Falta de impostos sobre a indústria de energia fóssil criticada por ativistas
Os combustíveis fósseis representam um negócio solidamente estabelecido. Considerando esse historial de hegemonia cimentada, a Fossil Free Politics critica o facto de as empresas do setor da União Europeia (UE) terem conseguido enfraquecer os impostos extraordinários sobre os lucros, durante a crise energética, após o início da guerra na Ucrânia.
A coligação de associações ambientalistas, Fossil Free Politics, organizou um protesto, em Bruxelas, para debater o tema, numa espécie de "visita guiada" ao exterior das representações das empresas de produção de energia a partir de combustíveis fósseis.
De acordo com a imprensa, um dos exemplos dados é a italiana ENI, que teve, em 2022, mais do que o dobro dos lucros em anos anteriores à crise. Apesar de o governo italiano ter sido do primeiros a criar um imposto de 25% sobre esses excedentes, a ENI conseguiu quase escapar-lhe.
A lei foi tão mal redigida que todas as empresas de energia recorreram ao tribunal para a contestar. Da estimativa inicial de 11 mil milhões de euros a arrecadar em impostos, apenas 2,8 mil milhões foram recolhidos.
Explicou o ativista Alessandro Runci.
Por sua vez, o ativista Radek Kubala, da ReSet, recordou que a EPH, da República Checa, ameaçou mudar uma das suas sociedades para o estrangeiro quando foi confrontada com a possibilidade de um imposto sobre 100% dos lucros obtidos em 2022.
Conseguiram adiar a implementação do imposto extraordinário de 2022 para 2023. Portanto, a maior parte dos seus lucros não foi tributada pelo imposto extraordinário. E também conseguiram suavizar a fatia tributável, que em vez de 100% passou para 60% dos lucros de 2023.
Além destas, também o Governo de Espanha enfrentou desafios na aplicação do imposto extraordinário de 1,2% sobre as receitas das empresas associadas aos combustíveis fósseis, em 2022.
Segundo Irene González, ativista na Aliança Contra a Pobreza Energética da Catalunha, "a Endesa e a Iberdrola contestaram o imposto num litígio administrativo que ainda não foi resolvido, porque dizem que a UE recomendou um imposto sobre os lucros e não sobre o rendimento, e que isso as prejudica".
Ativistas alegam que empresas do setor dos combustíveis fósseis escapam aos impostos
Em setembro de 2022, a Comissão Europeia definiu uma "contribuição temporária de solidariedade" para o setor, ao nível dos lucros que ficaram 20% acima da média dos últimos três anos.
De acordo com a Fossil Free Politics, a diretiva a aplicar por todos os Estados-membros foi enfraquecida pelo lóbi do setor.
Pelo contrário, a associação internacional que o representa (IGOP) alega que "numa crise energética, que está ligada ao abastecimento de gás [...] é perfeitamente normal que também o setor do gás se envolva nessas discussões com a Comissão Europeia".
Na perspetiva de Nareg Terzian, diretor de estratégia e comunicação da IOGP para a Europa, "é bom senso".
Segundo registos analisados pela Fossil Free Politics, houve mais de 200 reuniões entre funcionários da UE e lobistas dos combustíveis fósseis no período de 12 meses, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
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Imagem: Friends of the Earth
Fonte: Euronews
Neste artigo: combustíveis fósseis, energia, impostos
o ppl gosta de ser roubado! o estado adora este gajos!
Isto é a gozar? querem ainda tornara gasolina mais cara quandoa maioria já é imposto??
Como disse um Sheik a um politico europeu idiota que protestava o preço do barril há uns tempos: Nós oferecemos o barril a 0 dolares se vocês nos derem tudo o que cobram em impostos no presente.
“Isto é a gozar? querem ainda tornara gasolina mais cara quandoa maioria já é imposto??”
Trata-se sobretudo de electricidade.
EPH, Endesa e Iberdrola não comercializam gasolina. A ENI é a única que para além da electricidade tb comercializa combustíveis rodoviários.
E sim os comercializadores /produtores de electricidade lucraram à farta com esta brincadeira do boicote ao gás. Esses lucros extraordinários deveriam ter sido melhor taxados ao mesmo tempo que essas entidades não deveriam ter recebido subsídios governamentais na ordem dos biliões anuais para que o preço do kWh se mantivesse artificialmente “acessível”!
Isto nem devia ser notícia, esse pessoal já devia ter ganho o troféu da hipocrisia.
É tão simples quanto isto; uma boa fatia dos acionistas destas empresas são políticos, estejam no ativo ou fora dele , quem quer dar um tiro no pé!!??