EUA: Streaming de música representou 83% da receita da indústria em 2020
A pandemia da COVID-19 obrigou a esmagadora maioria das pessoas a ficar nas suas casas. E, com isso, o mundo online tornou-se no grande escape quer para trabalho, quer para lazer. Nesse sentido, as pessoas recorreram aos serviços digitais para realizar várias das suas atividades, como por exemplo, ouvir música através de plataformas de streaming.
Ora, os resultados financeiros de 2020 do mundo da indústria musical dos EUA foram divulgados e há dados surpreendestes. Feitas as contas, 83% da receita deste setor teve como origem o streaming de música.
Indústria da música cresce em plena pandemia
Mesmo com a pandemia, que impossibilitou as pessoas de irem a concertos e a festivais, a indústria musical norte-americana conseguiu crescer.
Segundo o relatório anual de final de ano da Recording Industry Association of America, a receita geral de música gravada aumentou 9,2% para 12,3 mil milhões de dólares (~10,10 mil milhões de euros) em 2020. Este é o maior crescimento dos últimos três anos, sendo que em 2018 esse montante foi de 9,7 mil milhões de dólares e em 2019 foi de 11,1 mil milhões de dólares.
Este crescimento foi impulsionado sobretudo pela receita vinda dos serviços de streaming de música. Este formato conseguiu sozinho gerar 10,1 mil milhões de dólares (~8,36 mil milhões de euros) na receita de 2020.
Em 2019, o streaming trouxe 8,9 mil milhões de dólares (7,37 mil milhões de euros) de receita a este setor. E 2020 é então o quinto ano consecutivo de crescimento desta via.
De todas, o Spotify e Apple Music foram as plataformas de streming que mais contribuíram para estes resultados. Os dois serviços sozinhos geraram 7 mil milhões de dólares (~5,8 mil milhões de euros) à indústria.
Também o número médio de assinaturas nos EUA aumentou de 60,4 milhões para 75,5 milhões.
Streaming de música responsável por 83% da receita do setor nos EUA
Em suma, o streaming de música foi assim responsável por 83% do total de receita da indústria da música. O formato físico gerou 9% da receita, enquanto que os downloads contribuíram com 6%.
A venda de CDs e downloads continua a diminuir e, curiosamente, o vinil manteve a tendência de um bom ano. A venda de discos de vinil teve um aumento de 29,2% ano a ano, para 619,6 milhões de dólares (~513 milhões de euros).
Este é realmente um resultado interessante, tendo em conta que as lojas de música fecharam em quase todo o mundo.
Há, no entanto, uma questão pertinente que ficou por responder: para quem vai todo este dinheiro? Sabe-se que o streaming paga de forma generosa aos grandes artistas de música. No entanto os artistas menos populares e independentes têm dificuldade em ganhar a vida só através deste formato.
Pode ver o relatório completo aqui.
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Este artigo tem mais de um ano
Fonte: Engadget
assustador para os artistas!!!!
Pelo contrário. É uma das formas de promoverem a sua música mais facilmente e a mais pessoas.
E numa era em que praticamente poucos compram CD’s ou ficheiros de música, é a forma de conseguirem começar a ganhar algum dinheiro.
Acresce que já há muitos anos que a melhor e mais eficaz maneira dos músicos ganharem dinheiro é fazendo concertos.
Ou seja e concluindo, a expansão do streaming é um beneficio para os músicos.
Men, temos opiniões completamente diferentes
Se nestes tempos de pandemia, os pequenos artistas, sim os pequenos visto que fazem a maior percentagem de artistas no ativo viverem dos streams como forma de ganharem dinheiro facilmente morrem á fome
deixo-te ai esse site para teres uma noção (caso não tenhas) do que se ganho por stream
https://dittomusic.com/en/blog/how-much-do-music-streaming-services-pay-musicians/
E quanto é que achas que eles ganham por CD vendido? Maior parte dos artistas não se sustentam com CDs e/ou streaming.
