Projecto Hesla – O Tesla “pirateado” que trabalha a hidrogénio
O fornecedor de gás holandês Holthausen Group "pirateou" um Tesla Model S e adaptou-o para este funcionar com eletricidade e hidrogénio. O projeto, que combinou os componentes originais do Tesla e os adaptados para funcionar com o hidrogénio, resultou no nome de "Projeto Hesla".
Ainda não está definido o futuro quanto ao substituto do petróleo nas estradas, embora os carros elétricos tenham um ascendente maior no presente, pecando apenas no capítulo da autonomia. Nesse ponto, este veículo pode viajar 1.000 km.
Tesla + Hidrogénio = HESLA
O Tesla model S é um dos veículos elétricos mais cobiçados e, nalguns países, o mais procurado do mercado. Países como os Estados Unidos e, na Europa, como a Holanda e Noruega (entre outros também a norte) preferem este veículo pela sua fiabilidade e preço. O modelo 75D tem uma autonomia para 416 km, enquanto o modelo mais caro, o 100D e P100D, têm uma alcance de 539 km e 506 km, respetivamente.
Mas... e se o Modelo S pudesse ir ainda mais longe? Sim, é uma pergunta com sentido porque ainda não estão assim tão popularizados os carregadores de veículos elétricos, além de que nalguns países, como em Portugal por exemplo, são ainda "raros" os Super Carregadores Tesla. Desta forma, a ideia era ter um Model S, que tivesse uma autonomia digna de qualquer carro a gasolina ou a gasóleo, mas com as tecnologias "verdes" que o futuro está a reclamar.
Para fazer um Tesla Model S andar mais 500 ou 600 Km bastou adicionar um pouco de hidrogénio.
Como foi veiculado pelo The Drive, um fornecedor de combustível Holandês, Holthausen Group, conseguiu aumentar o alcance de um Tesla Model S de forma significativa "pirateando" o sistema elétrico do Tesla e acrescentando, a par da eletricidade, uma forte de energia com base no hidrogénio. A empresa obteve assim sucesso ao conseguir, pela primeira vez no mundo, "fabricar" um carro movido a eletricidade e hidrogénio. O nome do projeto não poderia ser mais apropriado: Projeto Hesla.
Como a Tesla não estava envolvida no processo, o Modelo S foi adquirido em segunda mão. Conseguir que o Modelo S aceite o hidrogénio como fonte de combustível não foi fácil, com o engenheiro do grupo Holthausen, Max Holthausen, a chamar o sistema do veículo de "um grande labirinto". Holthausen teve que desenvolver e implementar uma solução alternativa, o que aumentou a dificuldade do projeto.
Embora tivessem de enfrentar várias dificuldades, no final a equipa conseguiu pôr o veículo a funcionar. O Hesla agora utiliza duas fontes de energia: A primeira é a bateria já instalada e a segunda é o hidrogénio armazenado em tanques instalados dentro do veículo.
Na verdade, é bastante simples entender como isso funciona: as moléculas de hidrogénio são bombadas para uma célula de combustível, onde um ânodo remove os seus eletrões. Estes passam então por um circuito diretamente para a bateria, recebendo assim uma carga adicional. O hidrogénio (agora iões) passa para um cátodo, onde são reunidos com eletrões que se ligam com oxigênio para formar água, isto é, H2O, e saem da célula de combustível.
Em comparação com a gama acima mencionada de modelo S P100D de 506 km, a célula de combustível incrivelmente eficiente da Hesla permite que ele alcance cerca de 1.000 km recorrendo a uma bateria completamente carregada e um fornecimento completo de hidrogénio.
Será o hidrogénio a solução que todos procuram?
Tem sido referido que o hidrogénio poderá ser "fabricado" em grandes quantidades e a preços muito baixos e ser a alternativa segura, económica e ecológica que o mundo procura para retirar os combustíveis fósseis do ambiente. Há projetos como o de retirar o hidrogénio da água do mar, assim como para combinar outras tecnologias com o hidrogénio por forma a fazer crescer o interesse neste elemento químico ecológico.
Mas ainda é cara a solução a hidrogénio?
Ainda é caro ter uma solução a hidrogénio sim. A incorporação de energia de hidrogénio custa uma quantidade excessiva de dinheiro. De acordo com o The Drive, a conversão do veículo para poder receber o hidrogénio custou mais de 58.000 dólares - acrescentando ao preço do veículo que foi de 79.500 dólares. Depois, há a questão de reabastecer hidrogénio.
