Finlândia constrói instalação para armazenar resíduos nucleares durante 100.000 anos
Há uns meses o foco de muitos dos países da Europa era fechar as centrais nucleares, no âmbito da aposta em energias renováveis. Recentemente, a Alemanha encerrou três das suas seis centrais nucleares funcionais, a França e a Bélgica também anunciaram planos semelhantes para se afastarem da energia nuclear. Surgiu então a guerra e o fantasma da dependência do gás da Rússia. Será que o nuclear vai ser de novo uma opção?
Apesar dos avanços e recuos da Europa face à energia nuclear, a Finlândia parece estar a seguir o seu caminho, visto que está actualmente a construir mais uma central nuclear... assim como uma instalação para armazenar resíduos nucleares durante 100.000 anos.
A 420 metros abaixo do nível do mar, a Finlândia está a construir um local permanente para armazenar os seus resíduos nucleares durante séculos. A instalação será inaugurada em 2024, noticiou a revista Science Magazine.
Muitos países na Europa estão a afastar-se da energia nuclear. No entanto, a invasão da Ucrânia pela Rússia e as sanções impostas pela Europa poderá mudar os planos.
O impulso da Finlândia para a energia nuclear
A Finlândia é um país relativamente pequeno em tamanho e a maioria dos seus 5,5 milhões de habitantes reside na parte sul. O país ocupa a 216.ª posição em densidade populacional, e com a maioria das suas centrais nucleares localizadas no lado norte do território, o risco para a vida humana devido a um acidente é severamente reduzido.
Com 1.600 MW, o maior reator nuclear do mundo deverá ficar operacional no final deste ano e a Finlândia precisa de assegurar os resíduos nucleares que se irão produzir à medida que gera energia.
O país tinha iniciado o processo de identificação de potenciais locais de armazenamento a longo prazo dos seus resíduos nucleares, e no ano 2000 foi selecionada uma ilha em Olkiluoto, ao largo da costa ocidental do país.
A cidade vizinha de Eurajoki não é estranha à energia nuclear, quase todos na cidade têm um amigo ou um familiar que trabalhou numa das duas centrais nucleares localizadas nas proximidades. Uma terceira está a caminho de se tornar funcional.
Onkalo - a sepultura para 100 mil anos
A Finlândia utiliza reatores de água fervente (BWR) para gerar energia, mas para o armazenamento dos resíduos necessita de um local estanque, que a empresa construtora Posiva encontrou debaixo de um leito rochoso.
Nas proximidades encontram-se duas falhas sísmicas que podem tornar-se ativas após a próxima era glacial, mas como a instalação está localizada precisamente entre elas, espera-se que se mantenha inerte à atividade sísmica.
As varas de combustível gastas passam frequentemente décadas a arrefecer numa piscina de água provisória, mas para serem armazenadas, a água será aspirada por robôs numa sala de aço inoxidável, coberta por paredes de betão de 1,3 metros de espessura.
As varas serão então colocadas em recipientes de ferro fundido, que serão colocados num recipiente de cobre com gás inerte, argon, preenchido entre eles para criar uma atmosfera não reativa. Os barris de cobre serão enterrados em túneis e enchidos com argila bentonítica que absorverá água e impedirá que esta chegue ao combustível.
Os túneis serão cobertos com betão, para não serem perturbados durante 100.000 anos, como local de repouso final do combustível nuclear.
Espera-se que o local comece a funcionar até 2024 ou 2025 e permaneça operacional até 2120, após esse período será selado permanentemente.
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Este artigo tem mais de um ano
Lindo serviço…
Que mundo vamos deixar…
Sabes que existe Urânio no planeta não sabes?
Também deves saber que estão a meter estes resíduos o mais longe possível e contidos devido à sua perigosidade.
Não estão assim tao longe os desperdícios resultantes da energia nuclear, se não me engano estão bidons amontoados no Ohio, bem à superficie.
https://pplware.sapo.pt/ciencia/empresa-de-energia-nuclear-de-bill-gates-prepara-se-para-combater-as-alteracoes-climaticas/
Já agora tens aqui mais um artigo, embora o documentario na netflix esteja bastante completo
Interessante, vou tentar ver 😉
Lol.. também fazes peregrinações à area 51?
+1
Agora só falta os Finlandeses inventarem um sistema para se esconderem eles do mundo durante os próximos 100000 anos lol
Espera até descobrires que o planeta está constantemente a ser bombardeado com radiações, incluindo ionizantes.
Ou que existem várias fontes de radiação ionizantes naturais no nosso planeta. Como por exemplo, o granito, extremamente comum na península ibérica.
Mas és tão desinformado, ao ponto de julgares que enterrar resíduos nucleares é que é mau.
É bom então?
Se assim é, estou mesmo desinformado.
As radiações não são todas iguais.
Radio é radiação todos nós levamos a cada momento com radiação dos radios de ondas curtas expalhados pelo mundo. As rádios FM estão nos a atingir com radiações. Os telemóveis e antenas de retransmição. o wi-fi que temos em casa. Se visitamos o Tejo apanhamos logo com as radiações dos radares dos navios , se um avião de passageiros nos passar por cima….os radares de detectçãod e velocidade. Como em quase tudo a dose é que torna a coisa um veneno.
Comparar ondas FM com detritos nucleares. Enfim.
