China vai investigar produtos da norte-americana Micron por segurança cibernética
Os Estados Unidos continuam a aplicar e a reforçar as medidas restritivas à China, limitando significativamente o acesso e entrada no país chinês de vários equipamentos tecnológicos. Mas agora o feitiço parece estar a virar-se contra o feiticeiro, pois a China irá investigar produtos da empresa norte-americana Micron por questões de segurança cibernética.
China vai investigar produtos da Micron devido a riscos de segurança
De acordo com as informações avançadas pela agência Reuters, a entidade reguladora do ciberespaço da China vai realizar uma revisão de segurança cibernética dos produtos vendidos no país asiático pela fabricante de chips de memória dos Estados Unidos Micron Technology Inc.
A informação foi revelada nesta sexta-feira (31 de março) através de um comunicado feito pela Administração do Ciberespaço da China (CAC) onde é referido que esta investigação tem como objetivo proteger a segurança da rede de fornecimento para infraestruturas críticas de informação, evitar riscos ocultos e ainda salvaguardar a segurança nacional.
Para já ainda não foram divulgados muitos detalhes sobre esta ação, assim como também não foram revelados quais os produtos em concreto da Micron que serão alvo desta mesma investigação.
Por sua vez, a fabricante norte-americana de chips enviou um comunicado à Reuters onde adianta que estava ciente desta decisão do governo chinês e que se encontrava "em conversações com a CAC e a cooperar totalmente". A Micron ainda acrescentou que defende a segurança dos seus produtos e os compromissos com os seus clientes.
A Micron foi fundada a 5 de outubro de 1978 e está sediada no estado de Idaho, nos Estados Unidos da América. Os seus principais produtos são memórias DRAM, Flash e discos SSDs, sendo considerada como uma das maiores fabricantes de chips de memória do mundo. Possivelmente como consequência deste anúncio da autoridade chinesa, as ações da Micron caíram 3% para 61,15 dólares nesta sexta-feira. Cerca de 10% da receita da fabricante vem da China, onde a empresa tem alguns escritórios, nomeadamente em Xangai e Shenzhen.
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Fonte: Reuters
Há uma coisa que não se está a perceber – há muitas empresas não chinesas que montam os seus produtos na China.
Não se percebe se a questão é com os chips da Mícron para essas empresas ou apenas para empresas chinesas.
Quanto ao: “O feitiço virou-se contra o feiticeiro …”
O bloqueio de chips avançados e de máquinas para o seu fabrico, dos EUA e outros países, tem um objetivo claro – retardar a progressão da China nesse domínio, atrasando, por exemplo, o desenvolvimento das suas IA.
O que a China está a anunciar que vai fazer é apenas uma retaliação com efeito nos rendimentos da Mícron.