Huawei já quantificou as perdas causadas pela “guerra” com os EUA
Ainda que por esta altura já seja do conhecimento geral que os EUA e a Huawei não estão propriamente em pé de entendimento, torna-se difícil definir um valor para este "conflito". Apesar das tensões e restrições comerciais, quanto é que a fabricante Android pode perder na sua atividade de venda de smartphones?
De acordo com o vice-presidente da Huawei, a queda deve chegar aos 10 mil milhões de dólares!
A tecnológica chinesa quantifica agora o atrito comercial iniciado pelos EUA. Tensões diplomáticas que rapidamente escalaram e cujo impacto se sente na esfera económica. Com efeito, a empresa prepara-se assim para um resultado negativo de 10 mil milhões de dólares, uma quebra nas receitas auferidas na sua atividade.
A Huawei prepara-se para o rombo causado pelos EUA
O valor foi avançada por Eric Xu, vice-presidente da Huawei. O executivo, durante a apresentação de uma nova plataforma móvel especializada na Inteligência Artificial, admitiu um cenário menos positivo para o resto do ano. Ainda assim, são valores menos negativos face aos previamente avançado por Ren Zhengfei.
As causas desta forte quebra nas receitas geradas pela venda de smartphones Android será uma consequência direta das tensões com os EUA. Mesmo assim, a empresa manter-se-á em segundo lugar como maior fabricante mundial de dispositivos móveis, mantendo-se firme perante os augúrios pouco positivos.
Tendo em conta os valores do segundo semestre referidos aqui, estes são valores menos gravosos face aos 30 mil milhões de dólares anteriormente apontados pelo CEO da Huawei. Mesmo assim, é uma quebra significativa, atribuída à atividade norte-americana.
Acreditamos que seja um pouco menos que isso (previsão anterior de Ren Zhengfei). De qualquer modo, temos que esperar pelos nossos resultados anuais em março, afirmou Eric Xu, vice-presidente. Mas, uma redução (nas vendas) em mais de 10 mil milhões de dólares pode acontecer, acrescentou.
A redução esperada na venda de smartphones Android
A Huawei tem ainda muito a agradecer ao seu país natal. Não fosse o despertar de um sentimento patriótico que em muito aumentou as vendas de smartphones Android por si fabricados, os resultados seriam piores. Na verdade houve mesmo um aumento considerável nas receitas durante o 2.º trimestre de 2019.
O crescimento foi de tal forma notório que conseguiu, inclusive, contrariar a tendência global de queda. Isto é, apesar de o mercado global ter contraído, a Huawei cresceu, sobretudo na China. No entanto, caso as tensões e restrições impostas pelos EUA não amenizem, o cenário poderá degradar-se para esta marca chinesa.
Ainda que a empresa tenha uma licença temporária para negociar com as empresas norte-americanas, há um clima de insegurança a pairar sobre si. Note-se ainda que recentemente foi concedido uma renovação dessa mesma licença por mais 90 dias para que a fabricante possa continuar a prestar assistência aos consumidores.
A Huawei prepara-se para um futuro "a solo"
Por outro lado, Eric Xu considera que esse alargamento foi "insignificante". Acrescenta ainda que os colaboradores da Huawei já estão "completamente preparados" para trabalhar, e viver, com o bloqueio dos EUA. Isto é o mesmo que dizer que a empresa já tem como certo a não melhoria das relações.
Torna-se assim evidente que a gigante tecnológica se está a preparar para o pior cenário possível. Aliás, sendo que já há vários anos fabrica os seus chips e processadores, o maior desafio passaria por suprir os serviços da Google. Algo que começaria pelo sistema operativo Android e acabaria na sua suite de soluções e produtos.
Por fim, a Huawei afirma ainda que já não pode trabalhar com fabricantes de chips como a Cadence Design Systems Inc. Ou mesmo com a Synopsys, contudo, afirma que tem alternativas viáveis para suprir essas limitações.
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Fonte: Reuters
Neste artigo: Android, EUA, Huawei, smartphones
O Trump quer salvar uma empresa a caminho da falência e quer levar outros à falência, esquecendo-se que é na China que a sua querida marca monta os seus portáteis, telemóveis e restantes gadgets.
