E se lhe pagassem para transformar o seu carro num veículo elétrico?
A ideia não é de todo descabida, aliás, até pode ser apoiada por fundos comunitários. Em Espanha, o Partido Popular propôs um plano para converter os automóveis de combustão em veículos elétricos. Para suportar esta transformação, o PP quer que o Governo atribua uma parte dos fundos europeus NextGenerationEU. Será que poderá chegar a Portugal esta ideia?
Pagar para transformar os automóveis de combustão em veículos elétricos
A ideia não é nova. Contudo, surge uma linha de pensamento que provê o uso de fundos comunitários para ajudar nesta transformação. Conforme foi referido, o Partido Popular espanhol apresentou um projeto de lei para que o Governo atribua uma parte dos fundos europeus de recuperação para facilitar a transformação dos automóveis de combustão em veículos elétricos.
Concretamente, tratar-se-ia dos fundos Next Generation da UE para a recuperação económica, que constituem a principal fonte de financiamento do Projeto Estratégico de Recuperação e Transformação Económica (PERTE) para o desenvolvimento do Veículo Elétrico e Conectado.
Para além da atribuição de uma linha de ajuda, o Partido Popular espanhol solicita a implementação de uma linha específica, no âmbito do PERTE correspondente, que permita "simplificar e reduzir o preço" dos processos de conversão, tendo em conta que a União Europeia proibirá a venda de automóveis de combustão a partir de 2035, exceto os que utilizam combustíveis neutros em termos de CO2, como os combustíveis sintéticos.
A iniciativa dá ao Governo um prazo de seis meses para adotar as medidas necessárias para acelerar os processos de conversão dos motores de combustão em verdes, para o que terá de submeter as reformas a desenvolver a uma consulta prévia do sector e dos agentes envolvidos.
Ajudar os proprietários na transição "forçada" até 2035
Além disso, o grupo PPE-DE pretende implementar um mecanismo que permita, sem renunciar aos parâmetros de segurança exigidos, reduzir as barreiras burocráticas e os custos de processamento que limitam estes processos de conversão, reforçando as garantias dos consumidores e utilizadores, dos fabricantes de veículos, bem como dos intervenientes no processo de conversão.
Atualmente, já existem fabricantes que se dedicam a dar uma segunda vida aos carros de combustão ou às baterias dos carros elétricos. No entanto, a conversão de veículos tradicionais em veículos de emissões zero é uma atividade incipiente que, de momento, só está a ser abordada nalguns veículos mais comerciais, deixando um pouco de lado os automóveis de passageiros. Depois há também as empresas privadas que estão a apostar nesta conversão nos automóveis clássicos.
E em Portugal?
Atualmente o cenário em Portugal poderá mesmo ir nessa direção. Isto porque, conforme foi referido numa entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado acrescentou a informação que 2023 terá sido o último ano em que o Estado comparticipou a compra de veículos elétricos.
No entanto, este apoio não será totalmente perdido e o Governo quer substituir as ajudas que oferecia por outras medidas. A ideia é que surjam na forma de uma redução nos custos de carregamento de forma mais universal e acessíveis a todos. No entanto, como em Espanha, o governo poderá repensar a forma de apoiar esta transição.
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A ideia é fantástica, mas não interessa aos sem vergonhas do lobby automóvel. Os traficantes de carros querem é vender muitos, ou alguns com chorudas margens, e fazer belos proveitos. E cada carro convertido a eléctrico significa menos um novo a vender-se. Portanto, pelo menos aqui vão fazer toda a obstrução que puderem.
deixa de ser cromo, julgas que convertes um carro construído nas ultimas décadas para elétrico assim do pé para mão, evidentemente que não, nem os custos associados compensam a transformação, já para não falar dos sistemas eletrônicos que os carros tem deixavam de funcionar, como é que os casavam com um motor elétrico…
Alguém em Espanha no partido deve andar a ver aqueles carros na américa que não têm eletrônica nenhuma dos anos 70\80 que levam um lote de baterias e um motor e está feito, pois nos carros mais modernos a conversa é outra…
Não é preciso ir às décadas de 70/80. O meu Corolla D-4D de 2006 não tem praticamente eletrônica nenhuma de relevo.