O reabastecer pode parecer, pelas imagens que vemos, um processo em tudo "parecido" com o encher o depósito de gasolina ou diesel, mas não é bem assim. Ainda é um processo um tanto ou quanto inconveniente, embora possa vir a ser tão simples e prático como o de carregar as baterias com energias. Para termos uma ideia dessa inconveniência, nos Estados Unidos, país onde possivelmente existem já mais modelos a hidrogénio na estrada, apenas estão disponíveis cerca de 39 estações de abastecimento de hidrogénio, com a maioria localizada na Costa Oeste - especificamente a Califórnia. As outras quatro estão na Carolina do Sul (2 estações), Connecticut (1) e Massachusetts (1).
A título de curiosidade, atualmente, a Alemanha possui um total de 32 estações de abastecimento em funcionamento, financeiramente apoiadas pelo governo Alemão através do seu programa National Innovation Programme for Hydrogen and Fuel Cell Technology (NIP).
Serão estes os impedimentos para os projetos crescerem?
Apesar da escassez de tanques de hidrogénio para reabastecimento e apesar do custo de todo o processo, Holthausen ainda está a avançar com o Projeto Hesla. A empresa pretende aperfeiçoar o seu protótipo, para adquirir mais dados nos próximos meses.
Se esses testes fornecerem informações pertinentes, estes poderiam dar a outras empresas, que investiram em veículos movidos a hidrogénio, a experiência técnica para alcançar uma evolução "musculosa". Se olharmos para o mercado, temos a sensação que afinal o futuro poderá mesmo passar pelo hidrogénio pois marcas como a Honda, que está empenhadíssima nos carros de hidrogénio, a Toyota que tem um camião a hidrogénio ou a Mercedes Benz que estreou o seu SUV alimentado com hidrogénio em setembro, fazem-nos ver que, afinal... poderemos ter um caminho diferente do hype que se faz sentir no presente.
Este artigo tem mais de um ano
estou mesmo a ver que o futuro vai ser o Hidrogénio como combustível e não os carros eléctricos…
veremos o que vem por ai…
mas são carros eléctricos , mas a fonte de energia é o Hidrogénio.
Se soubesses o que dizes!!!
😀
O hidrogénio não é para explodir, lá dentro de uns cilindros…
O carro é na mesma elétrico, caro Zé Tuga.
Há pessoas que nao tem mesmo noção 🙂
O hidrogénio como combustível tanto pode ser usado para alimentar motores eléctricos como para “explodir”. Nesta última hipótese os motores actuais a gasolina seriam relativamente fáceis de adaptar, mas há o problema complexo de armazenar hidrogénio, transportá-lo e distribuí-lo, tudo isto ainda com muito por fazer.
Nos carros eléctricos (incluindo o Tesla neste artigo) é sempre dada muita ênfase à questão da autonomia. Essa é uma falsa questão, porque uma autonomia de 300-400Kms é perfeitamente satisfatória para uma utilização comum. O problema é quando temos precisamos para reabastecer e “refazer” essa autonomia!!! Hoje resolvemos o problema em 5 min numa bomba de gasolina/gasóleo. Num carro eléctrico varia de 20-30 min até várias horas, dependendo do posto de carga. Mesmo 20 min… é muito alto para ser prático!!!
E aí está precisamente o contra dos carros eletricos…
Sou amante do mundo automóvel e faz cerca de 1ano e meio que comprei um Tesla model S, nao poderia estar mais satisfeito com o carro do que aquilo que estou.
Para terem uma pequena ideia, faco em média cerca de 150km/dia entre casa e trabalho e antigamente conduzia um 1.6 a gasolina nesse trajecto.
Com um consumo médio de 5l/100km, gastava em média uns 40Euros em gasolina por semana(Só casa trabalho).
Tendo em conta que tenho um supercharger a 2 minutos de casa posso carregar o carro todos os dias se assim o necessitar a custo zero!
No entanto, para viagens grandes acaba por ser frustrante principalmente com o número de Teslas que circulam nas estradas por estes lados…esperar 1 hora até o carro carregar e poder seguir viagem ainda é naquela, agora chegar ao supercharger e ter lá mais 3 a espera para carregarem… 🙂
Com o tempo vamos lá, até lá…viagens grandes sao sempre feitas com um v8 <3
A custo zero…
Tu, eu, todos nós pagamos a eletricidade que usas para carregar o teu carro e outros como o teu.
A meu ver essa eletricidade deveria ser paga apenas por quem a utiliza, pois também ninguém paga a minha gasolina.
Acho que pela descrição dá perfeitamente para perceber que ele mora nos EUA, onde a Tesla disponibiliza gratuitamente superchargers. O custo dessa electricidade fica por isso a cargo da Tesla (que vai buscar o dinheiro aos carros que vendeu).
Realmente, ter 3 teslas á espera só se for mesmo pelos Estados unidos, infelizmente.
