Cabos submarinos com impacto até 500 milhões euros para Portugal
As infraestruturas de comunicação têm uma elevada importância nas mais diversas áreas da sociedade. Nas comunicações transoceânicas, grande parte dos dados entre Continentes passa por cabos submarinos sendo que as ligações por satélite são usadas normalmente num segundo plano, especialmente pela questão da fiabilidade e largura de banda.
Os cabos submarinos Equiano e EllaLink, "têm um impacto económico potencial de longo prazo de até 500 milhões de euros a mais" por ano na economia portuguesa.
Os cabos submarinos Equiano, financiado pela Google, em conjunto com o cabo EllaLink, que tem financiamento privado garantem um impacto até 500 milhões para Portugal. A informação consta do relatório da Copenhagen Economics, encomendado pela Google, que foi hoje divulgado.
Os dois cabos, que serão implementados no espaço de um ano, têm um impacto económico potencial de longo prazo de até 500 milhões de euros a mais por ano no PIB [produto interno bruto] português, um impacto associado às melhorias da infraestrutura digital, fruto dos próximos cabos que serão implementados em 2021 (EllaLink) e 2022 (Equiano)
De acordo com o comunicado...
Estima-se que as duas infraestruturas de comunicação "permitam o desenvolvimento de novos negócios, investimentos mais eficientes e melhorias no comércio e nos negócios que, por sua vez, levam a uma maior produtividade, novas oportunidades económicas e mais crescimento económico.
As empresas portuguesas que já têm negócios com os países africanos ganham a oportunidade para reforçar as exportações e outras poderão ter aqui oportunidades para explorar levando a um aumento das trocas comerciais entre Portugal e os países africanos, em igualdade de condições
Relativamente ao Equiano, da Google, espera-se que "tenha um impacto positivo no investimento estrangeiro, permitindo que Portugal seja ainda mais um local de investimento atrativo enquanto porta digital para África".
O cabo submarino Equiano começa na Europa Ocidental e percorre a costa da África Ocidental - entre Portugal e África do Sul -, com várias ligações ao longo do caminho, começando a operar no próximo ano (2022), permitindo, assim, um acesso mais rápido das empresas europeias ao mercado africano.
O Equiano terá aproximadamente 20 vezes mais capacidade de rede do que o último cabo construído para servir a costa da África Ocidental e será o primeiro cabo submarino a incorporar comutação ótica ao nível da fibra que simplifica a alocação da capacidade da rede e fornece a flexibilidade para adicioná-la ou realocá-la em diferentes regiões, consoante necessário, sendo um dos mais de 15 investimentos em cabos submarinos realizados em todo o mundo pela Google.
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Este artigo tem mais de um ano
A noticia não explica como é que os cabos em questão podem trazer 500 milhões de euros a mais por ano no PIB…..como mesmo?
Segundo dados oficiais o valor é 496 milhões e 2 centimos, tudo em postos de trabalhos diretos. Vão ser necessários muitos portugueses a segurar o cabo.
é apenas uma estimativa para ganhos indirectos como infra-estrutura, isto é, o quanto é que empresas Portuguesas podem aproveitar para aumentar as suas trocas comerciais, produtividade, empregos, etc. Está sempre dependente das empresas saberem aproveitar.
Mas seria sem dúvida interessante ter acesso à fonte do estudo.
Não são empresas Portuguesas mas sim empresas com NIF PT.
E já estão a aproveitar e bem o EllaLink, eu diria que os 500M em 1 ano seja ambicioso mas não tenho duvida que em 2 anos certamente ultrapassará 1B e quando vier o Datacenter de Sines facilmente chegarmos aos 5B derivados apenas de 3 investimentos.
“, etc”
PIB não é equivalente a volume de negócios!
Parece uma mão cheia de nada…
Ainda bem que não fui o único a ter essa percepção.
+1
Gostava de ver mais informações desse estudo onde se comprovam esses números.
Estes cabos não vão facilitar o furto de dados e cifrar os dados nos servidores e computadores em Portugal? Os 500 milhões de euros são capazes é de voar de Portugal e talvez sejam bem mais de 500 milhões de euros.
Não é difícil de explicar. Vejam o crescimento nos datacenters, principalmente em Lisboa desde que se soube que o cabo vem para Portugal. Possivelmente muitos não conhecem este negócio, mas um dos principais de Lisboa duplicou de tamanho, um outro vai ser contruído e isto ainda sem contar com o de Sines. Foram criadas novas ligações em fibra para o resto da Europa devido a este cabo (ou achavam que só chegaria a Portugal e já estava).
Quem não está dentro do negócio das telecomunicações possivelmente duvida, mas o mercado já começou a mudar desde há cerca de um ano e meio.
Além disso estes cabos têm um efeito agregador. Quando um vem, outros querem chegar e partilhar a infraestrutura. Porque acham que um dos grandes negócios de Bilbao é este e em Marselha?
Seria engraçado que no projeto do novo anel fibra (CAM ring) entre o continente, os Açores e a Madeira fosse comtemplada uma ligação à américa norte e centro, possivelmente através de uma ligação entre os Açores e as Bermudas.
Típicos trabalhadores públicos a escrever as ordens de trabalho.. desculpem-me os competentes, que sempre vão sobrevivendo, mas quase sempre não têm visão para o país.
Podíamos ser o país nº 2 a ligar a europa à américa mas não, bom bom é o investimento privado tratar disso e deixar uns trocos enquanto o dinheiro que deveria ser destinado a este tipo de coisas é desviado para as offshores de uns e doutros.
Isto já para não falar que o contrato foi oferecido à IP Telecom sem concurso público, paga contribuinte.
E dos média que poderia falar disto também.
Sem dúvida Rui. Muita falta de visão. Tanto se fala em sair da crise e em tornar Portugal uma “potência” tecnológica e depois até nas coisas em que a nossa geografia nos favorece, pouco ou nada é feito.
Encontramo-nos numa era “wireless”, parece que o cabo não saiu de moda. =)