Uber é acusada de recolher mais dados do que deveria de motoristas europeus

Vários motoristas da Uber no Reino Unido estão a processar a empresa de serviços de transportes. Os motoristas acusam a Uber de recolher mais dados sobre eles do que aqueles que deveria.

O processo foi aberto em Amesterdão, Holanda, alegando que a multinacional americana poderá estar a violar o Regulamento Geral de Proteção de Dados.

Motoristas processam Uber por violação de dados

A Uber está a enfrentar um processo legal levado a cabo por vários motoristas do Reino Unido. Os condutores da empresa alegam que a Uber está a recolher mais dados do que aqueles que deveria.

De acordo com o processo, aberto no Tribunal Distrital de Amesterdão, a empresa de serviços de transporte está a violar o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGDP).

No entanto parece que há ainda um pormenor que agrava a situação. Segundo os motoristas, as informações recolhidas pela Uber seriam usadas para aprimorar os sistemas automáticos de manutenção ou exclusão dos condutores da plataforma.

Apesar de solicitarem à Uber mais pormenores sobre os dados, vários condutores obtiveram poucas ou nenhumas informações. Os lesados pedem que o acesso da empresa aos seus dados seja feito de forma mais transparente, de modo a que estes saibam quais os dados recolhidos e para que fins.

O processo foi avançado por quatro motoristas da App Drivers & Couriers Union (ADCU), um sindicato de funcionários de apps do Reino Unido. A ação é ainda apoiada por outras entidades como a IAATW (International Alliance of App Based Transport Workers).

O sindicato argumenta que os motoristas da Uber estão sujeitos à monitorização de desempenho no trabalho. Para além disso, vai apresentar evidências em como a multinacional tem registos eletrónicos relacionados com o desempenho nos perfis dos motoristas em categorias que incluem:

• Chegadas tardias perdidas
• Cancelamento
• Atitude
• Comportamento inapropriado

Motoristas querem que a Uber pague 10.000 euros por cada dia de violação da lei

Segundo o processo, os motoristas solicitam ao Tribunal Distrital de Amesterdão que ordene a Uber a cumprir imediatamente a lei da proteção de dados. Pedem ainda que a empresa seja multada em 10.000 euros por cada dia em que continue a violar essa mesma lei.

O sindicato lançou ainda uma campanha de angariação de fundos na CrowdJustice como forma de obter ajuda monetária para suportar os custos do processo.

Os motoristas estão a ser representados no país holandês pelo advogado Anton Ekker.

Uber já reagiu

De acordo com uma resposta enviada ao site Venture Beat, a Uber informou que mantém contacto com os motoristas de forma a explicar como e quais os dados usados e armazenados.

Vamos dar explicações quando não pudermos dar algum dado, como quando este dado não existir ou se infringir os direitos de outra pessoa sob o RGPD. Pela lei, os indivíduos têm o direito de levar as suas preocupações ao Data Protection Officer da Uber ou à sua autoridade nacional de proteção de dados para revisões adicionais revisões.

A ação foi aberta na Holanda uma vez que a subsidiária Uber BV, entidade que gere os dados da plataforma e dos condutores, está sediada em Amesterdão.