Clássicos: quem ainda se lembra da lendária Casal Boss?
Quase toda a gente teve uma ou conhece alguém que andava numa. A Casal Boss é uma das mais icónicas motorizadas portuguesas e marcou de forma indelével toda uma geração. Vamos recordar este clássico absoluto?
Made in Portugal
A Casal Boss é, sem dúvida, uma das motorizadas mais icónicas da história de Portugal.
Produzida pela Metalurgia Casal, uma empresa portuguesa sediada em Aveiro, a Casal Boss conquistou o coração de milhares de jovens nos anos 1970 e 1980, tornando-se um símbolo de liberdade e independência para toda uma geração.
A empresa foi fundada em 1964 por João Casal, inicialmente focada na produção de componentes para a indústria automóvel. No entanto, foi em 1966 que a empresa se aventurou no mundo das duas rodas, com a produção de motores de pequena cilindrada, que rapidamente ganharam popularidade.
Lançada em 1976, a Casal Boss foi um dos maiores sucessos da empresa. Esta motorizada de 50cc foi concebida para ser acessível, robusta e prática, o que a tornou extremamente popular entre os jovens, especialmente aqueles que viviam em áreas rurais e suburbanas.
Não era apenas um meio de transporte, mas também um símbolo de estatuto e liberdade, permitindo aos jovens deslocarem-se autonomamente e, em muitos casos, começarem a trabalhar ou estudar longe de casa.
Modelos da Casal Boss
Ao longo dos anos, a Casal Boss passou por várias evoluções e melhorias, dando origem a diferentes modelos que se destacaram no mercado.
Embora o modelo original seja o mais lembrado, existiram várias versões que marcaram a história da motorizada. Vamos lembrar alguns deles:
- Casal Boss K168: este foi o modelo original. Equipado com um motor de 2,5 cavalos de potência e 4 velocidades, era conhecido pela sua simplicidade e durabilidade. A motorizada tinha um design robusto, ideal para as estradas muitas vezes mal pavimentadas da época. Foi a base, já nos anos de 1990 para a famosa Super Boss, modelo que grande sucesso e que serviu trabalhadores, estudantes, agentes da autoridade ou mesmo entregadores de pizzas.
- Casal Boss K181: foi um dos modelos mais populares, introduzindo algumas melhorias em relação ao original, como um assento mais confortável e alterações na carenagem. Este modelo tornou-se especialmente popular nas zonas rurais.
- Casal Boss K270: lançada nos anos 1980, a K270 representou uma evolução significativa, com um design mais moderno e atrativo, incluindo novas opções de cores. Este modelo também melhorou a performance do motor, oferecendo uma experiência de condução mais suave e eficiente.
- Casal Boss K276: um dos últimos modelos produzidos e incorporava muitas das melhorias e feedback recolhidos ao longo dos anos. Com um motor mais refinado e um design mais ergonómico, a K276 manteve a essência da Boss original, mas adaptou-se às exigências dos consumidores da época.
Impacto cultural
A Casal Boss não foi apenas uma motorizada: foi um fenómeno cultural que marcou uma geração. Ter uma Boss era quase um rito de passagem para muitos jovens portugueses.
Na ausência de muitas alternativas de mobilidade para os adolescentes, oferecia uma sensação de liberdade sem precedentes. Não era incomum ver grupos de amigos a viajar juntos em Boss, criando uma cultura de camaradagem e aventura.
Além disso, esta motorizada desempenhou um papel importante na vida económica das famílias portuguesas. Para muitos jovens, era o meio de transporte que lhes permitia alcançar o seu primeiro emprego ou frequentar a escola em localidades vizinhas.
A sua economia de combustível e manutenção acessível tornavam-na uma escolha prática para as famílias, consolidando a sua popularidade.
A motorizada tornou-se um símbolo de rebeldia e juventude, associada à liberdade de explorar o mundo com pouco mais do que um capacete e um tanque cheio.
Declínio e legado
Nos anos 1990, com a abertura do mercado português a produtos estrangeiros e o avanço das motorizadas de marcas internacionais, a popularidade da Casal Boss começou a declinar. A Metalurgia Casal enfrentou dificuldades financeiras e, em 2000, a empresa acabou por encerrar, marcando o fim de uma era.
No entanto, o seu legado perdura até hoje. Ainda existem muitos entusiastas que restauram e preservam estas motorizadas, e há um mercado ativo de compra e venda destas “máquinas”. Clubes de fãs e encontros de motorizadas clássicas ajudam a manter viva a memória da Boss, celebrando o seu papel na história.
É que esta não foi apenas uma motorizada; foi um fenómeno social e cultural que marcou profundamente uma geração de jovens portugueses.
