Saliva da traça-da-cera destrói sacos de plástico em apenas algumas horas
Um dos grandes males que afetam a Terra, principalmente os oceanos, é a poluição do plástico. Há sacos, redes, embalagens e restos deste material em todo o lado tornando-se num problema gigante e a sua decomposição pode demorar centenas de anos. No entanto, investigadores descobriram que a traça-da-cera destrói estes sacos em muito menos tempo!
Os cientistas espanhóis fizeram uma descoberta fantásticas, pois esta minhoca tem a capacidade de degradar o plástico sem muito esforço à temperatura ambiente.
O plástico pode ser degradado num par de horas?
A investigação mostrou que a saliva da traça-da-cera tem a capacidade de degradar sacos de plástico em horas. A descoberta destas enzimas deriva do trabalho de Federica Bertocchini, uma investigadora de biologia e apicultora em Espanha que tropeçou numa capacidade peculiar destes vermes em 2017.
A traça-da-cera alimenta-se de cera de abelha e, num esforço para proteger as suas colmeias da destruição, Bertocchini colocou sacos de plástico para as proteger.
Em 40 minutos, os sacos estavam cheios de buracos. Os sacos são feitos de polietileno, responsável por cerca de 29% do consumo mundial de plástico e é notoriamente difícil de decompor.
O facto de os vermes terem levado cerca de 12 horas a transformar o material numa confusão de buracos apresenta algumas possibilidades interessantes, com experiências a testar de forma a mostrar que os vermes estavam de facto a digerir o plástico, em vez de simplesmente o mastigarem.
Apesar de haver já algumas evidências, os cientistas ainda se perguntavam como é que este processo era realizado, e queriam identificar os mecanismos por detrás da capacidade dos vermes de devorar o plástico. Para tal, os investigadores utilizaram a microscopia eletrónica para analisar a saliva dos vermes da cera e vigiaram o seu apetite por plástico, até descobrirem a ação de um par de enzimas.
Em poucas horas à temperatura ambiente, estas enzimas trabalharam em conjunto para criar buracos visíveis na superfície do plástico e simultaneamente oxidar o material. Ao trabalhar em conjunto desta forma, a equipa vê o par de enzimas como uma nova arma contra a degradação do plástico e uma que tem claras forças sobre outras enzimas com capacidades semelhantes.
Para que o plástico se degrade, o oxigénio deve penetrar no polímero. Este é o primeiro passo da oxidação, que geralmente resulta da exposição à luz solar ou a altas temperaturas, e representa um gargalo que retarda a degradação de plásticos como o polietileno, um dos polímeros mais resistentes. É por isso que, em condições ambientais normais, o plástico demora meses ou mesmo anos para se degradar.
Estas enzimas que foram agora descobertas são as primeiras e únicas enzimas conhecidas capazes de degradar o plástico de polietileno oxidando e decompondo o polímero muito rapidamente após algumas horas de exposição, sem a necessidade de pré-tratamento e trabalho à temperatura ambiente.
Disse Federica Bertocchini.
Os cientistas esperam continuar a trabalhar para descobrir os mecanismos por detrás da capacidade das enzimas para degradar os plásticos. Salientam que ainda há muito a fazer, mas esperam que a tecnologia possa um dia ajudar a resolver o crescente problema da poluição plástica.
Este artigo tem mais de um ano
A questão é esta: e qual é o produto que resulta do trabalho dessa minhoca? E para que serve? É que se for tão poluente como o próprio plástico ficamos na mesma.
«Em poucas horas à temperatura ambiente, estas enzimas trabalharam em conjunto para criar buracos visíveis na superfície do plástico e simultaneamente oxidar o material.»
Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma (Lavoisier). Incluindo o material que estava nos tais buracos.
Concordo contigo! Por isso é que talvez ainda esteja em estudo
Bom para ingerir então já que houve um estudo onde diziam que os seres humanos tinham microplastico ou pedaços de plástico no organismo…
Boa vamos todos acreditar que meia duzia de lagartas comem as 1000 milhoes de toneladas que produzimos por segundo de plastico. Para isso precisariamos de mais de 100 000 bilioes de lagartas que o mais certo era devorarem nos a nos dps. La vamos acabar com o ecossistema para comer o nosso lixo. Nao usem plastico! Nao usem nada de petroleo. Eu cá recuso me a usar plasticos! Tudo em vidro e aluminio!
Não é para fazer criação de lagartas mas sim criar uma solução (liquida, talvez?) que tenha essas enzimas ou que replique esse processo.
Mas por muito me que custe há um ponto que concordo contigo. Se se quer reduzir a pegada do plástico a solução é usá-lo o mínimo possível. No meio de tantas barbaridades que dizes um dia havias de acertar 🙂
A ideia é sintetizar essas enzimas em larga escala para aplicar em depósitos com plástico, etc, de forma a que o mesmo se degrade. Não é de todo uma solução, mas é preferível isso a irem parar aos aterros ou a serem queimados. Porque os sacos de plástico desaparecerem, nem tão cedo.
Paulo, eu concordo contigo mas parece-me demasiado extremista não?
“recuso-me a usar plásticos” O equipamento que usas-te para escrever isso tem plástico. O plástico é algo extremamente útil, o problema começa quando usamos em demasia e o deixamos no solo.
Se for apple não usa plastico, e tudo aluminio e materiais reciclados inclusive elementos raros
e fumaste isso quando? a apple n usa plastico???
No mínimo plástico descartável toda a gente devia recusar-se a usar, com excepção dos biodegradáveis.
Se destrói… então se eu ingerir saliva da traça vai destruir todo o micro plástico dentro do meu organismo em questão de poucas horas?
Segue a sugestão do Trump e injecta essa saliva na veia 🙂
Sem duvida, eu já estou a fazer. Faço em conjunto com ozonoterapia. Aumenta a vitalidade. De seguida, vou injectar veneno letal de cobra aos poucos.
Obrigado pela atenção, tenho isso em conta.