Quando descer com os pés à terra e ponderar as asn…. o que disse….. poderá responder a estas perguntas:
Margens chorudas dos carros a combustão? Então os carros eléctricos são muito mais económicos que os carros a combustão, certo? E até nem pagam Imposto Automóvel!!!!! Mentira!
Acha mesmo que os tugas ainda não decidiram todos andar de Tesla em vez de Fiat Punto ou Opel Corsa, porque o loby do petróleo manda no país. Acredita nisso?
Olhe, eu adoro o Porsche Tycan Turbo S, mas prefiro poluir o ambiente com um Peugeot Diesel!!!! Como é fácil de concluír, eu não mudo de Peugeot para o Porsche porque não quero, sou irresponsável e anti-ambiente! Afinal um Porsche é um carro acessível…….
Depende da data de compra do Peugeot…
Se for novo é bem mais caro que um Porshe em segunda mão.
Se meterem uma bateria que faça 800-900km por carregamento, alinho. Caso contrário vão ter de levar com carros a combustão até as baterias chegarem a essa fasquia.
Para quê? É mais necessário uma boa rede de carga e carregamento mais rápido, ninguém anda esses kms sem parar.
Mas faço várias vezes viagens de 400-500km. Uma paragem para um café, é diferente de uma paragem para carregar o carro. Carregamentos muito rápidos estragam a bateria e é preciso que haja carregadores na estação de serviço desocupados. Não quero transformar uma viagem de 4h numa viagem de 6h. Até lá viva o gasóleo!
O carro sabe os que estão ocupados.
Só nessa paragem dá para carregar o resto, fala quem tem um com 4 anos e 200 mil kms.
Eu fiz Porto-Madrid e parei para tomar um café e ir à casa de banho…
Demorei 20 minutos, nesses 20 minutos tinha carregado o carro.
E sim fiz num carro a gasóleo porque não tenho nenhum EV para 7 lugares.
Mas quando tiver faço-o sem problemas 🙂
O problema dos carregamentos não serem rápidos o suficiente está nas baterias e não nos carregadores.
Esse PP espanhol deve ter algum amigalhaço numa empresa de conversão prestes a fechar portas.
E você é amigalhaço de alguma oficina que está com alguns receios ?
Vá diga lá porque quem torce.
Nem uma jante maior se consegue legalizar, imagino isso…
Se for o kit “aconcelhado” e o instalador “aconcelhado”, acredito que não haja entraves…
Funcionaria como uma conversão para GPL. Se for feita numa empresa oficialmente credenciada é só deixar lá o carro e depois ir busca-lo quando estiver pronto. Simples.
Na deixa estou bem com o que tenho
O governo que invista em coisas mais importantes
Não assim um ideia tão descabida, carros até os anos 2010-15 não são tão difíceis de implementar .
O problema e o preço. Há uns 5 anos atrás uma empresa portuguesa, que não me recordo do nome, propunha 12000€ pra converter um Corolla de 2006. Hoje em dia já deve ir nos 15-18k.. e quase um carro novo!
Se conseguissem kits a volta de 120cv de potência e que só acrescentassem uns 200kg ao peso total do carro e uns 300km de autonomia, por uns 6-7k, não era mau.
300km de autonomia é irrealista para um carro convertido. Mas existem startups como a Francesa “transition one” que estão a trabalhar em kits de conversão para os modelos automóveis mais vendidos.
O alcance é relativamente baixo, mas suficiente para a maioria dos circuitos urbanos. E a ideia é trazer o preço dos kits para 5000€ nos próximos anos, assumindo que consigam reduzir custos devido a economias de escala.
Treta, e muito complicado mudar um veículo a combustão para elétrico, e o valor a pagar quase que dá para comprar um EV dos mais baratos com mais autonomia que essas transformações
E tem o risco de incêndio muito grande
Essa medida nunca irá entrar em território nacional
O risco é o mesmo, as homologações servem para verificar se são usados todos os processos e itens de segurança.
Prefiro que o governo gaste o dinheiro com o SNS e com educação.
Mas mesmo que me pagassem não queria, o meu problema com os elétricos não é o elétrico em si, mas a questão do carregamento.
