Com uma investigação em curso e taxas provisórias em vigor desde 5 de julho, a União Europeia (UE) está perto de fixar direitos aduaneiros mais elevados aos carros elétricos vindos da China.
No rascunho das conclusões finais da sua investigação anti-subsídios, partilhado com as fabricantes chinesas de carros elétricos a bateria, bem como com os governos chinês e da UE, na terça-feira, a Comissão Europeia revelou as taxas definitivas que pretende aplicar a uma série de fabricantes de carros elétricos.
Conforme informação avançada pela Euronews, a Comissão Europeia tenciona impor direitos aduaneiros definitivos sobre as importações de carros elétricos chineses. Desta forma, acredita que protegerá a indústria europeia da concorrência alegadamente desleal, promovida pelos subsídios do Governo da China, que permitem que as fabricantes pratiquem preços altamente competitivos.
Caso as taxas sejam aprovadas pelos Estados-Membros da UE, aplicar-se-ão durante cinco anos a partir da sua adoção, forçando as fabricantes chinesas a aumentar os seus preços, à partida.
As empresas afetadas ou o Governo chinês têm agora 10 dias para apresentar observações e podem, também, solicitar audições com a Comissão Europeia. A taxa final deverá ser aplicada, o mais tardar, a partir de 31 de outubro.
Sendo este novo documento apenas um rascunho, a Comissão Europeia afirma que está disponível para identificar uma “solução alternativa e efetiva”, em conjunto com a China, que respeite os princípios da Organização Mundial do Comércio, a quem a China se queixou, recentemente, devido a toda esta situação.
Elétricos chineses poderão ser taxados durante cinco anos
A instituição europeia explicou que, após receber comentários das partes interessadas sobre as taxas planeadas, faria um “ligeiro ajuste das taxas propostas com base em comentários fundamentados sobre as medidas provisórias”.
Por exemplo, os veículos elétricos fabricados pela Tesla, na China, serão sujeitos a direitos aduaneiros de 9% sobre as importações para a UE. Este valor é inferior à taxa prevista de 20,8%, que a UE indicou numa decisão anterior, em julho.
Por sua vez, a BYD verá a sua taxa reduzida de 17,4% para 17%; a Geely de 19,9% para 19,3%, e a SAIC de 37,6% para 36,3%.
Outras empresas que estão a cooperar com a UE na sua investigação serão sujeitas a taxas de 21,3%, num valor mais elevado do que a taxa de 20,8% mencionada em julho. As empresas que não colaborarem serão sujeitas a direitos de importação de 36,3%, num valor inferior aos 37,6% anteriores.
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