Eu não em importava nadinha de ter um tesla e ter de esperar que 3 carregassem os carros 😉
E se Portugal construísse umas mega usinas nucleares com tecnologia e materiais modernos, com segurança mega reforçada, afim de ter electricidade barata pra depois produzir hidrogênio barato
Se em tancos a segurança era tao boa imagina numa isina nuclear. Ate os terroristas vinham fazer visitas turisticas e levavam o plutónio 😀
+1
AHAH granda Hugo, tens toda a razão.
Hugo, ninguém consegue entrar em Tancos sem ser visto! O roubo foi feito com pessoas lá de dentro.
por cá diz-se Central nuclear. Mas nós compramos energia eléctrica que deriva de centrais nucleares. Aliás quase toda a energia eléctrica importada deriva ou das centrais nucleares francesas ou espanholas, escusamos de as ter entre portas.
O que se passou em Fukushima e Chernobyl, ensina-nos que é melhor usarmos energia mais cara, mas com menos impacto ambiental!!!!!
O que se passou em Fukushima e Chernobyl, ensina-nos que é melhor não construír-mos centrais nuclear no meio de várias placas tectónicas.
Isso é tudo muito bonito falar dos preços mais baixos do hidrogênio e electricidade quando se chegar mesmo la vamos a ver se os preços nao serão os mesmos do gasóleo ou gasolina ou se serao ainda mais caros. A bp , shell, cepsa nao vao fechar nem morrer a fome, quanto mais os gajos da venezula, ou da Arabia Saudita. Comprar algum veiculo assim agora compensa, mas quando houvee milhões deles é como hoje em dia
Concordo com o Hugo e acrescento que, o que nos resta por agora é….aos que podem €€€€…..irem aproveitando esta diferença favorável no preço, pois quando a coisa se massificar, vai ser mais do mesmo que vemos hoje com os combustíveis fosseis.
Caro Hugo Gomes,
É verdade que os preços actuais não são de todo competitivos com o gasóleo e/ou gasolina, mas o que é facto é que existe muita investigação na áera e posso-lhe dizer que o actual plano da Toyota inclui um grande “boom” na produção de veículos movidos a hidrogénio a partir de 2030/2035. É claro que a transição tem de ser feita de forma suave e para haver carros é necessário haver infrastruturas para os abastecer e vice-versa.
Além disso, as metas na UE incluem a redução de emissões de gases de efeito de estufa em 80 % relativamente ao ano de 1990, pelo que tem de haver uma descarbonização dos transportes (e não só! Os transportes não representão mais de 25 % das emissões!). Porquê? Porque os restantes 20 % equivalem à quantidade que o planeta consegue absorver!
Actualmente, cerca de 90 % do hidrogénio produzido mundialmente vem de combustiveis fósseis, nomeadamente gás natural e cracking do petróleo, não sendo de estranhar que empresas como BP, Shelll ou Cepsa tenham também interesse nesta tecnologia. É óbvio que então temos de arranjar alternativas para a produção desse hidrogénio, se não continuamos a utilizar combustiveis fósseis! Essas alternativas podem vir da própria água (questionável em países com falta dela), biomassa, resíduos urbanos, etc. Felizmente há muita investigação nesse sentido e muitos projectos de demonstração que provam que é possível. É uma questão de tempo!
Cumprimentos,
Frederico Relvas
Isto se o lobby das eléctricas não “obrigar” os governos a imporem os carros 100% eléctricos e com baterias às pessoas, como vejo actualmente!
Mercados de hidrogénio , não obrigado .
Tudo muito bonito mas quando gastarmos o hidrogeneo todo depois nao respiramos!!!
Diogo, sabes mesmo o que estás a dizer?
O Hidrogénio é, apenas, o elemento mais abundante no universo.
E não respiras hidrogénio. Basicamente respiramos nitrogénio (78%) e Oxigénio(21%).
Hahahahahahaha
Da ultima vez que me lembro de estar acordado numa aula de ciências, ouvi dizer que respiravamos Oxigénio!
Mas isso poderia ser eu a sonhar alto com os nervos! 🙂
Isso não me preocupa. Quando acabar o “hidrogeneo” começamos a respirar oxigénio.
Sei de fonte segura que já existe essa solução.
Partiram-me o barrote todo com tanta palermice.
Um dia destes vou experimentar oxigénio.
😀
…sem palavras…
Que sirva de comparação adequada, se continuarmos com os motores de combustão interna, estes sim “comem” o oxigenio que respiramos.
O grande problema é estes, juntamente com as outras combustões, consomem o oxigenio mais depressa do que o planeta o consegue repor.
Entao agora saimos duma manutencao cara para outra manutencao cara?
