Conheça a evolução das memórias RAM
A memória RAM é um componente essencial, não apenas nos computadores mas também em equipamentos como smartphones ou tablets. Este artigo dá a conhecer, de forma abrangente, a evolução das memórias RAM, num tema que pode ser bastante complexo quando aprofundado.
A ideia passa por, de alguma forma, tratar as diferentes classes desenvolvidas até à data atual, desde as SDR às DDR4, com uma pequena perspetiva sobre o futuro, as DDR5.
RAM (Random Acess Memory) ou memória volátil, é um componente eletrónico que armazena dados de forma temporária, durante a execução do sistema operativo, para que possam ser rapidamente acedidos pelo processador. Esta é considerada a memória principal do sistema e, além disso, as velocidades de leitura e escrita são superiores em relação a outro tipo de armazenamento.
Ao contrário da memória não-volátil, como é o caso de um disco rígido, que preserva a informação gravada sem necessidade de alimentação constante, a memória volátil apenas permite armazenar dados enquanto estiver alimentada eletricamente. Assim, cada vez que o computador for desligado, todos os dados presentes na memória serão apagados definitivamente.
A memória RAM começou por ser assíncrona, ou seja, operava ao seu próprio ritmo, independentemente dos ciclos de relógio (clock) da motherboard, logo, não existia sintonia com o processador. Explicando, e de forma bastante simples, o clock nada mais é a frequência com que o processador executa as tarefas. Quanto maior a frequência, menor será o tempo de execução e, portanto, mais rápidas serão executadas as tarefas. Assim, percebe-se que este era um problema: os processadores eram cada vez mais poderosos e a RAM não estava desenvolvida para assegurar o pedido de dados vindos do processador.
No início dos anos 90, o clock de memória foi sincronizado através da introdução de memórias SDR SDRAM (Single Data Rate Synchronous Dynamic Random Access Memory), mas rapidamente atingiram o seu limite, uma vez que o controlador de memória apenas realizava uma leitura por ciclo. A tensão de alimentação era de 3,3 V e a frequência de operação ia até 133 MHz, tendo sido muito popular na época dos Pentium MMX, Pentium III, entre outros.
Por volta do ano 2000, foram introduzidas as conhecidas memórias DDR SDRAM (Dual Data Rate), mais rápidas por realizarem duas leituras por cada ciclo. Desde então, as memórias DDR evoluíram por três vezes, DDR2, DDR3 e DDR4. Cada iteração melhorou vários aspetos como o tempo de ciclo, largura de banda e ainda reduziu o consumo de energia. No entanto, cada versão não é compatível com as anteriores, tendo em conta que os dados são manipulados em maiores proporções.
Tipos de Memória DDR SDRAM
DDR
A primeira geração de memórias DDR, lançada no ano de 2002, possui maior largura de banda do que a anterior SDR. Efetivamente, isso acontece porque a taxa de transferência é dobrada, sem necessidade de aumentar o clock de memória. Com o seu aparecimento, houve um aumento significativo no desempenho sobre a arquitetura tradicional. Era utilizada principalmente em Pentium 4 e arquiteturas AMD Athlon.
Nota: Por questões de marketing, todas as gerações de memórias DDR são promovidas como sendo duas vezes superior ao valor original. Exemplificando, DDR-200, DDR-266, DDR-333 e DDR-400 são assim catalogadas, no entanto, os buffers de E/S (Entrada e Saída) do modulo de memória operam a 100MHz, 133MHz, 166MHz e 200MHz respetivamente.
DDR2
O padrão DDR foi melhorado continuamente por forma a atender às necessidades de memória de alto desempenho. Implementadas em 2004, as memórias DDR2 sofreram melhorias de largura de banda, clock de memória e consumo de energia. Enquanto que o buffer de prefetch da primeira geração era de 2 bits, aqui passou a ser de 4 bits. Isto resultou em melhorias notáveis em termos de desempenho do sistema. A sua presença era comum na maioria dos chipsets com Pentium 4 Prescott, mais tarde Intel Core e AMD Athlon 64.
