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Gestores tendem a acreditar que funcionários são máquinas de produtividade no escritório

                                    
                                

Este artigo tem mais de um ano


Autor: Ana Sofia Neto


  1. Aves says:

    De facto acho estranho. As alternativas aparecem sempre “full” teletrabalho, todos os dia em teletrabalho, ou nenhum, todos os dias presenciais.
    A alternativa de que mais se fala para trabalho de escritório é o regime híbrido – 2 ou 3 dias de trabalho presencial e os outros dias em teletrabalho.

  2. SANDOKAN 1513 says:

    “Aliás, as idas ao escritório resultam naquilo a que Chamorro-Premuzic chamou de “teatro da produtividade”. Este pressupõe que o funcionário se força a parecer ocupado, quando não há uma carga de trabalho significativa.” Bastou-me ler este último parágrafo do artigo para achar que este “psicológo” é um autêntico idiota. Este actua no “lobby” de quem puxa para a autêntica vigarice que é o “teletrabalho”.

    • Mr. Y says:

      Este teu comentário mostra precisamente o perfil que o Chamorro-Premuzic identifica, por parte de alguns gestores.

    • Aves says:

      Se já está a trabalhar posso-te garantir que nunca conheceste:
      – bons patrões
      – bons administradores
      – bons chefes
      – bons colegas para trabalho em equipa.
      Com estes requisitos preenchidos, tanto trabalhas bem em trabalho presencial como em teletrabalho. “Temos pena”.
      Em todo o caso – e dirijo pessoas e trabalho – considero que o regime híbrido é o mais adequado

    • joao says:

      O Sr deve ser um pessímo chefe. Ninguem deve aguentar trabalhar com o sr. por muito tempo. Deves ser daqueles que faz microgerenciamento o dia inteiro. E no fim das contas, é o que menos produz.

    • Toni da Adega says:

      Visto teres tanto conhecimento de causa.
      Podias partilhar a tua experiência de trabalhar no escritório vs trabalhar em casa. Assim como quais as condições ideais de trabalho (ordenado, benefícios e afins)

      • joao says:

        Ele é chefe daqueles que ninguem aguenta, ou é um invejoso que não pode fazer trabalho remoto e por isso não quer que ninguem faça. Em todos os artigos sobre teletrabalho, ele aparece para criticar. É um atrasado que deve conseguir trabalhar só com um bloco de argila e um pedaço de pau. E se a grama mudar de cor, morre de fome.

        • Toni da Adega says:

          Sempre que aparece artigos sobre teletrabalho ou benefícios é sempre contra.
          E depois está sempre a chorar que tudo é caro e que ganha bem.
          Basicamente é explorado e detesta trabalhos bem pagos

    • Vasco says:

      Ou eu sou um extraterrestre e presencio coisas que não acontecem na vida de mais ninguém, ou estou a mentir e ambas as afirmações são falsas. Está muito enganado. Comecei a vida a trabalhar presencialmente na empresa X dirigida pelo Engº Y que era uma pessoa absolutamente brilhante, de famílias da Classe A da Avenida de R. E quando digo brilhante, era-o não só em termos académicos pois foi uma das pessoas que conheci e que mal apareceram as primeiras versões de SGBDR com UI em terminais de texto se preocupou em construir uma camada de abstração que permitia ao pessoal de desenvolvimento na altura criar uma form complexa em menos de 10 minutos num sistema que não trabalhava com rato (ainda quase não havia disso) em 80 linhas por 25 colunas e ao mesmo tempo lidar com todos os triggers etc. Era o tempo do tty, praticamente… Para além desse brilhantismo profissional – era o dono da empresa, sócio único -, trabalhava com clientes com idênticas características, pessoal reconhecido sem quaisquer dúvidas na Europa e EUA. Para além disso tinha um problema, um único apenas: Era aquilo que nós associamos a um “patrão” mas daqueles à moda antiga e gostava, por vezes, de fazer micro-gestão do tempo das pessoas. Cheguei a ouvir coisas como “não gostaria que A ou B fizessem tal coisa na sua vida pessoal” e eu que tinha alguma confiança (e distância ao mesmo tempo) a perguntar-lhe o que é que isso tinha a ver com o trabalho, e ele a responder que tinha tudo a ver, etc. Nunca concordei com ele nesse aspecto, mas são feitios e pronto. Era portanto, controlador – o primeiro a dar o exemplo no trabalho, na empresa, nas directas, em tudo – mas um grande controlador! Pois acredite, que uma vez se passaram duas coisas nessa empresa que eventualmente o poderão fazer mudar de opinião. Uma foi três ou quatro dias antes de um congresso importante pedir a alguém do desenvolvimento para começar a fazer import manual dos dados dos congressistas para a aplicação / base de dados e descobrir… que para além do user interface nada, mas mesmo nada funcionava. Como na altura ele adorava aquele rapaz (e era um rapaz na altura), confiou cegamente e não fez gestão de projecto e ía-se lixando. Teve de ser ele, quase sozinho a agarrar no projecto, fazer 72 horas de trabalho seguido e, na realidade, programar todo a logica da aplicação ao nível de backend. E esse Engº estava numa mesa a 10 metros de distância da dele… Todos os dias, das 10h da manhã até tarde (ficava sempre até muito tarde na empresa). Erro: Não ter tido o cuidado de aplicar princípios básicos de gestão de projectos quando lhe atribuiu a responsabilidade toda sobre tal aplicação, mais a mais numa empresa que era pequena em termos de número de funcionários. Na mesma empresa, outro colega, uns anos mais tarde: Cai o carmo e a trindade pois um certo evento deveria ter um site especial para receber comunicações, etc. A uma semana… nada pronto! O mesmo erro cometido duas vezes. Pena não poder entrar em detalhes mas, garanto-lhe que você pode ter na sua frente em certas áreas profissionais, uma pessoa que olha para si, olhos nos olhos, e estar a ser completamente enganado. Pensa que ela está a trabalhar e ela está na realidade “noutro mundo”. Existe gente assim e portanto posso-lhe dizer que, tirando oficinas, linhas de montagem, fabricas em linhas de produção, atendimento ao público presencial e tarefas que exigem de facto a presença física do elemento humano – e são milhares que de facto exigem essa presença e não podem (actualmente) ainda ser feitas em regime de teletrabalho -, tirando essas tarefas e profissões, tudo o resto pode ser feito em teletrabalho, sendo que quanto mais complexa é a tarefa a realizar do ponto de vista intelectual, menos importante e menos garantias oferece a presença física do funcionário. Aliás, sou da opinião que o teletrabalho OBRIGA a gerir, a implementar boas práticas, e a controlar ainda mais do que em situações de trabalho presencial e portanto, em certas funções, a hipótese de ser esquentador (trabalhar para aquecer) é maior quando se trabalha presencialmente…

