Glovo vai despedir 6,5% da sua força de trabalho em vários países
Desde há várias semanas que muitas empresas da área tecnológica tem estado, uma por uma, a anunciar despedimentos de grande escala em várias divisões dos seus negócios. Vimos o Twitter, Meta, Google, Amazon, Microsoft, Spotify e várias outras a seguir o mesmo caminho, deixando sem trabalho milhares de pessoas. Apesar da Glovo ter uma escala diferente, a mesma no conjunto de todos os países onde opera envolve milhares de funcionários. Agora a empresa informou que vai despedir 250 pessoas.
O anúncio foi feito por Óscar Pierre, CEO e co-fundador da empresa espanhola. Segundo ele, estes cortes afetarão principalmente os seus trabalhadores na sede de Barcelona, embora as demissões abranjam vários países.
Pandemia criou uma necessidade e a Glovo respondeu
Conforme explicado pela Glovo, estes despedimentos não faziam parte dos seus planos há seis meses. Entre as áreas mais afetadas encontram-se o apoio empresarial, recrutamento e dados, enquanto que "estafetas, takeaway e os funcionários da linha da frente não serão afetados".
Desde que começámos em 2015, a Glovo tem um crescimento anual triplo ou duplo. Quando se cresce tão depressa, há necessidade de escalar a equipa o mais rapidamente possível para lidar com a situação.
Explicou Pierre na comunicação que fez aos funcionários.
Segundo o CEO, a situação em 2023 mudou em relação aos anos anteriores, com despedimentos que afetaram praticamente todas as principais empresas tecnológicas, com algumas exceções.
A ascensão de Glovo foi, em parte, impulsionada pela própria pandemia. Durante cada um dos três primeiros trimestres de 2022, a Glovo explica que excedeu os seus objetivos de crescimento de receitas brutas. Mas "a procura está a abrandar no setor da entrega".
Para além da situação económica, a Glovo tem a pressão financeira acrescida de várias multas da Inspeção do Trabalho. No total, é-lhes pedido uma soma de cerca de 205,3 milhões de euros por multas relacionadas com a utilização de falsos freelancers.
O arranque previa perdas brutas de cerca de 330 milhões de euros até 2022. Estes números não foram do agrado do Delivery Hero, que comprou a empresa no início do ano passado, num negócio então avaliado em cerca de 2,3 mil milhões de euros. Uma venda ruinosa que não equilibra bem as contas e que este 2023 começará com despedimentos.
Em comunicado a Glovo Portugal refere que:
Decisão sem impacto em Portugal. Ao crescer exponencialmente nos últimos anos, a Glovo tem o compromisso de construir um negócio economicamente sustentável. Para apoiar o nosso caminho até à rentabilidade num contexto de incerteza económica, estamos a optimizar a nossa estrutura operacional, colaboração e processos para nos tornarmos mais eficientes.
Para preparar o nosso negócio para o futuro, a Glovo vai reduzir a sua força de trabalho global em cerca de 6.5%. Esta decisão tem impacto principalmente na nossa sede em Barcelona, em áreas de apoio ao negócio, recrutamento e dados. Apenas alguns mercados locais serão impactados por esta decisão, com reduções limitadas a um dígito. Nenhum estafeta, picker ou colaborador de frente de linha será afetado e não esperamos qualquer impacto nas nossas operações.
Colaboradores afetados já foram informados e estamos a fazer tudo ao nosso alcance para os apoiar durante este processo.
Juntamente com a Glovo, houve também anúncios de despedimentos noutras empresas, como, por exemplo, a Philips. Esta anunciou que vai despedir seis mil pessoas até 2025, devido a prejuízos causados pela recolha de ventiladores para a apneia do sono defeituosos, a afetar há meses a empresa holandesa.
[Notícia atualizada: 31/01 - 9:45h]
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Ui,se fosse só a Glovo !! Isto vai ser uma constante daqui para a frente.Acho que hoje em dia ninguém está a salvo nos seus postos de emprego,nem mesmo os patrões.
Na Austrália delivery´s é aos montes no desemprego, muitos já andam á procura de outro trabalho porque eram tantos que poucos já se governavam.
Cá vai pelo mesmo caminho quando houver falta de dinheiro para mandarem vir, o que vale é que são todos brasileiros
A última parte do teu comentário era desnecessária.