DDR3
Em 2007 surgem as sucessoras das memórias DDR2. Essencialmente, a melhoria foi feita na base da anterior, consumo energético reduzido em cerca de 40%, buffer prefetch de 8 bits, etc. Infelizmente, as latências (quantidade de pulsos de clock que o módulo leva para iniciar as transferências de dados) aumentaram significativamente, existindo apenas um ganho de desempenho entre 2-5% em comparação com as anteriores (arquiteturas que suportam DDR2 e DDR3). Além disso, foram adicionadas duas funções, ASR (Automatic Self-Refresh) e SRT (Self-Refresh Temperature), que controlam a frequência da memória de acordo com a variação da temperatura.
DDR4
Lançadas em 2014, são bastante eficientes em termos energéticos, visto que operam a uma tensão de 1,2 V além de proporcionarem elevadas taxas de transferência. Foram adicionas algumas funções, como DBI (Data Bus Inversion), CRC (Cyclic Redundancy Check) e paridade CA, o que permitiu melhorar a integridade do sinal da memória DDR4, bem como a estabilidade de transmissão/acesso a dados.
O futuro das memórias RAM
As memórias DDR5 encontram-se em desenvolvimento e estão previstas para o ano de 2020. Estima-se que sejam duas vezes mais rápidas que as DDR4 e tenham o dobro da capacidade. Além disso, serão mais económicas no que diz respeito ao consumo de energia.
Os fabricantes de motherboards terão que construir suportes para as DDR5, o que poderá tardar em cerca de um ano a existência de equipamentos disponíveis no mercado para venda.
Estima-se que, já no próximo ano de 2018, as memórias DIMM Optane venham substituir as DDR. Estas conseguem reter os dados mesmo se um computador for desligado, algo que as DDR não conseguem. Será mais um passo rumo ao futuro.
Este artigo tem mais de um ano
Muito Top o artigo !
Recordo-me perfeitamente dos erros nas memórias, ainda antes das DDR, que espalhavam como um cancro e que se passava o mesmo nos discos rígidos!!!!
Por isso e para além das memórias antigas funcionarem em pares (é verdade, antigamente tinhamos de preencher os DIMM aos pares, com 2, 4 ou 6), para evitarmos falhas. E normalmente quando surgia o famoso ecrãn azul no windows…… principalmente a carregar o windows, hummmmm, lá se foi mais um DIMM!
Mas o que é mais engraçado, é que a Microsoft ficava sempre com as culpas, apesar da responsabilidade deles limitar-se ao SO 🙂
Eles limitam-se ao S.O, mas também ao Kernel, e a forma com que este administra o hardware, também é muito importante.
Acho que as memórias que nós usávamos em pares no passado eram as SIMM. O Pentium acessava a memória com palavras de 64 bits, mas a memória SIMM só trabalhava em 32 bits, assim era necessário instalar dois módulos para que o processador pudesse trabalhar.
Depois inventaram a memória DIMM, e até o hoje o computador pode funcionar novamente com apenas um módulo de memória. Mas é melhor usar dois módulos iguais, atualmente, por conta do dual channel.
Não é verdade.
Apenas na expansão se teria de usar um par igual, mas funcionava com um só DIMM.
SIMM, o Douglas falou dos SIMM que tinham de se usar obrigatoriamente aos pares. Os DIMM substituíram os SIMM.
não percebo o que dizes, a falar a sério, não percebo mesmo nada.
Excelente artigo, Mais um!!! Bom FDS.
Bom trabalho!
Em 2020 lá se faz nova build eheh
Os intel pentium MMX usavam simm’s visto ser socket 7 e abranger desde cyrix até aos amd, só com o pentium 2 é que passou para dimm’s… Velhos tempos em que o pessoal falava disso e das velocidades de 300Mhz do P2… Hoje em dia é que uma pessoa se apercebe do que isto evoluiu, cheguei a programar em Pascal num 386 e depois de compilar não tinha memória suficiente! Hahaha Em relação ao artigo, está muito bom, venham mais destes! 🙂
🙂
Bons tempos, sem dúvida!
Bons tempos? Naquela época o hardware era muito caro, novas versões dos processadores tinham a capacidade de processamento dobrada a cada dois anos, bem como o aumento da necessidade de RAM. Tinha gente que trocava de computador todo ano pois não conseguia rodar as versões mais novas de seus softwares.
Além disso, foi uma invasão de placas mãe e memória de baixa qualidade, principais responsáveis pelos travamentos dos sistemas operacionais. Internet péssima, monitores CRT com baixa resolução e que ocupavam metade da mesa de trabalho. Se fosse gravar um arquivo com 10 MB tinha de usar um aplicativo para compactar e dividir o arquivo, e gravar tudo em disquetes.
