Zoom vai utilizar os dados dos utilizadores para treinar a sua IA (obrigatoriamente)
O Zoom ganhou muita força com a pandemia e o confinamento, e rara deve ter sido a pessoa que não o utilizou, nessa altura. Agora, a par de outras empresas, quer uma plataforma de Inteligência Artificial (IA) própria e vai usar os dados dos utilizadores para a treinar.
Com o confinamento que resultou da pandemia, o Zoom cresceu, consideravelmente, servindo de ferramenta-chave para muitos utilizadores que se viram fechados em casa e longe de familiares e dos escritórios. Além do número de pessoas, a plataforma também foi crescendo em funcionalidades, procurando responder cada vez melhor às necessidades daqueles que a usavam.
Seguindo uma tendência crescente, o Zoom integrou ferramentas de IA, de modo a melhorar a aplicação. Por exemplo, esta novidade que lhe mostrámos aqui, no início do ano.
Agora, a empresa atualizou o documento dos seus termos e serviços, e incluiu algo que poderá não agradar à generalidade das pessoas: para utilizar a plataforma, será preciso consentir que o Zoom recolha os seus dados para treinar uma IA.
De acordo com a atualização dos termos do Zoom, se o utilizador usar o serviço, está a consentir que a empresa aceda ou "utilize, recolha, crie, modifique, distribua, processe, partilhe ou armazene os dados de serviço gerados para qualquer fim". Isto pressupõe que pode utilizar os dados para treinar os seus mecanismos de aprendizagem automática e de inteligência artificial, de modo a melhorar os seus algoritmos e modelos linguísticos.
Zoom terms of service now require you to allow AI to train on ALL your data—audio, facial recognition, private conversations—unconditionally and irrevocably, with no opt out.
Don’t try to negotiate with our new overlords. pic.twitter.com/Ri2VE59RYr
— Ted Gioia (@tedgioia) August 6, 2023
No documento, o Zoom diz que poderá utilizar toda a informação relativa aos utilizadores, tendo em vista o treino dos seus algoritmos. Segundo a empresa, estas ações são "necessárias" para melhorar os seus serviços, software e outros produtos.
Perante a polémica que esta alteração gerou entre os utilizadores, o COO da empresa, Aparna Bawa, esclareceu - ainda que tenha fugido um pouco ao cerne das preocupações - que estes poderão decidir se querem utilizar as opções da IA generativa e, de forma separada, se querem partilhar conteúdos com o Zoom, de modo a melhorar o serviço.
Além disso, Bawa disse que os utilizadores receberão uma notificação quando as funcionalidades estiverem ativas a partir da própria interface, permitindo-lhes saber quando os dados estão a ser utilizados.
Já há especialistas debruçados sobre esta atualização dos termos e, por isso, eventualmente, conheceremos novidades.
Este artigo tem mais de um ano
Um bom pretexto para absorveram dados dos utilizadores para outros fins…
Só gostaria de saber que dados é que vão recolher. Eu uso o zoo., mas não fui quem criou a reunião, portanto só se me filmarem a cara.
E a união europeia devia intervir nisto e proibir o acesso ao que quer que fosse.
Que vão espiar o americanos, que esses já devem estar habituados.