    • Santos says:

      Deves ser gestor…

    • Andre says:

      Mais um feudalista. Como é que explica que na pandemia foi quando a empresa onde trabalho teve os melhores resultados… No escritório, há uma sensação de falsa produtividade. Eu pessoalmente rendo menos de metade no escritório do que remotamente.

      • João says:

        E se for obrigado a voltar para escritório, os gestores deviam esquecer os funcionários após o expediente. Nada de ligar após o horário de trabalho, afinal, trabalho bom, somente no escritório. Que aguardem o próximo dia.

  3. Someone says:

    Eu defendo o teletrabalho por diversas razões:
    – Maior produtividade – Sinto que trabalho muito mais em casa que no escritório;
    – Maior qualidade de vida – faço as 8h/dia em casa, fecho o pc e faço coisas que mais gosto (estar com familia, amigos, fazer exercicio fisico, etc…)
    – Mais flexibilidade de horario – entrar ás 8h da manhã ou entrar ao 12h é-me indiferente (para quem pode, óbvio) desde que apresente as 8h/dia ou totalize as 40h/semana.
    – Mais concentração – Faço várias formações remotamente em casa, o que me permite estudar e desenvolver competências do meu posto de trabalho;
    – Maior salário emocional – A verdade é que nem tudo é dinheiro, mas se tiveres um work-life balance bem definido e em teletrabalho, acreditem que são muito mais felizes, já para não falar que poupam dinheiro em terapia e burn-outs.
    – Permite mobilidade regional – Posso trabalhar tanto em Lisboa como em Tóquio…não tenho restrições a esse nível, desde que a entidade patronal tenha o conhecimento o local onde estou.
    – Economia local sai a ganhar – tendo em conta que o interior de Portugal está a ficar deserto, muitas pessoas escapam da confusão da cidade, para viver no campo, trabalhando remotamente. Pressupõe gastos na economia local.

    Acho que as empresas deviam repensar na felicidade dos trabalhadores dando a escolher qual o regime de trabalho que preferem (claro que nem todas as empresas/sectores é possível fazer isso). Um trabalhador feliz é muito mais produtivo que um trabalhador frustrado, só os chefes (não são lideres) não entendem isso (especialmente mente pequenina de Portugal)…

    • Person says:

      +1
      Aliás, sou da opinião que se os governos estivessem realmente empenhados na questão da desertificação do interior, durante e mesmo após a pandemia, perdeu-se uma oportunidade de ouro, e talvez a única e mais eficiente para tentar reverter este cenário, onde poderiam (e deveriam) ter existido apoios concretos para incentivar a mudança das cidades para o interior.

