guides!!
Tem lá tudo o que precisam de saber e há quem pague cursos de iniciação à fotografia para ir saber coisas que estão no manual em poucas páginas.
Adoro fotografia e até percebo uma ou duas coisas (o suficiente para imaginar uma foto e conseguir criá-la em 2 ou 3 tentativas no modo manual obviamente!) e aprendi tudo com o manual ao meu lado e a câmara nas mãos a fazer testes e ver o que acontecia/o que mudava.
PS: o realço do “em manual obviamente” sinto-me obrigado a fazê-lo visto que já vi e conheço fotógrafos com nomes grandes na indústria e fotografam como modos semi-automáticos. Isso deixa-me cego, mas ok, tenho de engolir em seco.
PS: o realço do “em manual obviamente” sinto-me obrigado a fazê-lo visto que já vi e conheço fotógrafos com nomes grandes na indústria e fotografam como modos semi-automáticos. Isso deixa-me cego, mas ok, tenho de engolir em seco.
Há certas situações em que não se pode dar ao luxo de fotografar em manual , mesmo fotógrafos profissionais .Daí mesmo as maquinas de topo terem os programas automáticos e semi-automaticos,já para essas situações
As situações que eu vi, certamente não eram dessas. Estive uns segundos a pensar e cheguei a uma hipotética onde eu utilizaria modos semi-automáticos: era se estivesse no meio da Antártida e não pudesse estar sempre a mexer na máquina.
Mas se me der mais exemplos pode ser que eu entenda melhor.
O autor (ou alguém com permissão para fazer alterações no texto do artigo) já corrigiu a frase “Quanto menor for a velocidade de obturação, menos luz é capturada.” e agora, sim, está correcta, “ Quanto menor for a velocidade de obturação, mais luz é capturada.” Só é pena que tenha feito a alteração e não tenha referido isso em rodapé ou num comentário, mas enfim.
Já fotografo desde meados dos anos ’70 – quer a P/B, quer a cores (slide ou papel) – e como a máquina que tinha – e tenho ainda – era só manual (Olympus OM-1), tive desde sempre que trabalhar no único modo disponível pelo que, desde cedo, fui ‘forçado’ a saber ‘jogar’ com as variáveis que um fotógrafo tem ao seu dispor:
– velocidade de obturador
– abertura de diafragma
– ISO (ainda sou do tempo em que também era definido como ASA)
Hoje em dia e depois de há oito anos me ter ‘rendido’ ao digital, dou também muita importância a outro factor na composição de uma fotografia que é o ‘EQUILÍBRIO DE BRANCOS (White Balance ou WB). O WB é determinante na definição da ‘temperatura’ de luz de uma foto.
Assim, consoante a definição de WB que determinarmos, podemos ter uma foto mais ‘fria’ (com tons mais azulados) ou mais ‘quente’ (onde o magenta sobressai).
Respondendo directamente ao Rui Cruz, apesar de não gostar particularmente de fotografar sem ser em modo Manual, há situações em que somos forçados a utilizar um desses modos – e não é preciso estarmos “no meio da Antárctida”, como refere – pois no meu caso concreto em que um dos tipos de fotografia que faço é de Desporto Automóvel, ainda recentemente, no Rali de Portugal estive em zonas onde, devido à vegetação ou até a rochedos enormes, a sequência de fotos que pretendia fazer implicava uma variação de luminosidade de foto para foto (zonas de sombra com zonas de sombra/sol) que não me permitia definir uma única abertura de diafragma e onde tive de trabalhar com a máquina em modo S (prioridade à velocidade) para ela compensar automaticamente (em termos de abertura de diafragma), as variações de luz que se verificavam em cada fotograma que eu fazia e que em média resultam em 12 a 16 imagens por cada carro fotografado.
Como vê, este é apenas um exemplo em como se pode – e muitas das vezes, DEVE – utilizar-se um modo semi-automático, mas há muitas outras situações onde isso pode ocorrer e não é desprestigiante para ninguém socorrer-se dessas opções que a tecnologia coloca à disposição de quem fotografa.
Sr Luke Skywalker, eu tenho apenas 23 anos e só mexi com câmaras durante uns 4 ou 5 anos. Acredite ou não, eu próprio me forcei a iniciar com analógica, e visto que era eu que suportava os custos de revelação cada foto “para o lixo” saía-me dinheiro do bolso. Isto forçou-me a aprender rápida e eficazmente.
Após ter passado para o digital, eu próprio estive em situações semelhantes à que relata, no meu caso foram maioritariamente bicicletas e motas, mas também fotografei carros em “modo rally” até. Digo-lhe que sempre utilizei modo manual. Estando o objecto a passar por luz direta ou sombra. Admito que seja precisa alguma agilidade com os dedos de modo a alterar os valores rapidamente, mas é possível e eu próprio o fazia. Só é preciso conhecer bem o material que se tem. Na focagem dou o desconto, no resto nem tanto.