AlexS, acho, e sublinho o acho, que esses não são os melhores exemplos. Aqui estamos a falar de elementos radioativos e a sua meia vida. É essa a diferença entre um qualquer isótopo radioativo usado na medicina que ingerimos e que tem uma meia vida de duas horas e a radiação de Chernobil que tem uma meia vida de talvez 100 mil anos
Eu coloquei radicações não são todoas iguais por isso mesmo.
Mas é a mesma razão porque não nos devemos aproximar de radares, usar (radiações X) frequentemente mais conhecidas como raio-X…
Sim, residuos nucleares enterrados centenas de metros abaixo da terra, tem menos efeitos negativos do que as radiacões ionizantes naturais.
Claro, é melhor atirar-se de cabeça para energias intermitentes como as renováveis e depois ficam a chorar como estão agora porque a cabeça de camarão não deu para pensar que teriam de ter várias energias de backup que fossem constantes
Hey, lá por não gostar dos resíduos nucleares não me atira para a outra ponta dos renováveis.
Até gosto das renováveis, não dá é para sustentar um país…
Dá para uma casa e quem conseguir adoptar isso até é bom, mas para um país a produção tem de ser diferente, talvez nuclear tendo em conta o futuro previsto onde os veículos serão electricos.
Mas era bom encontrarmos solução melhor para os residuos ou energia mais limpa como Fusão (pelo que li parece mais limpa).
Mas tenho noção que ainda estamos longe, por isso é preciso ser pragmático, não vão todos os países escolher uma ilha para encher o subsolo de residuos.
Mas então qual é a solução neste momento sem ser a nuclear para fazer de backup as renováveis? Gas natural já sabemos que a qualquer momento podemos ficar sem eles, especialmente vindo de países que não existe democracia, o carvão não querem porque polui, a biomassa também não querem, ficamos com que?
Depois de ver o documentário sobre o Bill Gates e a opinião dele sobre a energia nuclear a ideia que fica é de que este é um caminho bastante viável.
Basicamente os governos não apostam nisto porque a memória associada são catástrofes, catástrofes essas associadas ao erro humano e em planificações de centrais com mais de 60 anos.
O mundo evoluiu, é possível criar uma centrais extremamente seguras com tecnologia gerida quase a 100% por maquinas.
Acredito na segurança, mas ainda não arranjamos melhor solução para os residuos do que os enterrar bem fundo…
Segundo estive a ver a produção de energia nuclear através de fusão irá deixar muito menos resíduos, no entanto ainda não é estável e não pode ser usada… :/
E não é bom, não, enterrar bem fundo…??!! 🙂
Ahah talvez por na Lua
Arranjámos, vitrificação.
Além disso tens reactores nucleares Gen IV que todos os residuos são reutilizados até deixarem de ser perigosos e os reactores de fusão nuclear, ainda em estudo, mas que não produzem residuos nucleares.
Isto é que é pensar a longo prazo…
Já vi essa série, “ragnarok”, mas era na Noroega.
So vim procurar por este comentário, pensei o mesmo ahah
como é que uma central nuclear pode ser segura a sismos , vulcoes e tsunamis?
Não é. Os políticos dizem as suas mentiras do costume, e falam na “modernidade” como se isso quisesse dizer alguma coisa… se as coisas falharam no passado porque não podem falhar no futuro?
Basta ver a indústria aeronáutica, os acidentes aéreos continuam a acontecer por todo o mundo por todo o tipo de motivos: desde sabotagem, falha de manutenção, falha do desenho dos sistemas de aviso, avarias nas peças, erro humano na interpretação, humanos sem as capacidades necessárias no momento crítico, etc.
Sem falar que em caso de guerra as centrais nucleares são alvos óbvios, em especial se o atacante achar que o dano vs benefício compensa para si.
Lá está as pessoas falam porque associam a energia nuclear a eventos de catastrofe, dá uma leitura na internet sobre o desastre em Fukushima .. e vais perceber que o erro é quase sempre humano, há tecnologia mais que suficiente para fazer boas centrais nucleares.
Agora se tens 80% das centrais nucleares com planeamentos dos anos 60, ou se simplesmente ignoras as catástrofes naturais mais básicas, tambem nao contes comigo para novas centrais. Mas acaba-se por ignorar uma fonte energética superior ao que usas actualmente em grande escala
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/07/japao-admite-que-fukushima-foi-desastre-provocado-pelo-homem-1.html
Depende de onde a colocares.
Tendo sido construída para o efeito e com planos que antecipem todos esses cenários.
Não é nada dificil de fazer, só precisa de planeamento, muitas até aguentam um ataque directo de missil ou queda de um avião.
A energia nuclear é a mais cara de todas as formas de energia. Quanto custou para a população, para o ambiente e o custo económico do acidente de Fukushima. O valor incalculável pricipalmente para as populações e para ambiente.
De tantas vezes que a comunicacao social fica a falar da energia nuclear, ha-de haver sempre alguem que vai pensar que e seguro usa-la. Acidentes acontecem sempre sejam humanos ou nao, ninguem consegue controlar isso. A meu ver e um grande NAO e um grande erro comecar a usar-se essa energia que de limpa nao tem nada e de perigosa tem tudo.
Por este andar daqui a 100.000 já não existe Terra.
Se calhar nem daqui a 50…
Isso lembra-me a série “Espaço 1999″…