      Sou também da opinião que o teletrabalho é muito mais eficiente, visto que não existem descolações, “ruído”, acaba por deixar a mente mais “desocupada” com questões do dia-a-dia e permite maior focus nas tarefas.
      Claro que é bom por vezes ir ao escritório para convivermos com os nossos colegas, mas ao contrário do que muitas vezes nos tentam ludibriar (especialmente o típico patrão português), que temos que vestir a camisola e sermos todos “amiguinhos”, trabalho é trabalho, conhaque é conhaque. Ponto.
      Não é por não estarmos no escritório que somos obrigatoriamente menos professionais.

      As únicas pessoas que são contra este regime são claramente os gestores (os mais limitados/fracos) e as pessoas que não podem/não lhes permitem este regime, e como tal é apenas o sentimento de pequenez que muitas vezes se vê em muitos Portugueses para com os outros.

      O trabalho hibrido é talvez o mais interessante, mas para muitas pessoas também não seria solução, devido ao primeiro ponto que enumerei.

  4. Santos says:

    Teletrabalho é o futuro.
    Poupa-se tempo nos transportes (e consequentemente dinheiro e o meio ambiente), não preciso de me levantar uma hora e meia antes para me preparar para ir para o escritório, poupo tempo na hora do almoço pois dá sala para cozinha são 20 segundos a pé, acabando o horário tem-se tempo para ir treinar, estar com a familia/amigos, não vejo desvantagens. Aliás se fosse assim tão mal os nórdicos não o faziam e, por falar em nórdicos, a semana de 4 dias de trabalho é realidade, aqui em Portugal só no próximo século é a correr bem.

    • Zé Fonseca A. says:

      Para mim o pior é o almoço mesmo, no escritório vou sempre com companhia ao restaurante, em teletrabalho saio na mesma para ir almoçar fora mas muitas vezes sozinho quando não consigo conciliar agendas, algumas vezes vou ao escritório almoço com o pessoal e volto para casa, por isso híbrido é o que faz mais sentido

  5. eu says:

    Apesar de gostar do teletrabalho por todos os motivos já aqui mencionados, estou em híbrido (considero o aceitável para ambos os pontos de vista).
    O patrão se quiser pode de um dia para o outro mandar todos para o escritório o tempo inteiro, é certo e é um direito que lhe assiste, da mesma forma que se esse dia chegar, reservo-me ao direito de me demitir nesse mesmo instante e isto não são palavras ocas, é algo que já pensei muito bem e posso não estar certo de algumas coisas na vida mas desta não tenho qualquer réstia de dúvida.

    Nem todas as profissões podem dar-se a este luxo mas algumas podem.

    Como eu, acredito que haja uma grande fação que pense da mesma maneira e o mercado auto regula-se.
    É tão simples quanto isto.

    • Zé Fonseca A. says:

      Hoje em dia, pelo menos em tech a maioria dos empregadores já todos estão abertos ao teletrabalho principalmente por causa disso, quem não tiver teletrabalho alguns dias por semana despede-se e depois para arranjar pessoal é complicado, por isso renderam-se.
      18% dos tugas estão em teletrabalho neste momento, contra 23% durante a pandemia, por isso foi um sucesso

    • João says:

      Não é luxo. É ferramenta. Se que puder fazer teletrabalho o fizer, aqueles que não podem terem o trânsito mais livre e menos estressante para chegar ao seu trabalho, é menos acidentes e riscos também.

  6. SouHumanoNaoOcidental says:

    Peter Drucker uma vez numa conferência com gestores das maiores empresas do mundo pediu que se levantassem todos os gestores que já tinham sido despedidos. E assim fizeram. Depois solicitou que se fossem sentando quem já tinha sido despedido uma, duas e três vezes ficando de pé todos os outros que já tinham sido despedidos mais de três vezes. E depois indicou que esses últimos que estavam de pé é que sabiam o que é gerir. Porque gerir significa lidar com pessoas, ter empatia com as mesmas, saber ou tentar saber como é trabalhar na empresa onde esse gestor é o responsável. Se olharem para os cursos universitários mais indicados para gestores irão ver cursos como economia, gestao, contabilidade e se olharem para as cadeiras desses cursos têm poucas relacionadas com a gestão de pessoas como psicologia, gestão de stress, gestão de tempo. Peter Drucker mencionava isso muitas vezes. Se a questão é produtividade e se olharmos para a fórmula de produtividade não se encontra componentes como motivação, politicas de integração na tomada de decisão dos funcionários no futuro da empresa. Um bom líder não precisa de mandar fazer. Um bom líder serve como exemplo para as pessoas seguirem e para tornar o local de trabalho agradável para os seus funcionários de forma a que produtividade seja elevada e traga mais dividendos/lucros.

  7. Grunho says:

    Gestores é capitalistas, ponto final parágrafo. E enquanto os capitalistas continuarem a beneficiar do poder político, através de partidos que lhes prestam vassalagem, e do poder econômico, através do exército industrial de reserva, vão continuar a usar como querem o resto da população que está debaixo do tacão da bota deles. E a quem torcer o nariz é “vês ali aqueles todos à espera do teu lugar?”

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