Primeiros testes clínicos da Neuralink fora dos EUA terão lugar no Canadá
A Neuralink tem traçado um caminho de resiliência, procurando integrar chips no cérebro das pessoas, de modo a melhorar a sua qualidade de vida. Agora, sabe-se que os primeiros testes clínicos da empresa fora dos Estados Unidos da América (EUA) terão lugar no Canadá.
O objetivo da Neuralink é nobre, mas ambicioso. De facto, ser-lhe-á complexo reunir autorizações para implantar chips no cérebro de pacientes.
Depois dos EUA, onde iniciou os testes e onde tem reunido já resultados de sucesso, a Neuralink vai chegar ao Canadá. A empresa conseguiu a aprovação da Health Canada para lançar testes em humanos no país, sendo o Toronto Western Hospital o "primeiro e exclusivo local cirúrgico" para o procedimento.
A empresa abriu, em março, pela primeira vez, o seu registo de doentes canadianos, mas agora está ativamente à procura de potenciais participantes. Conforme anunciou no X, "o recrutamento está agora aberto".
No âmbito do estudo CAN-PRIME, a Neuralink vai inserir o seu implante no cérebro do participante, de modo a poder interpretar a sua atividade neural. O implante permitir-lhes-á controlar um computador ou um smartphone com o cérebro, sem necessidade de fios ou de qualquer tipo de movimento físico.
A Neuralink afirma que o estudo procurará "avaliar a segurança do implante e do robô cirúrgico, e avaliar a funcionalidade inicial da interface cérebro-computador para permitir que as pessoas tetraplégicas controlem dispositivos externos com os seus pensamentos".
Os resultados dos testes poderão ajudar a empresa a encontrar formas mais seguras de colocar o implante no cérebro, bem como a melhorar as capacidades da tecnologia.
Neuralink já equipou alguns cérebros
O primeiro doente humano da Neuralink recebeu o implante no início deste ano. Ainda que esteja atualmente bem, este paciente teve alguns problemas, porque os fios do implante se retraíram do seu cérebro.
No X, o paciente contou que, em breve, desafiar-se-á a usar o chip da Neuralink durante 72 horas, de modo a demonstrar o que a tecnologia pode fazer.
No seu segundo paciente, a Neuralink implementou medidas de mitigação, procurando evitar a retração do fio. Este paciente já utilizava software de desenho assistido por computador (CAD) poucas semanas após a sua cirurgia, em julho.
Neste momento, para os seus testes no Canadá, a Neuralink está especificamente à procura de doentes "com capacidade limitada ou sem capacidade de utilizar ambas as mãos, devido a lesão da medula espinal cervical ou esclerose lateral amiotrófica (ELA)".