O mesmo aconteceu com a SIS Sachs, Motozax e a Famel…, não conseguiram combater as Japonesas conhecidas como Yamaha, Honda, Kawasaki…
A Famel ainda ressuscitou com um modelo elétrico recentemente
Era tudo 2 tempos, as japonesas são de 4. E ainda bem, o ruído é irritante e a fumarada azul veneno para a atmosfera.
Mas o cheirinho a autolube era icónico!
As Japonesas nao eram de 4 tempos , eram de 2 também , existindo uma variedade enorme de motorizadas e motos a 2 tempos, alias os moto gp 500 era com motas a 2 tempos .
Verdade, mas as motogp 2 tempos não andavam na estrada, ou rarissimamente. Havia algumas yamaha dt 2 tempos, no tempo das boss, que entretanto acabaram.
A generalidade das 50s e 125 dos anos 80/90 eram a 2 tempos , bem como as Yamaha 250 e a Honda bar. Depois ainda houve até 500cc de cross as Honda Cr
que pena que tenho de a casal (e, entre outros, da umm também) ter desaparecido, eram umas motos fantásticas aquando da minha adolescencia … a ganância de alguns empresários 🙁
Por acaso (ou talvez não) tenho uma e umM.
Casal Boss!
Tantas peripécias e aventuras na minha adolescência…
Bons tempos…
Já cai de uma em andamento e de pijama, aquela transição do alcatrão para caminho de terra com pedras soltas dá para perder o controlo.
e quedas!!! ui LOLOLOL
Em 2000, aproximadamente, costumava tomar o pequeno-almoço com o Sr. Casal.
O meu vizinho é detentor da única motorizada autografada pelo próprio Sr. Casal; isto porque nunca ninguém se lembrou de o fazer e o pai dele, numa ocasião pediu-lhe, segundo ele! E está irrepreensivelmente super cuidada, como nova!
É interessante como não há entrevistas a pessoas que façam industria em Portugal.
Mas estão a falar de qual Boss, a de 2 velocidades ou a Super Boss de 4 velocidades?
Eu “aprendi” a andar de mota numa XF17, sem motor, vinhas por ali a baixo montados na mota, depois tínhamos de a empurrar para cima novamente para voltar a descer 😉
Na subida não havia perigo de quedas…hehehehehe
Meu Irmão teve uma k181, agora está com o meu sobrinho, e trabalha…
Casal de duas!
E havia uma Casal com motor 125cc estilo motocross, muito fixe!
Era a Anfesa…
Tenho uma ainda, tinha oferecido ao meu pai há uns anos atrás.
Tem o motor de 6v da casal Rz, alargado a 75cc.
Um avião
O maior feito dê armas da engenharia portuguesa. Há quem diga que foi copiado da Zundapp , mas até hoje ninguém foi capaz de produzir um motor de combustão 100% nacional. É até onde chegaram as competências lusitanas.
O meu pai teve pelo menos duas dessas na vida.
Ainda teve uma mota mais pequena de roda menor que cheguei a andar.
Parecia que estava a andar numa harley em ponto pequeno lol.
Saudades..
Ainda tenho a minha, igual à da imagem, restaurada, toda lacada .
Nunca tive uma, mas eram de uma simplicidade brutal. Certo dia aparece-me um amigo com a “Casaleira” à mão com a roda traseira toda solta. Ele morava longe e ía a passar perto de minha casa e veio basicamente pedir para telefonar para casa para o pai o vir buscar (sim, aqueles tempos horríveis sem telemóvel). Como os pais não atendiam o telefone, começámos a olhar para a “rela” e era algo no veio da roda ou assim. Chega o meu pai e em 2 segundos “isso é o rolamento comido. Deixem cá ver”. Nisto vai à “oficina” cá da casa e vem com uns rolamentos e “se não for mais nada trocamos o rolamento e fica nova”. A sorte foi tanta que era mesmo só o rolamento e o meu pai tinha um exatamente igual. Meia hora de persuasão para tirar o rolamento velho e instalar o novo e pronto. Como nova… que máquina!
Um primo meu teve uma Boss, 2 velocidades, artilhada a 80 com Dellorto a condizer e escape de rendimento…
Aquela brincadeira dava 100kmh e acompanhava as DT 50 LC na altura.
Estava mal artilhada!
Aí pelo final da década de 80 com uma a 80cc, desmultiplicada, com a parte eléctrica avançada, janelas abertas, carburador mikuni 21, e escape 80, a descer o autódromo do Estoril bem podias até trazer a DTR 125.
No final paravas em Cascais para ver as betas e ainda trazias contigo um cheirinho magnifico a óleo de rícino.
Eu ainda tenho uma casal magnum.
Tenho uma de 1989 sem nunca ter levado restauro. Foram sem dúvida grandes maquinas