Marrocos vai instalar um dos cabos submarinos mais longos do mundo para enviar eletricidade
A guerra imposta pela invasão da Ucrânia e as sanções à Rússia vieram mudar o paradigma mundial do consumo de energia e a obtenção da mesma. Como tal, os países intensificaram a procura de novas soluções. Com um total de 3.800 quilómetros e uma potência de 1,8 GW, Marrocos vai estender, juntamente com a Grã-Bretanha, um cabo submarino com o qual pretende abastecer mais de 7 milhões de habitações.
O Reino Unido chegou a um acordo com Marrocos para obter eletricidade a partir da inesgotável energia fotovoltaica disponível para o país africano.
Eletricidade de África vai ser entregue no Reino Unido
O objetivo do acordo é construir um parque fotovoltaico e eólico perto do Atlântico, localizado a uma latitude próxima das Ilhas Canárias, e estender um cabo de 1,8 GW com uma capacidade de mais de 3.000 quilómetros até ao país britânico. O orçamento para o trabalho é de 18,5 mil milhões de euros.
A viabilidade do projeto, que estará na fase de conceção e planeamento até 2025, foi recentemente confirmada. A empresa responsável pela execução do "Xlinks Morocco-UK Power Project", como é chamada, será a britânica Xlinks, que irá agora instalar uma fábrica na Escócia, na cidade de Hunterston, para fabricar todo o equipamento necessário para a fábrica e os dois cabos submarinos que se estenderão de Marrocos até ao Reino Unido sob o Oceano Atlântico.
Para além da infraestrutura que levará a energia do ponto A até ao ponto B, o projeto necessita de um navio especificamente concebido para o efeito. Esta tarefa foi confiada à empresa britânica XLCC, que já está a desenvolver um navio que eles próprios descrevem como "o mais sofisticado, eficiente e amigo do ambiente, de colocação de cabos do mundo no momento da entrega".
Uma vez que se trata de uma comissão única, está também em curso o trabalho de seleção de um estaleiro naval que possa levar a cabo o seu fabrico.
3.800 quilómetros de cabo submarino para ligar Marrocos ao Reino Unido
A central fotovoltaica e eólica será localizada na região marroquina de Guelmim-Oued Noun, perto da cidade de Tan-Tan, ao largo das Ilhas Canárias, e terá como área útil mais de 1.500 quilómetros quadrados. Está prevista uma capacidade de produção de 10,5 GW por ano, dos quais 7,5 GW virão da energia solar, enquanto 3 GW virão da energia eólica.
Além disso, o projeto também contempla a construção de baterias para armazenamento de energia com uma capacidade de 20 GWh.
O cabo, que é na realidade uma linha de alta tensão DC dupla, terá uma potência de 1,8 GW e exigirá um total de 90.000 toneladas de aço para cobrir os 3.800 quilómetros desde a costa marroquina até ao ponto mais próximo da costa britânica até à cidade de Londres.
Enquanto o cabo submarino Xlinks Marrocos-UK Power Project é significativamente mais longo do que os interconectores existentes, a tecnologia HVDC é a mesma tecnologia comprovada usada para ligar a Grã-Bretanha e outros países europeus, ou a tecnologia proposta para a interconexão entre Marrocos e Portugal.
Referiu a empresa na sua página de descrição do projeto.
Segundo a própria Xlinks, quando a central conseguir produzir eletricidade em velocidade de cruzeiro, deverá ser capaz de fornecer ao Reino Unido 8% da energia necessária para alimentar todo o país, o que significa fornecer eletricidade a mais de 7 milhões de lares, ao mesmo tempo que proporciona emprego permanente a 1.350 pessoas no Reino Unido e 10.000 empregos diretos e indiretos em Marrocos.
No entanto, não se espera que os trabalhos estejam concluídos e que a fábrica esteja operacional até entre 2027 e 2029.
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O tiro saiu pela culatra ao Putin…
Na minha opinião é uma absoluta estupidez.
