Depois de Neptuno, há um objeto binário que está a intrigar cientistas
A tecnologia está a dar passos largos na descoberta de informação espacial que, eventualmente, poderá chocar os cientistas. Segundo o que foi agora descoberto por uma rede de observatórios dos EUA, há um objeto transneptuniano (TNO) binário. Estes TNOs consistem em pequenos corpos gelados que orbitam o Sol a uma distância longínqua, muito depois de Neptuno.
Apesar das estrelas binárias e os objetos binários não serem incomuns, é intrigante sim que exista um TNO binário a ocultar uma estrela binária. Esta descoberta é muito interessante.
Para lá de Neptuno há um universo a ser descoberto
Um novo estudo foi conseguido com a apoio do RECON (Research and Education Collaborative Occultation Network). Este observatório é uma coleção de 56 estações de observação que se estendem de Yuma, Arizona, a Orville, Washington. Cada estação utiliza uma série de equipamentos de observação, incluindo telescópios de 11 polegadas.
Estas observações resultaram na descoberta de dois objetos que orbitavam entre si enquanto giravam ao redor do Sol.
Segundo o estudo, publicado na segunda-feira (28) na revista científica The Planetary Science Journal, os autores da investigação, os cientistas Rodrigo Leiva e Marc Buie, deram a conhecer o objeto binário em estudo foi descoberto graças ao fenómeno de ocultação estrelar. Este acontecimento ocorre quando um corpo espacial passa entre a Terra e uma estrela, resultando na ocultação da última.
Assim, os observadores que estejam localizados na rota da sombra produzida pela ocultação podem determinar o tamanho e, possivelmente, a natureza do objeto bloqueador.
Fenómenos neptunianos raros que cativaram a atenção da comunidade científica
Como resultado, a descoberta tornou-se ainda mais surpreendente quando os cientistas perceberam que o objeto transneptuniano binário estava a ocultar uma estrela binária, fenómeno que Buie classifica como raro. Leiva acrescenta outras características únicas desta descoberta, tais como a distância de órbita entre os dois objetos.
Nesse caso, a estrela oculta também acabou por ser um sistema binário. Estrelas binárias não são incomuns e objetos binários não são incomuns, mas é incomum que tenhamos um TNO binário a ocultar uma estrela binária.
O que também é interessante e incomum são as características desse objeto. Os dois componentes estão bem próximos, separados por apenas 350 quilómetros. A maioria dos TNOs binários são muito separados, geralmente 1.000 quilómetros ou mais. Esta proximidade torna esse tipo de TNO binário difícil de detetar com outros métodos, que é o que RECON foi projetado para realizar.
Referiram os cientistas.
Com esta descoberta, abre-se uma nova janela de possibilidades e mais conhecimento sobre algo menos incomum. Assim, as observações de objetos espaciais irão continuar.
Posteriormente, com mais tempo de estudo, será possível entender se corpos como os objetos transneptunianos trarão mais conhecimento para a construção de novos modelos que expliquem como se formou o Sistema Solar.
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Um sistema TNO binário ocultar um sistema estelar binário não é de forma alguma intrigante. É apenas incomum. O que é intrigante é a distância entre estes TNOs.