Sinceramente depende, se for o proprio artista a fazer a distribuição é uma coisa, se for uma companhia discográfica é outra coisa
conheço projetos onde os artistas ganham cerca de 8 euros e qualquer coisa por cd vendido, mandam fazer os cd’s e vendem a cerca de 10 paus
concordo contigo na parte da maior parte dos artistes não se sustentarem com CDs/streaming, e como músico, sim sou músico, mais facilmente ganhas 100€ a vender cds do que com o streaming
Já quase ninguém compra CD’s, essa é que é a questão. As maiores lojas de retalho nos Estados Unidos deixaram de vender CD’s, a prórpia Sony Music deixou de produzir CD’s de musica para vários mercados, entre eles o Brasil.
A receita de venda de CD’s caiu de 13,2 biliões de dólares para apenas 1,2 biliões, isto em 2016. E já estamos em 2021, pelo que o valor do negócio de venda de CD’s agora é ainda menor, eu diria mesmo que é residual.
Eu tenho cerca de 400 CD’s em casa e já nem me consigo lembrar da vez em que ouvi um. Já passaram seguramente quase 10 anos desde a ultima vez que o fiz.
O que aconteceu com o CD é o mesmo que está a acontecer com o Bluray. Agora com Netflix, Disney+, HBO, Apple TV, etc, a disponibilizar os filmes e séries em alta resolução de Full HD até 4K, quem é que gasta dinheiro a comprar Blurays?
Tenho um leitor bluray da Panasonic na minha sala que está como novo, pelas minhas contas usei-o umas 5 vezes e agora nem sequer já tenho filmes pois vendi-os.
Consegui-se eu vender o leitor bluray, os meus 400 CD’s e o meu equipamento áudio e era um gajo feliz.
Mas sabes uma coisa? Ninguém os quer comprar, porque praticamente ninguém usa disso atualmente.
Por isso e voltando ao assunto em questão, a melhor hipótese para as novas bandas é apostar na divulgação do seu trabalho por streaming, concertos e youtube, esperando que alguma editora lhes deite o olho e queira investir nelas.
O paradigma da industria musical mudou e por muito que os saudosistas teimem em negar esse facto, a realidade contraria-os cada vez mais com o passar do tempo.
PTO
o problema, a meu ver, não é realmente o streaming, sim projeta artistas tal como dizes, e sim cada vez se vendem menos CD’s
o problema é os valores que pagam aos artistas, ai está o real problema, pagam muito pouco o que desvaloriza a profissão.
já nem me consigo lembrar quantas vezes me disseram “és músico? podes ser músico mas qual é a tua profissão?”, infelizmente é a mentalidade de grande parte do nosso povo, e este tipo de serviços que só existem por causa dos artistas, não lhes dão o valor que merecem dando essas quantidades absurdas por stream.
Para acrescentar o próprio CEO diz que os artistas se querem receber mais devem de produzir mais (https://espalhafactos.com/2020/08/03/spotify-ceo-diz-que-artistas-devem-fazer-mais-se-querem-receber-melhor/) claramente ele não sabe o trabalho que dá realmente fazer um álbum em condições, muitas das vezes do processo de criação de música, passar para estudio e gravar, editar, masterizar etc são processos que demoram meses, muitas das vezes mais que 1 ano para ter o produto final pronto a mostrar ao público (isto quando é música feita em condições e não daquelas que se fazem em cerca de 30 min).
“Sabe-se que o streaming paga de forma generosa aos grandes artistas de música. No entanto os artistas menos populares e independentes têm dificuldade em ganhar a vida só através deste formato.”
Tinham a mesma dificuldade antes de existir streaming ou lojas como a Apple. Muitos deles nem sequer conseguiam contratos com editoras para darem a conhecer o seu trabalho. Ao menos agora conseguem faze-lo.
Aí está. Agora os artistas ou aqueles que acham que são artistas tem inúmeras plataformas online para divulgar o seu produto e ganhar algum dinheiro.