Faria mais sentido um cabo menor que ligasse à rede europeia e a partir daí fornecer eletricidade ao Reino Unido. Mais barato, menos tendente a falhas e coerente com o sistema já existente.
Alguém vai torrar dinheiro desnecessáriamente.
Ligava a Portugal ou a Espanha e depois ligava ao UK
Foi exatamente o que pensei amigo!
Considerando as politicas da EU depois iriam querer vender a energia ao triplo daquilo que compraram e ainda faziam meia duzia de exgencias para tentar fazer do Reino Unido um exemplo para outros paíes que possam sonhar em sair da “uniao”.
Dessa forma o UK não fica dependente de terceiros, é um negócio entre eles e Marrocos, sem intermediarios no meio.
E como fica independente de terceiros se o cao passa nas costas Portuguesas, Espanhola e Francesa? Que eu saiba não passa em aguas internacionais e como Portugues espero que o estado portugues receba a sua parte pelo “aluguer” do espaço….
Aproveitar este cabo e passar um para a ilha da Madeira era uma coisa extraordinária, mas nunca vão fazer isso
Para a Madeira basta passar 2 cabos de 2.5
Pirata, de preferência.
Gostaria de saber qual é a contrapartida que portugal ganha ao deixar passar o cabo em território português.
Outros países deixam cabos passar pelo seu território para o interesse de Portugal.
Bem pensado .
Não seria melhor as contrapartidas serem deixar alguma dessa energia ficar em Portugal em vez da cobrança ir para o bolso de alguém que nós já sabemos.
São inteligentes, estão a arranjar um circuito alternativo à rede europeia. Se houver guerra na Europa de forma mais generalizada, têm mais hipótese de manter a energia eléctrica a funcionar neste circuito alternativo.
Só é estranho não estarem a construir centrais de produção de energia eléctrica no Reino Unido, em vez de gastar todo este dinheiro em uma linha para ficarem dependentes de Marrocos… mas eles lá sabem.
O UK é relativamente auto-suficiente no que diz respeito a energia e existem projectos para que seja totalmente, no entanto importar energia de países onde ela seja mais barata para depois exportar a sua é uma técnica de vendas e uma forma de fazer lucro.
Os europeus não aprendem ! isto vai ser contruído no território do Sahara. Mais um projeto europeu que so vai servir para fazer pressão as posições politicas deste território.
Devemos cobrar pela passagem do cabo pelas nossas aguas.
Apenas e só a transferência da dependência. Não dá para entender os loirinhos.
Que tal começar a colocar painéis do Alentejo até ao Algarve turbinas aéolicas em toda a costa litoral Portuguesa e aproveitar a energia das ondas da Nazaré e já agora colocarem-me como ministro dos recursos energéticos que faria deste país um dos mais ricos da Europa.
Santa Corrupção este País e não Santa Ignorância.
o que não falta é painéis solares no Alentejo e já há velhos do restelo a protestar porque há tantos painéis.
Este cabo é em DC.
A rede europeia existente, pelo conhecimento que tenho, é toda em AC.
Os fabricantes de calha técnica estão pior que estragados com esta notícia.
Menos preocupação com questoes ambientais.
Fica em falta a informação de quanto Portugal vai lucrar com a utilização da sua área económica exclusiva!
Considerando a longa distância, é uma perda energética constante. E tendo em conta o avultado custo de instalação, presumo que irá provocar um aumento do custo energético.
No meio disto destaco o investimento de Marrocos na maior central de energia solar do mundo, um país com disparidades tão grandes e consegue ter o olho bem no futuro.
Portugal que será provavelmente o país da Europa com mais exposição solar pouco quer saber se seria benéfico fazer algo semelhante.
Que estúpidez , e quando for para fazer manutenção ao cabo ? Lá vai mais meia tonelada de tóxica para o oceano?.. ainda por cima passa por Portugal são uns burros esse governo , enquanto a descarga elétrica dentro de água espero bem que esteja esses cromos na praia , na água .. pode ser que deixem de inventar ..
Estou cansado de comentar isso com um amigo faz tempo, finalmente!!!