Plástico quase impercetível detetado em tecidos humanos
O plástico é uma presença assídua no quotidiano das pessoas e evitá-lo é uma tarefa complicada e exigente. Aliás, seja nos mares e rios, seja no chão da estrada ou no próprio ar, o plástico transformou-se numa gigante fonte de poluição, pela mão das pessoas.
Agora, os cientistas revelam que encontraram micro e nanoplásticos em órgãos e tecidos humanos.
Do 8 ao 80 numa questão de anos
A poluição por plástico é um problema real e, sendo visível, torna-se menos complexo de resolver. No entanto, o material está de tal forma intrínseco que já não está presente apenas no chão, como uma garrafa, ou no mar, como um saco. Isto, porque animais e seres humanos podem ingerir partículas impercetíveis, que resultam em consequências incertas para a saúde.
Tu podes encontrar plásticos a contaminar o ambiente em praticamente todos os locais do globo e, em poucas décadas, passaremos de ver o plástico como um enorme benefício, para considerá-lo uma ameaça.
Disse Charles Rolsky, que apresentou os resultados de uma pesquisa, ontem, na American Chemical Society (ACS) Fall 2020 Virtual Meeting & Expo.
Plástico que (impercetivelmente) invade até os tecidos das pessoas
Os cientistas definem os microplásticos como fragmentos de plástico com menos de 5 milímetros, ou com cerca de 0,2 polegadas de diâmetro. No entanto, os nanoplásticos são ainda mais pequenas, tendo diâmetros de 0,001 milímetros.
Apesar das consequências para a saúde em humanos serem desconhecidas, a investigação em animais revela que os micro e nanoplásticos presentes nos tecidos animais, estão relacionados com várias patologias. Por exemplo, infertilidade, inflamações e cancro.
Há provas de que o plástico está a entrar nos nossos corpos, mas muito poucos estudos procuraram lá. Neste ponto, não sabemos se este plástico é só um inconveniente ou se representa um perigo para a saúde humana.
Admitiu Rolsky.
Ainda assim, estudos realizados anteriormente mostraram que os plásticos podem passar através do trato gastrointestinal. Todavia, Rolsky e um outro colega, que também apresentou ontem a investigação, Varun Kelkar, questionaram sobre a permanência e acumulação de partículas de plástico minúsculas nos órgãos humanos.
Para o descobrir, os investigadores aliaram-se com Diego Mastroeni, a fim de obter amostras de um grande depósito de tecidos cerebrais e corporais humanos. Conforme explicado, as 47 amostras foram recolhidas de pulmões, fígados, baços e rins.
Em equipa, desenvolveram um procedimento para extrair plásticos das amostras de tecido e analisá-lo, recorrendo à espectrometria μ-Raman. Além disso, criaram um programa informático que converteu a contagem de partículas de plástico em unidades de massa e área de superfície.
Agora que desenvolveram esta ferramenta online, pretendem torna-la acessível, para que mais cientistas relatem os seus resultados.
Este recurso partilhado ajudará a construir uma base de dados de exposição de plástico, para que possamos comparar exposições em órgãos e grupos de pessoas geograficamente e ao longo do tempo.
Disse Rolf Halden, da Arizona State University.
47 amostras de tecido, 47 amostras de plástico
O método que elegeram para a investigação permite aos cientistas detetar dezenas de tipos de componentes de plástico. Aliás, dentro dos tecidos humanos encontraram policarbonato (PC), tereftalato de polietileno (PET) e polietileno (PE).
Ademais, encontraram também, nas 47 amostras em estudo, bisfenol A (BPA), um componente utilizado em muitos recipientes de alimentos, apesar das implicações para a saúde.
De acordo com os investigadores, os indivíduos que forneceram as amostras de tecido informaram detalhadamente sobre o seu estilo de vida, dieta e exposições. Assim sendo, o estudo pode fornecer as primeiras pistas sobre potenciais fontes e vias de exposição a micro e nanoplásticos.
Nunca queremos ser alarmistas, mas é preocupante que estes materiais que não são biodegradáveis, que estão presentes em todo o lado, possam entrar e acumular-se nos tecidos humanos, e não sabemos os possíveis efeitos para a saúde.
Disse Kelkar.
Este artigo tem mais de um ano
Muito preocupante como vamos entregar este planeta para as próximas gerações
Quando um dia o homem ver que o dinheiro não dá para comer vão por as mãos na cabeca.. estão a destruir TUDO!
vai chegar ao ponto de não retorno, não sei quando mas vai vai!
esperemos que sim
O que importam as próximas gerações? É por causa desse discurso que chegámos onde chegámos.