O mais provável é no futuro haver uma combinação de diferentes fontes de energia: carros a electricidade, mas de electricidade obtida de hidrogeneo + solar + bateria + eolica (porque não? A mais de 120 Km/h ,pequenas hélices a rodar ao vento, produzem electricidade suficiente para recarregar baterias ). E já agora acabar ou diminuir drasticamente a dependência de combustiveis fosseis e claro, a poluição.
eolica nos carros???? so se for a descer hehehe, quanto muito podem usar o material dos isqueiros (aquele que quando pressionado produz electricidade) nos amortecedores
Vocês são malucos, mas com hidrogénio a dependência dos combustíveis fosseis reduz demasiado, enquanto se for eletricidade os países ficam ainda menos sustentáveis na produção de energia limpa e precisam de recorrer a combustível fóssil para produzir a mesma, e mais umas décadas o pessoal do petróleo a mamar.
Agora hidrogénio “qualquer gajo com dinheiro” no futuro poderia abrir a sua fabrica, como fonte de energia no processo de preparação do hidrogénio instalava painéis solares, e estaria pronto a vender. Mas poderia haver tantos produtores que deixava de “meia duzia mamar”, isso não da, nem os states querem.
Estou a ser irónico mas é a verdade das verdades.
E usar mais bobinas, juntamente com paineis solares e pequenas turbinas eolicas através da grelha da frente.
Tenho a certeza que há maneira de tornar o carro muito mais eficiente, talvez sem necessitar de carregamentos, talvez muito próximo
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=7wXezryIjQk
@Catarino
Esse e outros projectos já eram… infelizmente…
Fantástico, tenho a convicção que isto é possível, falta só interesse…
@David & @Miguel Nóbrega
Quando não existe interesse (€) estes projectos morrem à nascença
A Toyota já tem híbridos a hidrogeno e a Bateria, para venda e a circular nas estradas.
A ler certos comentários fico com a sensação que existem pessoas que não sabem que existem leis e regras para tudo.
Exemplo dos painéis solares: Sol, fonte natural de graça para todos. agora tentem lá montar uma estação solar e vender energia que nem loucos. Não conseguem, pois não?
Porque é preciso licenças e essas licenças já foram atribuídas. O mesmo se vai passar com novas fontes de energia, vão ser reguladas e vão obedecer a regras impostas pelo governo.
Quanto a certas soluções apresentadas aqui para tornar os carros mais autónomos, em relação a energia gasta versus produzida, acham que ideias como turbinas e outras coisa do género não estão mais que estudadas e que o efeito custo/beneficio não é viável. Até hoje, ainda não se conseguiu fazer um motor autónomo, porque as leis da física não se conseguem enganar. Um motor para produzir energia tem de gastar energia e gasta sempre mais do que o que consegue produzir, devido as perdas dessa mesma energia (em forma de calor por exemplo).
O meu Leaf tem um pequeno painel solar na traseira, mas esse painel solar não serve para carregar as baterias que alimentam o motor que dá movimento ao carro. Serve apenas para carregar a bateria de 12v igual a dos carros de combustão. Montar um painel solar em cima do carro com o propósito de carregar as outras baterias está mais que estudado que de nada serve, porque o peso do painel versus a energia aproveitada por esse painel não é uma mais valia, mas sim um transtorno.
e se em vez de um painel a propria tinta do carro produzir eletrecidade com luz???
A ultima vez que vi so as pessoas que querem apoio do estado para colocar paineis solares tinham de tirar licenças, o resto podia por e vender a electrecidade a EDP ou outra mas o preço de venda é o mesmo de compra.
Eu não disse que esta tudo inventado, ainda há muito por descobrir e implementar neste campo das energias alternativas. O que eu quis dizer é que nem todas as ideias funcionam como parecem. Já li acerca dessa tinta, agora falta ver o custo/beneficio.
Quando me refiro a estações solares, são aqueles estações foto-voltaicas de grande dimensão que se vê por este Alentejo fora.
Mas até para fazer isso na sua residência precisa de uma autorização partir de uma certa potência gerada, porque não pode injectar na rede sem mais nem menos.
Até que enfim alguém fala das leis da física. Temos atrito, temos rendimento. A energia total consumida numa ação é superior à energia gerada pela ação. Claro que a energia solar ajuda, porque a fonte de energia é exterior à maquina utilizadora. Mas a sua transformação em trabalho tem perdas.
Hidrogénio é a tecnologia que me pode fazer mudar de gasolina/gasóleo para algo melhor.
Carro eléctrico só por si está sempre limitado pelos tempos de recarga.
Não me interessa um carro que não pode fazer Porto-Albufeira em 6 horas, no máximo.
Carro a hidrogénio é rapidamente reabastecido (como qualquer carro a gasolina). Isso é uma alternativa viável.
Já há, para carros a combustão, uma boa alternativa de economia , a empresa brasileira hidrogénio global e o hidrogénio é on demand e assim elimina o problema de possível explosão de hidrogénio.
Eu trabalho na Toyota, que já vende um carro a hidrogénio há algum tempo. Desconheço qualquer camião que é mencionado no artigo. Importam-se de esclarecer?