Coreia do Norte terá infiltrados em tecnológicas dos EUA para financiar o seu programa nuclear
A Coreia do Norte terá infiltrado teletrabalhadores com identidades falsas em empresas de tecnologia dos Estados Unidos da América (EUA) para financiar o seu programa nuclear, segundo o Federal Bureau of Investigation (FBI).
A Coreia do Norte vive sob um escudo, pelo que o mundo sabe muito pouco do que por lá se passa. Apesar de a situação do país não ser, segundo os especialistas, a mais favorável, social e economicamente, o regime de Kim Jong-un possui o quarto maior exército ativo - atrás apenas da China, da Índia e dos EUA. Além disso, possui armas nucleares.
O secretismo em torno da Coreia do Norte deixa muitas perguntas sem resposta, nomeadamente, a forma que o país arranja para financiar os seus projetos militares.
Coreia do Norte tem infiltrados em empresas tecnológicas dos EUA
Agora, o FBI e o Departamento de Justiça americano anunciaram que a Coreia do Norte desenvolveu, durante anos, um plano complexo para reunir fundos de empresas norte-americanas, com o objetivo de financiar o seu programa de mísseis balísticos.
Conforme explicado pelo Associated Press, a chave para este imbróglio tem sido o trabalho remoto: os cidadãos da Coreia do Norte usavam identidades falsas para se candidatarem a empregos do setor da Tecnologia da Informação (TI).
Uma vez dentro das empresas americanas, enviavam parte dos seus salários para a Coreia do Norte, de modo a cobrir os custos das ambições militares do país.
O FBI alega ter provas de que alguns deles, além de trabalharem para as tecnológicas, infiltravam-se em redes informáticas e roubavam informações confidenciais.
Em algumas ocasiões, reuniram até elementos para montar futuros esquemas de extorsão, por forma a obter outros tipos de benefícios. Tudo isto, enquanto as empresas pensavam apenas ter contratado talentos de TI.
Segundo documentos do Departamento de Justiça, o plano, profundamente enraizado, da Coreia do Norte consistia em enviar milhares de trabalhadores para a China e Rússia, para que desses países pudessem trabalhar remotamente para empresas dos EUA.
Podemos dizer que há milhares de trabalhadores de TI norte-coreanos que fazem parte disto.
Explicou Rebecca Wu, do FBI.
Além disso, esses trabalhadores também enganaram os seus empregadores, fazendo-os acreditar que, embora trabalhassem remotamente, moravam nos EUA.
Neste momento, a Justiça americana apreendeu pouco mais de 1,5 milhões de dólares, pelo que se acredita que a investigação esteja apenas a começar.
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