Quando um carregamento demorar no máximo 5 minutos aí podemos começar a falar.
Exactamente. A menos que a vida seja milimetricamente planeada em função da autonomia das baterias, não quero encontrar-me numa situação que me force a ficar parado mais de 5 ou 10m enquanto o carro carrega. Pura e simplesmente não é viável e cada vez o tempo é mais escasso.
Eu só perco 20 segundos por semana para carregar, média de 500 kms por semana.
Nem toda a gente pode carregar em casa ou no trabalho.
E quem disse que era para toda a gente ? Nem toda a precisa de grandes autonomias.
Sim sim…e desses 20 segundos, 19 são para encaixares/tirares a ficha…
Exacto, o resto o carro faz sozinho.
Ahahahah, bem visto. O carro elétrico XPTO dele carrega em 1 segundo. Magnifico!
Provavelmente nem sabe quanto tempo leva, ele nao fica lá a ver.
O meu demora menos de 5 minutos.
Leva 5 segundos a colocar a ficha quando o deixo na garagem à noite e 5 segundos a tirar o cabo quando quero sair da garagem de manhã…
E se a meio da noite acontecer alguma coisa e precisares do carro? Também são os mesmos 5 segundos?
A meio da noite já carregou metade.
Sim, são.
Porque se deixar o carro às 20:00 na garagem a carregar (16A) e tiver de sair às 2:00 já tenho carga para 200km.
Aliás, quantas vezes é que acordaste a meio da noite a precisar de fazer mais de 200km?
Pois… nem eu.
Olhem para o meu umbigo, que sou tão especial, os outros são todos burros eu é que sou esperto.
Agora diz-me quem não tem garagem e vive no interior?
Se não tem e não quer, porque está tão preocupado ?
Se tens carro a pilhas, porque estas tão preocupado com quem não tem?
Eu não tenho carro a pilhas, esses nem sequer existem cá.
Estou preocupado com os disparates infundados que inventam.
Que disparate é que eu falei? Podes dizer-me? Se eu disser que um carro electr4ico neste momento não me serve estou a falar disparates é isso?
Leia o que escreveu e fica a saber.
Bateria é uma pilha. Sempre foi e sp será, por mais que lhe custe.
Errado, bateria é um conjunto de elementos que podem ser do tipo primário (não recarregáveis, funcionando por vários tipos de oxi-redução), ou elementos do tipo secundário (recarregaveis)
Na gíria usa-se o nome de pilha para elemento não recarregável e bateria para acumuladores.
Não tens garagem e vives no interior?
Carrega à porta de casa.
Tripla pelo quinto andar abaixo?
Isto é só ridículo porque não vai ajudar as pessoas que necessitam mas sim ajuda os oportunistas a passarem para VE os seus veículos clássicos a custos reduzido isto porque:
1) Existe a dificuldade de adaptar estes sistemas para os converter em VE. Por exemplo converter um Renault Twingo MK1 não é o mesmo que converter uma Seat Alhambra – e se existem kits já preparados para converter Renaults Twingo pode não existir para converter Seat Alhambras ou outro veículo qualquer!!!
2) Assim, veículos mais populares e os veículos clássicos já possuem manuais e formas de converter para EV e assim possuem larga vantagem em relação aos outros veículos. Para além disso sendo clássicos significa que por norma não circulam todos os dias ou que a sua transformação pode ser feita mais rapidamente se forem carros populares. Assim o tempo disponível para abdicar deles durante o tempo da conversão é mais fácil para determinado tipos de veículos criando logo aqui um entrave para quem necessita de o veículo e tenha um veículo menos popular.
Isto e muito fácil de prever o fim !!
Os carros ev já falharam 3 vezes e irão falhar uma 4 vez
Sempre foi assim e sempre assim será
Acho que precisas de acordar desse sonho. Continuar a ignorar que a oferta vai mudar para VE não faz sentido…
Já falharam ? então que vezes foram essas ?
Os meus nunca falharam.
Então o que diz a a sua bola de cristal ?
Um citadino pequeno que não precise de muita autonomia pode fazer sentido.