Lá no recreio da escola diz-se que guerra comercial entre os EUA e a China é por causa dos telemóveis da Apple e da Huawei? Queimam-se emblemas da Apple e distribuem-se bandeirinhas da Huawei?
Quando crescerem vão reparar que o mundo não gira à volta dos telemóveis. Há mais coisas.
Na 6ª F ªP Trump ordenou que as empresas americanas saíssem da China. Como ninguém estava à espera, o resultado imediato foi a queda da quitação das ações da Apple em 4,1% (à volta de 60.000 milhões de dólares), a Qualcomm 4,7%, a Nvidia 5,2% e a AMD 7,4%.
Se a guerra comercial se intensificar a Apple vai ser das mais prejudicadas.
Ninguém vai sair beneficiado, até países pequenos como Portugal, muito expostos a estas crises, sairá prejudicado. Contudo, no caso dessas empresas americanas, elas têm forma de contornar esses prejuízos pontuais, dado que mercados como a índia e restante mercado asiático pode ajudar a ultrapassar esta contenda. A Apple é uma das grandes empregadoras de forma direta e indireta no mercado chinês, são milhões de postos de trabalho que estão em causa na China, se a Apple desviar a produção para um dos restantes países onde a empresas tem unidades de produção.
Estes países têm fábricas dedicadas à Apple:
1 – China
2 – Estados Unidos
3 – Turquia
4 – Polónia
5 – Índia
6 – Irão
7 – Itália
8 – Chile
9 – França
10 – Rússia
11 – Brasil
12 – Ucrânia
13 – Uzbequistão
14 – Argentina
15 – África do Sul
16 – Marrocos
… e vários outros.
A União Europeia tem centros de logística.
Portanto, a Apple terá de reforçar noutras unidades os que poderá ficar descompassado na China. Mas não acredito nisso.
“milhões de postos de trabalho que estão em causa na China”, são muitas lojas e postos de produção, mas milhões? Não sei.. talvez. Mas muitos milhões de postos de trabalho lá, significam muitas dezenas de milhões de dólares movimentados. Num país com 3% de taxa de desemprego, onde habitam 1,4 biliões de pessoas, não me parece que seja um grande problemas para essas pessoas se empregarem noutro local.
E claro, o Trump recua mais uma vez na sua decisão LOL.. Já nenhuma empresa americana tem de sair da China.. mais um episódio triste de Trump, mais um tiro no pé.
Milhões porque lá não é difícil… digo eu.
O problema da Apple não é deixar de produzir na china, mas, sim se os chineses classificarem a Apple como uma ameaça e proibirem a venda dos produtos deste «trader»! Ai é que vai doer…
A apple quer sair da china já há algum tempo e não é por causa das tarifas. Não é a única a querer.
Qual é a empresa a caminho da falência que ele quer salvar?
A Huawei tem ainda muito a agradecer ao seu país natal. Não fosse o despertar de um sentimento patriótico que em muito aumentou as vendas de smartphones”
Não terá sido antes promoções e descontos?
Na China só há smartphones chineses e Apple. No último último trimestre as vendas da Apple na China estabilizaram (tinham caído muito no anterior).
E os patrióticos chineses iam deixar de comprar Xiaomi, Opo e outras marcas chinesas para comprar à Huawei? É facto que as vendas da Xiaomi caíram bastante na China.
Se calhar em vez de comprar um compraram dois – não por patriotismo, mas pela promoção.
Admito que o patriotismo dos chineses reduza a compra de produtos dos EUA, como o iPhone. Mas não acredito que justifique o aumento da Huawei e a redução da Xiaomi.
Só se começaram a dar um Huawei com o cartão do PCC.
+1
Foi mais ” o que não ganhou “.
Para se perceber a China atual é indispensável ver o comentário “O Mundo Segundo Xi Jinping”.
Passou na CNN no programa de Fareed Zakaria e na RTP.
Alguém teve a ideia de o por no YouTube com legendas em português:
https://www.youtube.com/watch?v=m9Uz-9wQsBE