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EUA querem proibir a China de aceder à litografia Ultra Violeta Extrema (EUV)

Os conflitos entre os EUA e a China não parecem ter fim à vista. Recentemente o país de Joe Biden adicionou à lista negra mais 7 entidades chinesas de supercomputação.

No entanto, segundo as últimas informações, os Estados Unidos querem mesmo proibir a China de aceder às litografias EUV e ao software EDA.


Em plena pandemia onde o mundo passa por uma acentuada escassez de chips, a tensão entre as duas maiores potências mundiais continua firme. Mesmo com a saída de Donald Trump, os EUA continuam a aplicar novas sanções e proibições à China.

EUA querem proibir a China de aceder à litografia EUV e ao software EDA

Segundo informações recentes, os EUA têm já um plano para apertar o cerco à China. A administração de Biden pretende aumentar as restrições e condicionar ainda mais o desenvolvimento da indústria chinesa de semicondutores.

O próximo objetivo dos EUA é proibir a China de aceder aos processos de fabrico que utilizam tecnologia de litografia EUV (Ultra Violeta Extrema) e DUV (Ultra Violeta Profunda). Para além disso, tencionam também barrar o acesso ao software EDA (Automação de Design Eletrónico), necessário para o projeto de chips.

Estas decisões afetarão sobretudo a holandesa ASML, que é a única a fornecer silícios EUV. Recentemente o CEO da fabricante afirmou que as restrições à China terão um impacto negativo para os EUA.

Processo EUV – ASML

Neste sentido, há algum tempo que a China se tem preparado para desenvolver as suas próprias fundições. Em 2018 a SMIC, a maior fabricante de Chips da China, encomendou uma máquina de EUV à ASML. Mas, devido às restrições dos EUA, o governo holandês não conseguiu obter licença para a ASML. Por conseguinte, a máquina ainda não chegou às mãos da fabricante chinesa.

Segundo as informações, alguns congressistas republicanos pediram que Biden persuadisse o governo holandês para impedir a ASML de vender equipamentos EUV à SMIC. Para além disso foi solicitado um acordo com os aliados para também estes cumprirem as restrições à exportação. Foi ainda sugerida a aplicação de taxas de licença para limitar a venda de equipamentos tecnológicos como a litografia EUV/DUV.

EUA pressiona para proibir venda de equipamentos à China

Recentemente, a Comissão de Segurança Nacional dos EUA sobre Inteligência Artificial propôs uma política para proibir a exportação de equipamentos de fabrico de semicondutores, como as máquinas de litografia EUV para fotoligrafia ArF (Laser de de Flúor de Árgon), para a China. Num relatório anterior, a mesma entidade norte-americana afirmava que “o governo dos EUA deveria trabalhar com o Japão e a Holanda para proibir a exportação deste tipo de equipamento para dissuadir a China“.

Caso os EUA proíbam a venda de equipamentos EUV/DUV, tal irá prejudicar os interesses das fabricantes de semicondutores de todo o mundo, incluindo as norte-americanas. Para além disso, aumentará a preocupação da indústria externa de semicondutores, como a Samsung Electronics e a SK Hynix que conta com fábricas na China. Também a escassez de chip ficará ainda mais acentuada.

China é o maior mercado de equipamentos semicondutores do mundo

Segundo dados publicados a 14 de abril pela International Semiconductor Industry Association (SEMI), as vendas globais de equipamentos de semicondutores em 2020 aumentaram 19% em comparação a 2019. As vendas atingiram um valor recorde de 71,2 mil milhões de dólares (~60 mil milhões de euros).

No mercado da China continental, as vendas de equipamentos semicondutores em 2020 cresceram 39% em relação ao ano anterior, totalizando 18,72 mil milhões de dólares (~16 mil milhões de euros). Estes valores colocaram o país no primeiro lugar em todo o mundo, seguido de Taiwan com 17.150 mil milhões de dólares e da Coreia do Sul com 16,08 mil milhões de dólares.

E esta é a primeira vez que a China continental se torna no maior mercado de equipamentos semicondutores do mundo.

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