Não tem que tirar nada, apenas acrescentar um pequeno motor eletcrico e pequena bateria para não consumir combustíveis nas voltinhas. Porque neste momento eles dificultam esse processo com homologações, etc.
Percebo que há imensas implicações em termos de compatibilidade mecânica, eletrónica e de engenharia se se for por este caminho da conversão de carros já existentes em elétricos mas mesmo assim acho que vale a pena. A grande maioria dos automóveis existentes no mundo são pelo menos de segunda mão e estão mais ou menos desatualizados. Sonhar com uma diminuição drástica da poluição automóvel com base na compra de carros elétricos novos é utópico, pelo menos nas próximas décadas.
Além disso temos que pensar no desperdício de matérias primas provocado pelo ferro velho de centenas de milhões de automóveis desatualizados e as necessidades de extrair muito mais matéria para produzir as outras centenas de milhões novos automóveis elétricos de raíz numa escala suficiente para substituir a maioria dos carros a combustível fóssil. É mais sustentável não deitar tudo fora e apostar na reconversão de carros a combustível fóssil.
É mais custoso que produzir carros novos elétricos de raíz? A curto prazo para as empresas, acredito. A longo prazo para todos nós, a sociedade e a toda a economia, duvido. O problema a meu ver é que toda a indústria automóvel está centrada unicamente na produção de carros novos, apenas umas raríssimas oficinas convertem carros. Havendo uma transformação da indústria e do mercado, com apoios dos Estados e das instituições/orgs. internacionais como a UE é possível tornar uma ideia mais sustentável mais barata também. O que será mais utópico? Ignorar o problema achando que não haverá consequências, rebentar com todos os carros desatualizados e produzir novos à bruta com enormes custos ambientais e económicos, ou isto? Face às outras opções não me parece uma ideia nada descabida.
Devo acrescentar que esta conversão em massa seria boa mas de pouco serviria se não fosse acompanhada por transformações nos transportes mais poluentes de todos – as aeronaves e as embarcações – e por transformações nas indústrias mais poluentes.
Concordo, deixe me acrescentar que no que toca aos aviões, navios e indústria, já têm normas para redução de emissões há muito mais tempo que os carros, na verdade estes foram os últimos, historicamente, a terem normas para redução de emissões, aviões e navios já veem dos anos 70.
Não sei se os custos compensarão a conversão e considerando que as baterias ocupam muito mais espaço e pesam bem mais que o motor, não vejo como um chassi construído para combustão poderia lidar com esse potencial desiquilíbrio. Além de que quase de certeza que iriam existir muitas conversões manhosas feitas por empresas de credibilidade duvidosa.
Se realmente querem que a transição para elétricos seja acelerada têm de fazer DUAS coisas em simultâneo e com duração prolongada no tempo: baixar o preço final das viaturas e subsidiar a sua compra em função do IRS de cada comprador. Nada de dar o mesmo subsídio aos que ganham muito acima da média e também nada de subsidiar carros elétricos de mais de 35 mil euros. Querem subsidiar então que o façam aos carros menos caros pois só assim a classe média poderá adquiri-los a uma velocidade maior.
Quanto aos chassis e à engenharia do carro não percebo nada mas sei que em países como Cuba ou o Egito mecânicos conseguem transformar latas velhas instalando motores de carros recentes em carros completamente diferentes. Não sei até que ponto isso inviabilizaria a transformação de carros em massa. O que sei que é inviável é arranjar matérias primas suficientes no mundo para substituir toda a frota a combustão fóssil mundial, quer de carros quer de qualquer outro veículo. E isso tem de ser feito, de alguma maneira, se queremos que as nossas civilizações sobrevivam durante mais uns milénios.
Quanto às duas necessidades que você indicou e bem acho que elas reforçam o argumento de que em termos de custos possa ser mais viável promover a transformação de carros existentes. O preço do fabrico dos automóveis não está a descer e os subsídios dos nossos Estados já vão para tantas coisas. E no entanto está transição tem de se fazer dê por onde der. No entanto concordo totalmente que deve haver subsídios massivos, em particular aos automóveis elétricos das gamas compradas pelas classes baixas e médias, e que o preço das viaturas devia baixar.