ESA lançou um “guarda-chuva gigante” para o espaço. Para quê?
A Agência Espacial Europeia (ESA) lançou um satélite, que se parece quase com um "guarda-chuva gigante", para o espaço. De nome Biomass, o dispositivo é parte de um esforço em prol da ciência climática e da monitorização ambiental.
Com partida de Kourou, na Guiana Francesa, o lançamento do satélite Biomass da ESA aconteceu pelas 10h15 de Lisboa.
O dispositivo foi lançado no foguetão Vega-C, num momento que marca o início de uma missão para cartografar as florestas do mundo em 3D e fornecer as medidas mais precisas do stock global de carbono florestal alguma vez registado a partir do espaço.
Uma vez no espaço, o satélite irá lançar uma enorme antena de radar em forma de guarda-chuva espacial, concebida pela americana L3 Harris. Devido à sua complexidade, serão necessários nove dias para completar o posicionamento.
O instrumento de radar é o primeiro do mundo a ser colocado no espaço. Desenvolvido pela Airbus, tem comprimentos de onda longos que podem penetrar nas copas das florestas para medir a biomassa por baixo, onde reside a maior parte do carbono numa floresta.
Uma missão inovadora com carimbo europeu
Num processo curioso, o satélite Biomass recolherá sinais de radar que refletem a superfície da Terra, e a antena em forma de guarda-chuva captará esses sinais, enviando-os de volta para o instrumento no satélite.
Depois, os dados recolhidos serão processados em mapas 3D altamente detalhados da biomassa global, fornecendo informações sobre a intrincada estrutura das folhas, ramos e troncos.
Estas leituras permitirão aos cientistas monitorizar o armazenamento e as emissões de carbono com uma precisão sem precedentes, facilitando a monitorização da desflorestação e do crescimento das florestas.
Uma vez que as florestas são bons filtros de gases com efeito de estufa, como o dióxido de carbono, a medição exata do carbono nas florestas, por via do Biomass da ESA, pode revolucionar os esforços de combate às alterações climáticas.
Os cientistas utilizarão a missão para gerir os modelos climáticos, monitorizar o progresso em direção aos objetivos de emissões, e orientar as políticas de utilização e conservação dos solos.
Ainda que a principal missão do satélite seja a biomassa global, a sua tecnologia de radar é capaz de fazer mais:
- Criar mapas da geologia subsuperficial nos desertos;
- Monitorizar a estrutura dos lençóis de gelo;
- Fazer imagens da topografia do solo das florestas.
Desta forma, o Biomass da ESA pode oferecer uma visão nova e poderosa dos ecossistemas da Terra.





















Não menciona se o satélite também vai rastrear o armazenamento e as emissões de carbono feitas nos oceanos assim como a criação de oxigénio.
Acho que a primeira missão vai ser na guerra da Ucrânia, e vai por lá opear por muito tempo..