Importa tudo o que está para trás e tudo aquilo que já não volta.
O problema não é dinheiro, o problema está na génese humana e não tem outro remédio que não o exterminio de toda a raça humana.
Zé o excesso de humanos vai dar uma guerra mundial quando os países ricos verem que não há alimentos nem recursos para as suas populações
Os problemas relacionados com o excesso de população só vão aumentar, isso é garantido.
Isso está manifestamente errado. A taxa de aumento de população mundial está a cair desde os anos 1960. A fertilidade mundial hoje está abaixo de 2.5, e a população mundial deverá atingir o seu pico ainda no séc. XXI, na segunda metade.
Quanto muito, já surgiram os primeiros avisos de que vamos enfrentar um sério problema de redução de população mundial: https://www.sciencealert.com/earth-s-population-is-destined-to-peak-in-forty-years-before-dropping-and-we-need-to-act
Os únicos benefícios que vejo são ambientais a curto prazo, mas a humanidade também está a caminhar para formas de energia cada vez mais renováveis e sustentáveis, pelo que isso vai reduzir a capacidade dessas políticas verdes, sem sequer a imigração para compensar (seriamente).
A redução da população mundial poderá ser o nosso verdadeiro problema economicamente. E não, não há nada bonito numa queda de níveis de vida. Mais pessoas vão sofrer, viver pior, e teremos menos capacidade para tomar conta do ambiente. Por sinal, antes da Revolução Industrial, com uma população mundial a aumentar SEM condições de vida suficientes, o constante corte de árvores por todo o mundo era o último dos problemas mundiais.
Quando não aprendemos com os erros, é o que dá.
É só olhar para as guerras que há quase todos os anos, para chegar a essa conclusão.
Leis os livros “The Better Angels of Our Nature” e “Enlightenment Now” de Steven Pinker, e perceberá que, entre muitas outras coisas, longe de a humanidade estar pior que sempre ou o mesmo que antes, o número e proporção de pessoas mortas em guerras hoje está em mínimos históricos, e isso é tudo bem-documentado.
E, pelo menos por enquanto, poucas guerras têm-se realizado em torno de recursos, até porque hoje há mais deles que nunca.
As bactérias e vírus também não pensam se matam hospedeiros ou não, não concorda Mr. Anderson?
Para o planeta, nós somos um virus, não concordas !?
Concordo completamente
Uma coisa que já deveria ter acabado há muito, é usarem micro esferas de plástico em produtos esfoliantes ou pastas de dentes. Usem pó de casca de noz, outra coisa qualquer biodegradável.
É verdade, e algo pouco falado.
Tens sempre alternativas, mas como são caras e requerem pesquisa ninguém quer saber.
Não precisa pesquisa nenhuma. Eu tenho esfoliante em que o agente abrasivo é pó de casca de frutos secos.
Infelizmente é uma autentica tragédia, quem conhece o continente Asiático vê como tratam o lixo principalmente o plástico, será que reciclar é o suficiente?
Fast food dá nisso, aha!
“Plástico quase imperceptível” ou “… detetar dezenas de tipos de componentes de plástico.” Não é a mesma coisa, mas pronto.
É uma temática importante mas muito do que tem vindo a público carece de precisão. Com o desenvolver da tecnologia poderá melhorar; lamentavelmente a qualidade da informação parece estar a piorar (não me refiro a este artigo).
O Homem causará a sua própria quase-extinção, possivelmente a erupção do megavulcão de Yellowstone ou a possível queda de meteorito ou quiçá uma nova desordem na temperatura média global, provocará a sexta extinção em massa. Infelizmente, acredito nisso e nada por muito que digam me convencem do contrário.
Isso seria o melhor para o planeta, infelizmente não teremos tanta sorte.
Na frase “O Homem causará a sua própria quase-extinção, possivelmente a erupção do megavulcão de Yellowstone ou a possível queda de meteorito” está exposto o brilhante raciocínio de causa-efeito.
Adoro ver a malta a falar como se fosse imortal. Quando morrerem acabou, não há quaiquer preocupações, desejos, vaidades, etcc….nada, acabou-se tudo. A preocupação com o futuro longe é apenas um devaneio que quem não se apercebe que vai morrer.
Quero lá saber da poluição ou aquecimento, ou outra porcaria qualquer. Apenas quero viver o melhor que conseguir.
Os que vierem que fechem as portas. Vivam a vida, não esperem por um meteoro, o fim do sol, mega erupções ou outra coisa qualquer.
A natureza é sábia, talvez o propósito seja mesmo exterminar o homem para depois o planeta renascer.