Instalar uma impressora era um inferno. Configurar rede também. E pra quem usava Linux tinha o problema dos drivers do modem.
Não, definitivamente não tenho saudades daquela época. Hoje tudo é mais fácil. Hoje nós não perdemos tempo “configurando” o computador… perdemos tempo no Facebook em outras futilidades.
São opiniões. Eu tenho saudades da época em que tudo era “dificil e infernal”, dava mais gozo configurar e as questões de memória eram essenciais, já que era um “bem” escasso e caro.
Sem dúvida, eu tive deste Z80, Intel 086 com gráficos CGA, joguei imenso em 286 (turbo 16 MHz lolol) e QVGA em casa de amigos (não havia dinheiro) mas depois fui um dos primeiros com um 486 DX 33 MHz com 8 MB RAM! Já podia jogar o NASCAR e outros a 640×480! Na altura essa brutal. Depois tive um Cyrix DX 2 (overclock a 80 MHz) e mais tarde uma série de Pentium 1, 2 etc com uma Sound Blaster.
O apogeu foram as gráficas: powervr, voodoo, Nvidia TNT …
PS: por favor alterem a aberração de “clock” por “velocidade
Cheguei a programar basic no IBM com duas drives de 5.25, 360KB. Numa drive colocávamos a disquete com o SO e na outra drive a disquete com os nossos trabalhos. Ecrã monocromático ambar.
eu trabalhei com muitos monocromáticos… hahaha, era o que havia mais na minha escola, os equipamentos naquela altura eram completamente obsoletos.
Falando do tempo dos computadores movidos a lenha? não resisti. Cobra 300 processador 8080 (anterior ao z80!) 48 Kb de ram, 1 drive 5 1/4” 128kb. carregava o s.o, retirava o disquetao (dava erro pra caramba), depois carregava aplicação e dados, e ainda tinha que ficar trocando disquete de dados… eu fiz um programa cobol para calculo de folha de pagto, que levava 1 hora pra compilar, o que hoje seria em poucos segundos. pra conseguir alguma coisa com aquilo, tinha que ser malabarista digital! mas tudo tem um começo simples. 🙂 []s
Corrigindo: o disquetão era de 8 polegadas. e processador 8 bits! 🙂
Excelente artigo. gostei.
Bom artigo, parabéns!
Boa tarde. Muito bom artigo e tendo em conta o “espaço” bastante informação e explicada de forma simples e concisa. Muitos parabéns.
Faltou aqui referencias sobre memórias anteriores… eu cheguei a ter simms de 256KB que não estão aí…
Caríssimos,
Verdade seja dita que existem memórias mais antigas, é um facto. No entanto, a ideia era tratar a passagem das SDR para as DDR e analisar, de um modo geral as diversas versões de memórias RAM DDR.
No entanto, aceitem sinceras desculpas por não terem sido abordadas algumas mais antigas. 🙂
Abraço.
Muito bom, parabéns
excelente , muitos parabéns
E EDO RAM, não se fala? E RIM, não se fala? Cá por casa ainda tenho disso tudo.
Dos melhores artigos que já li aqui 🙂
Viva Bruno,
O Pplware tem muitos outros artigos fantásticos 😀
Grande abraço.
Este é mais um dos muitos fantásticos que existem no pplware. Muitos dentro dos 40 mil. 😉
Falta as SIMM e RIMM, e só depois as sdram, paguei 60 contos por 32mb das simm
As RIMM não por favor, completamente à frente de tudo o que existia, até no preço.
https://youtu.be/dWgzA2C61z4
https://youtu.be/utWnjA4NzSA
Excelente artigo 😉 Obrigado !
