“Xiaomi é a Apple da China”: CEO da Ford está obcecado com os carros elétricos chineses
Jim Farley organizou viagens à China para levar carros chineses para os Estados Unidos e poder estudá-los. A sua conclusão é que a Ford deve mudar radicalmente para competir.
Apple na tecnologia e Xiaomi nos elétricos
“Xiaomi é a Apple da China”. São palavras não de um qualquer, mas de Jim Farley, CEO da Ford. O chefe máximo da empresa norte-americana é um dos dirigentes que mais tem dado que falar nos últimos anos. E o motivo é a sua abordagem ao estudar os rivais.
É raro ver o CEO de uma empresa elogiar uma concorrente, mas Farley não só não se coíbe nada, como está empenhado em divulgar os detalhes que precisam de melhorar para se atualizarem.
E se algo está a chamar a atenção de Farley são os carros chineses e, em particular, o Xiaomi SU7.
A China tomou a liderança dos carros elétricos
A indústria automóvel embarcou na eletrificação, e se algo esta aventura está a deixar claro é que a China dita o ritmo.
Embora a Tesla tenha dado um primeiro passo a partir do Ocidente, são as empresas do gigante asiático que estão a impulsionar tanto a tecnologia como as baterias. Isto está a gerar um ecossistema em que os carros chineses são extremamente competitivos no mercado, algo que está a deixar os fabricantes ocidentais nervosos.
Aliás, é estranho pensarmos como a Europa decidiu embarcar na transição energética, focando o seu objetivo nos veículos elétricos, se não tinha dentro de portas o fabrico do componente mais importante: as baterias.
Conhecer de perto o "inimigo"
Para conhecer melhor a sua concorrência, Farley teve a ideia de realizar uma série de viagens à China para selecionar carros que levar de volta para os Estados Unidos.
Não para os desmontar, ou não apenas, mas para os conduzir no dia a dia, nos trajetos quotidianos. Numa entrevista recente ao La Nación, afirma que toda a equipa de direção vai nessa viagem para escolher 50 carros.
Destes 50, ficam com cinco, e são esses que levam de volta para Detroit. O escolhido por Farley? O Xiaomi SU7.
O CEO gostou tanto deste SU7 que chegou a dizer que “é fantástico”, afirmando que não queria sair de dentro dele.
Anteriormente, já tinha classificado a empresa como “um gigante da indústria e uma marca de consumo muito mais forte que as empresas automóveis”, mas agora foi um pouco mais além.
Nessa entrevista ao La Nación, Farley comentou que não se admira que a Xiaomi tenha tanto sucesso.
É a Apple da China.
Xiaomi é a Apple da China: o ecossistema que todos perseguem
Precisamente, é o “ecossistema” aquilo que destaca, algo que é o ponto forte da Apple:
Sobe-se para o carro com o telefone e não é preciso emparelhá-lo porque o identifica automaticamente. Tem reconhecimento facial, um assistente de IA e pode acelerar dos 0 aos 100 km/h em três segundos com apenas carregar num botão. Parece um Porsche Taycan.
Assegura.
É perfeito?
Não, e poderíamos superá-lo nos segmentos em que competimos.
Acrescenta o dirigente.
Contudo, os elogios de Farley não são apenas para a Xiaomi, mas para a indústria chinesa. No Aspen Ideas Festival realizado em junho deste ano, o CEO descreveu aquilo que viu na China como “a coisa mais humilhante que vi na minha vida”.
O motivo? Que 70% dos veículos elétricos do mundo sejam fabricados na China e que estes tenham uma tecnologia no habitáculo muito superior à que muitas marcas ocidentais oferecem.
Automaticamente, toda a tua vida digital reflete-se no carro.
Disse Farley no verão passado.
É evidente o interesse de Farley pelos concorrentes, tanto chineses como nacionais. Quando a Ford entrou no segmento dos elétricos, fê-lo como um elefante numa loja de porcelana, com um Ford Mustang Mach-E que foi caríssimo de desenvolver quando os seus concorrentes já tinham processos muito mais otimizados que permitiam baixar o preço dos carros. Desde então, têm vindo a mudar de estratégia e a mexer nas peças.
