“Starlink da China” já tem 18 satélites Thousand Sails no espaço
Um foguetão chinês Longa Marcha 6A descolou na madrugada de 6 de agosto no Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan. Este veículo lançou com êxito o primeiro lote do que poderá vir a ser a segunda megaconstelação da Terra, proporcionando conetividade em toda a China e, eventualmente, no mundo. Para já são 18 satélites "Thousand Sails". Sim, este poderá ser o concorrente da Starlink!
Starlink da China já começou a instalar satélites
Talvez esteja habituado a assistir ao lançamento de satélites em direto, depois de ter visto milhares de satélites Starlink da SpaceX entrarem em órbita nos últimos anos. No entanto, o setor aeroespacial estatal chinês é bem mais discreto.
A China Aerospace Science and Technology Corporation (CASC) confirmou, duas horas após o lançamento, que os 18 satélites Qianfan (Thousand Sails) tinham atingido a órbita polar prevista.
O projeto Thousand Sails é um produto da Shanghai Spacecom Satellite Technology (SSST), outra empresa estatal. A empresa procura replicar o sucesso da Starlink na China, planeando instalar um total de 1296 satélites na primeira fase. Este número é muito inferior à atual constelação de mais de 6000 satélites da Starlink, mas a SSST planeia aumentar consideravelmente o número de lançamentos.
Anteriormente, a SSST comprometeu-se a lançar 648 unidades Thousand Sails até ao final de 2025. Este ano, poderão ser lançadas 108 unidades. Este primeiro lançamento incluiu apenas 18 dos satélites de comunicação de ecrã plano, mas os futuros lançamentos terão 36 ou 54 satélites a bordo.
A CASC parece estar a começar devagar, uma vez que se trata de uma nova variante do foguetão Longa Marcha, que possui um motor de segunda fase que pode disparar várias vezes. A CASC afirma que este facto aumenta consideravelmente a sua capacidade de carga útil para mais de 4,5 toneladas em órbita sincronizada com o Sol.
China quer 14 mil satélites a cobrir todo o planeta
O plano a longo prazo da China para a constelação Thousand Sails inclui mais de 14.000 satélites capazes de fornecer Internet de alta velocidade em todo o mundo.
A China terá estudado a instalação da Starlink na Ucrânia, tendo constatado a vantagem significativa que deu aos defensores ucranianos, enquanto as linhas de comunicação da Rússia eram muito mais vulneráveis a interferências e ataques.
A SpaceX está sediada nos EUA, o que confere ao Governo norte-americano um maior controlo sobre o seu funcionamento. A SpaceX está a desenvolver uma versão governamental segura da Starlink, conhecida como Starshield.
O governo de Xi Jinping está alegadamente preocupado com a vantagem conferida pela Starlink no caso de um conflito militar com os Estados Unidos.
A China não é a única a seguir o exemplo da SpaceX. A Amazon está entre outras empresas que esperam instalar megaconstelações de satélites de Internet no futuro.
O CAOS na órbita terrestre
São muitos os projetos que visam colocar os pequenos satélites na órbita baixa terrestre (LEO). No entanto, estas apostas aumentam os receios de que a ocupação da LEO seja em número excessivo, aumentando a possibilidade de colisões, afetando potencialmente outras atividades orbitais e tornando as viagens espaciais ainda mais perigosas do que já são.
Há também problemas para os astrónomos, que dizem que estes objetos refletores interferem com observações críticas. Cada vez mais, dizem, as suas imagens têm mais "lixo" provocado por estes comboios de satélites.
Não vamos ter mais luz suficiente e a Terra vai começar a esfriar e vamos ter mais cometas no Céu. Com isso os ricos migraram para colônias na Lua. E assim vai.