Acho qe podias fazer tambem um sobre memoria de portateis 😉
O melhor era de chips gráficos
Excelente artigo !! Está de parabéns,Pedro Simões.É concerteza um dos melhores artigos que já foram feitos aqui para o Pplware,sem dúvida.Só tenho uma dúvida e,se alguém pudesse me ajudar,agradecia-lhe muito.A minha dúvida prende-se com o seguinte–»tenho presentemente um pente de 8 GB de memória RAM da marca Crucial(a 800 MHz),mas é em DDR3,numa motherboard MSI H81M-P33 (MS-7817),de socket 1150 LGA.Ora bem,eu queria meter outro pente com mais 8GB.Será que posso comprar um pente de DDR 4,com outra voltagem,ou haverá incompatibilidade ?? Será que a motherboard aceita esta nova memória DDR 4,juntamente com a que tem neste momento ?? Se me pudessem responder agradecia-vos então.Um abraço. 🙂
Bom dia amigo,
Muito provavelmente a sua motherboard suporta apenas DDR3. Fisicamente as memórias são diferentes e não encaixam nos slots uma da outra.
Excelente artigo Pplware!
Só podes usar memórias DDR3 nessa motherboard, até um máximo de 16GB no total.
https://www.msi.com/Motherboard/H81M-P33.html#hero-specification
Boa noite.Não cheguei a agradecer-vos na altura mas faço-o agora,”Zé da Posta” e “André Dias”.É verdade,infelizmente esta motherboard só suporta DDR3 e só até um máximo de 16BG,como disse,e bem,o André.Vou ver se compro então mais um pente de 8GB de memória RAM para pôr na outra slot,para ter assim os 16GB de memória máxima.Vou ver se ainda compro esta(https://www.pcdiga.com/ddr3/crucial-ddr3l-1600mhz-8gb-ct102464bd160b).É igual à que tenho.No entanto,não vejo mais barato em lado nenhum.Infelizmente,só posso comprá-la quando vier o 13º mês,pois agora ando nas lonas.Vamos ver se a compro nessa altura,lá para fins de Julho.Queira Deus que ainda a haja à venda por este preço na altura.Estão caras as memórias,fogo. 🙂
Ainda esta semana passei algum tempo a conversar com pessoas sobre os diferentes tipos de memória que existiam e este artigo veio mesmo a calhar para me tirar as duvidas existentes sobre este tema.
P.S: Parabéns pelo artigo, muito detalhado e esclarecedor!
Falta referir a RDRAM como concorrência embora tenha tido um fim muito cedo
Excelente artigo, muito instrutivo quer a nível técnico, quer a nível pedagógico.
Bom artigo!!
Velhos tempos…em que rebentava com memorias DDR400 😀
Bom artigo, pena haver alguns erros nas unidades… um abraço e boa semana!
Não vi nenhum, mas já agora onde estão esses erros? Era interessante saber, posso não ter reparado, assim como o editor, mas se o Jorge viu, pode dizer onde estão?
Estou curioso por saber…
Bem, se é pelo facto do Z de MHZ está em maiúsculo, nada que não se corrija. 😀
Bem, se é pelo facto do Z de MHZ estar em maiúsculo, nada que não se corrija. 😀
Calma, não será isso de certeza, deve ser outros valores, vamos esperar para corrigir 😉
Caro Diogo Gaspar,
Com essa atitude, dificilmente será verdadeiramente feliz na sua vida.
Erros acontecem é natural.
Aprenda a lidar com feedback, será bastante útil na sua vida.
Refiro-me, claro, ao MHZ em maiúsculas. Erro enorme.
Caro Vitor,
Estou também decepcionado. Não será as unidades porquê?
Se quiser, um dia explico a importância das unidades correctas, há uma história engraçada da NASA sobre isso…
Mais uma vez, bom artigo, parabéns.
Repare, só acho um disparate este seu comentário “pena haver alguns erros nas unidades”, isto porque era muito mais educativo e amável dizer “corrijam lá para maiúsculas o mhz e pronto, era uma ajuda e era útil, porque o sentido de utilidade é que é importante e penso que percebe. 🙂 e agradecia pela ajuda, porque isto dá cá uma trabalheira que nem imagina 😉
Estão mencionadas apenas as memórias dinámicas. Faltam as estáticas.
Excelente artigo. Parabéns!
ótimo artigo!
Belo Artigo!
Fez-me recordar quando comprei 2MB para o meu 486DX4 para ficar uma bomba de 4MB de RAM!
Será íncrivel memórias DDR5-4000MHz CL-22 como o tamanho minimo de 8GB, o problema será os preços salgados no começo mas que depois se tornar padrão vai ficar barato, já tô vendo em 2022 requisito recomendado para navegar na Internet com o Windows 10 sendo 8GB de RAM huahauahuahaua.
faltou mencionar sobre a DDR5☝️