Contrataram Doug Field, ex-engenheiro chefe do Tesla Model 3 e membro no design do carro da Apple, e foi ele quem abriu os olhos a Farley.
Field foi sincero:
Jim, o teu sistema de lançamento de peças e a arquitetura de desenvolvimento têm 25 anos de atraso. Não podes competir assim com a BYD.
A prova de fogo será a nova pick-up elétrica que a Ford está a preparar para 2027 com o objetivo de ser acessível.
Veremos como responde o mercado, mas o que é claro é que a Farley não lhe caem os anéis ao elogiar a concorrência.























Diz o post: “Embora a Tesla tenha dado um primeiro passo a partir do Ocidente”
Perguntei a várias IA: “Quando a Tesla produziu o primeiro automóvel elétrico há quantos anos a China já os produzia?”
Percebi que estava equivocado, que a China não foi primeira, mas a frase do post (a Tesla foi primeira) também está. As respostas:
– ChatGPT: No mesmo ano (2008)
– Gemini: Praticamente ao mesmo tempo (2008)
– DeepSeek: Ano de 2008 – a Tesla inicia a produção do Tesla Roadster e a China usa uma frota de autocarros elétricos nos Jogos Olímpicos de Pequim. Ou seja, a start-up focou-se num carro despotivo de nicho e a China seguiu uma estratégia de desenvolvimento da indústria de base, primeiro com frotas públicas de autocarros.
E na Europa? Isso terão de lhes perguntar 🙂
“…Aliás, é estranho pensarmos como a Europa decidiu embarcar na transição energética, focando o seu objetivo nos veículos elétricos, se não tinha dentro de portas o fabrico do componente mais importante: as baterias. …”
Yá, decisão própria de gente alucinada há muito desmascarada aqui pelo Pplware. Não era preciso vir o Sr. Farley para os jornais constatar isso uns anos depois.
A melhor forma de combater o dominio chines é banir o fabrico de carros elektros em territorio europeu. Melhor forma de mostrar aos chineses quem manda
Rebobina, porque estás a passar o filme ao contrário. Os fabricantes europeus não conseguem competir com os chineses no fabrico de automóveis elétricos. Isso vai levar a encerramentos e a manifestações de protesto. Para evitar os encerramentos, os governos europeus vão permitir a venda das fábricas, ao desbarato, aos fabricantes chineses.
Isto é o que diz quem sabe. Não percebi foi em que é que banir o fabrico de elétricos em território europeu resolvia o que quer que fosse. Fechava-se as fábricas de montagem e de componentes e importavam-se os carros da China?
Presumo que esteja a ser tão irónico quanto ele. Loool
Não percebi. Não se dispondo na Europa de tecnologia avançada de baterias, como têm os chineses da CATL, não se pode avançar na eletrificação? Ou paga-se o licenciamento da tecnologia, como o Sr. Farley diz que a Ford vai pagar à CATL?
A Europa está cheia de gente alucinada, andou dezenas de anos a promover algo que não tinha, tente adivinhar…… Aquilo que dá pelo nome de petróleo. Looool
É muito simples, a urgência climática… Só os que querem a toda a força negar o que os cientistas vêem avisar há muitos anos é que fazem orelhas moucas… Mas agora as consequências já se estão a sentir , alguém tem que fazer alguma coisa… Vocês chamam alucinados, eu chamo AVISADOS
O Sr. Eng⁰ pode fazer o obséquio de explicar de q de cientistas comissionistas está a falar?
Estão muitíssimos avançados e ainda evoluirão mais.
Admira-me a Tesla – parece estar adormecida.
Para quem não conhece, vejam a XPeng; e antes que digam que a Tesla está muito à frente em termos de software, vejam primeiro.
@ V, tens q aprender a ler nas entrelinhas.
Ora vê lá bem o q se está aqui a passar,:
https://pplware.sapo.pt/motores/ford-muda-estrategia-depois-de-o-diretor-executivo-desmontar-carros-chineses-e-da-tesla/comment-page-1/#comment-3812510
Em relação à Tesla, esquece, são outras latas sem trambelho nenhum.
Não dão feitos para durar muito, mas já duram mais.loool
Então qual teve para saber isso ?