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Huawei: sem o Android da Google, a solução pode passar pela Rússia

A Google, tal como já é do conhecimento público, cortou as relações comerciais com a Huawei. Em causa está a ordem executiva assinada em meados de maio último que colocou a fabricante de smartphones Android sediada na China, na lista negra dos Estados Unidos da América.

O futuro, bem como a possível salvação da tecnológica pode passar assim pela Rússia.


Ao propósito, recordamos primeiramente o recente acordo de cooperação estratégica entre a China e a Rússia. O mesmo acordo que pode vir a dotar a Rússia das infraestruturas necessárias para a implementação das redes 5G pode, no que lhe concerne, dar à Huawei um novo sistema operativo.

O problema: sem o Android e serviços da Google

Além de estar formalmente impedida de encetar qualquer relação comercial com empresas norte-americanas, a Huawei pode recuar para o seu mercado natal. Hipótese que resultaria da venda de novos smartphones sem o sistema operativo Android, sem a Play Store, entre outros serviços Google.

Um cenário que a Huawei quererá certamente evitar, sobretudo quando estava em pleno crescendo na Europa e vários outros mercados internacionais. No entanto, os temores levantados pela alegada ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos da América já estão a assustar o mercado mobile.

 

 

As consequências, para a indústria e para os consumidores ainda são impossíveis de prever. No entanto, podemos vir a ter uma perda substancial de variedade e concorrência no mercado dos smartphones Android. Aliás, a quebra com a Google é apenas uma das várias empresas norte-americanas.

A solução: do Ark OS ao Sailfish da Rússia

Ainda que a Huawei já esteja a desenvolver o seu plano B. O Hongmeng OS (nome interno), ou Ark OS, nomenclatura que possivelmente será a escolhida, esta pode não ser a única opção para a Huawei. De acordo com a publicação do The Bell, uma segunda solução pode residir na Rússia.

Apelidado de Aurora, este sistema operativo utiliza a plataforma open-source Sailfish e estará já a ser estudado pela Huawei. Assim sendo, temos neste momento dois possíveis cursos de ação perante a quebra definitiva com a Google e o seu Android. O futuro passará pelo Ark OS, ou pelo Aurora.

 

 

A peça cita duas fontes que preferiram manter o anonimato. Ambas afirmando que o presidente do conselho de administração da Huawei, Guo Ping, conversou com o ministro das comunicações e desenvolvimento digital da Rússia, Konstantin Noskov. O tema foi o sistema Aurora.

A possibilidade: o Aurora para os smartphones da Huawei

Em si, o Aurora foi desenvolvido por uma empresa cuja titularidade pertence à operadora Rostelecom, bem como ao empresário russo, Grigory Berezkin. Há ainda uma terceira fonte que vem acrescentar o seu contributo. A mesma sugere que Vladimir Putin e Xi Jinping falaram também sobre este ponto.

De igual modo, há ainda outra fonte que afirma trabalhar para o governo da China. De acordo com o seu relato, a “China já está a testar smartphones e dispositivos móveis com o Aurora“. Uma primeira fase de testes que já estará em curso, caso as suas afirmações sejam verídicas.

 

 

O Aurora seria assim o substituto completo para o Android da Google. Em síntese, uma solução com origem na Rússia, face ao bloqueio total imposto pelos Estados Unidos da América. De igual modo, fala-se já na possibilidade de a Huawei produzir alguns dos seus smartphones na Rússia.

As consequências: a deslocação para a China e Rússia

O atual enquadramento aponta uma nova realidade para a Huawei. A empresa será obrigada a procurar fornecedores de hardware, bem como de software fora dos EUA. Assim sendo, passaria a utilizar soluções desenvolvidas na China e na Rússia face ao acordo recente que cimentou as relações entre ambas.

Já, por sua vez, o Sailfish OS evoluiu a partir do MeeGo, uma plataforma inovadora para a altura e que usava gestos para navegação. Entre os seus exemplos de utilização temos o Nokia N9 que, infelizmente, não foi capaz de reavivar a chama no coração da Nokia, vindo esta a optar pelo Windows Phone.

 

 

Desde os semicondutores a todo o software, estaríamos a criar um forte bloco de desenvolvimento tecnológico nestes dois países. Algo que, aliás, também pode trazer riscos imediatos para os Estados Unidos da América.

Onde será o novo Silicon Valley?

 

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