ESA divulgou imagens dos primeiros eclipses solares artificiais no espaço
Os eclipses são fenómenos verdadeiramente impressionantes, que motivam os mais curiosos a observar o céu. Agora, a Agência Espacial Europeia (em inglês, ESA) divulgou imagens dos primeiros eclipses solares artificiais criados por dois satélites europeus.
No Paris Air Show, a ESA divulgou imagens dos primeiros eclipses solares artificiais criados por dois satélites europeus.
Lançados no final do ano passado, os dois satélites em órbita têm produzido eclipses solares simulados desde março, num fenómeno que exige uma precisão notável.
A 150 metros de distância um do outro, um satélite bloqueia o sol, à semelhança do que a lua faz durante um eclipse solar total natural, e o outro aponta o seu telescópio para a atmosfera exterior do sol que forma uma coroa de luz.
O posicionamento meticuloso é alcançado de forma autónoma por via de navegação GPS, localizadores de estrelas, lasers e ligações de rádio.
Eclipses solares artificias também impressionam os cientistas
Batizada de Proba-3, a missão de 210 milhões de dólares gerou, durante a fase de testes em andamento, 10 eclipses solares artificiais bem-sucedidos.
Segundo Andrei Zhukov, do Observatório Real da Bélgica, cientista-chefe do telescópio orbital de observação da coroa, o eclipse mais longo durou cinco horas.

"Imagem do Sol durante um eclipse solar artificial. Contra um fundo preto, o corpo brilhante do Sol é coberto por um disco preto, e filamentos verdes claros semelhantes a cabelos estendem-se do disco preto em todas as direções. Uma luz verde mais brilhante aparece por trás da borda do disco preto, desaparecendo lentamente em direção às bordas externas da imagem". Crédito: ESA/Proba-3/ASPIICS/WOW (2025)
Entretanto, a equipa de Zhukov pretende ir mais além, conseguindo seis horas de eclipse solar artificial.
Quase não conseguimos acreditar nos nossos olhos.
Disse Zhukov, num e-mail, citado pela The Associated Press, explicando que a previsão é que ocorra uma média de dois eclipses solares por semana, totalizando quase 200 durante a missão de dois anos. Isto resultará em mais de 1000 horas de eclipses.
Embora satélites anteriores tenham gerado eclipses solares artificiais - incluindo o Solar Orbiter da ESA e da NASA, e o observatório Soho -, o disco que bloqueava o sol estava sempre na mesma nave que o telescópio de observação da coroa.
Segundo Zhukov, esta missão diferencia-se, uma vez que o disco que encobre o sol está num satélite diferente do telescópio, oferecendo uma visão mais clara do fenómeno.