Butterfly iQ: o dispositivo para iPhone que permite monitorizar infecções da COVID-19
A tecnologia desenvolvida para o serviço médico poderá estar cada vez mais acessível às pessoas em geral. As marcas têm apostado em trazer aos dispositivos convencionais, como os smartphones ou smartwatches, sensores e mecanismos que colocam na mão do utilizador a possibilidade de avaliar a sua saúde. Assim, a Butterfly Networks desenvolveu um scanner ultrassom assistido por AR que poderá ajudar os médicos a guiar o utilizador a fazer verificações em casa.
As capacidades do Butterfly iQ podem mesmo ajudar os médicos, remotamente, ao detetar sinais de danos nos pulmões associados à COVID-19.
RA da Apple aproxima o tricorder médico da realidade
Em jeito de preâmbulo, sugerimos que relembre ou pesquise sobre uma inovação "da ficção cientifica": o tricorder. Este é usado pelo médico da série Star Trek, lembra-se? Pois bem, este dispositivo que vamos mostrar é essa ficção cientifica, mas no mundo real, de hoje.
Este sonho de um tricorder está em movimento no mundo da tecnologia há anos, mas desenvolvimentos recentes aproximaram-no mais do que nunca do nosso dia a dia.
Butterfly iQ: o scanner do corpo humano que pode ligar ao iPhone
Conforme foi dado a conhecer, o dispositivo de ultrassom portátil da Butterfly Network, o Butterfly iQ, está disponível desde o final de 2018. Segundo o que foi mostrado, este ligava-se a um telefone ou tablet, para agir como uma pequena ferramenta médica portátil. Contudo, na altura, o projeto inicial foi designado apenas para "médicos ou profissionais qualificados".
Na WWDC 2019, a empresa fez uma demonstração deste equipamento. Posteriormente, a tecnologia chamou a atenção como uma promessa de um dispositivo para assistência remota ao paciente em várias condições de saúde. Assim, vários cenários foram apontados, por exemplo, recorrendo a instruções 3D pop-up que poderiam orientar um paciente a usar o dispositivo corretamente.
Sendo um dispositivo criado para ações do foro médico, necessitava de regulamentação por parte da entidade reguladora. As alterações recentes do regulador, a FDA, permitem que ferramentas de imagem médica sejam usadas remotamente por médicos em situações de emergência.
Assim, esta foi a porta que permitiu que a tecnologia da Butterfly Network pudesse ser apontada como uma ferramenta médica de uso caseiro. Atualmente, o Butterfly iQ pode ser usado em conjunto com software de assistência remota que recorre ao ARKit da Apple para renderizar direções 3D à medida que a pessoa o usa.
Tecnologia para detetar sinais de danos nos pulmões associados à COVID-19
Conforme podemos ver no vídeo de demonstração, este dispositivo, um pequeno scanner do tamanho de uma máquina de barbear, é apontado sobre o corpo de alguém. Na aplicação são mostrados os ecos pulsantes do ultrassom.
Apesar de ser importante ter contacto com um médico, a verdade é que a aplicação e a tecnologia de realidade aumentada permite indicadores muito importantes. Este software, que pode ser instalado num iPhone ou iPad, poderá ser um "dispositivo médico, em qualquer lugar.
Este dispositivo, segundo é referido, pode ser utilizado para fazer um ultrassom nas mulheres grávidas, nos casos de fraturas dos ossos ou até para verificar condições pulmonares. De acordo com a Butterfly Network, os médicos estão atualmente a usar a tecnologia para procurar remotamente sinais de danos nos pulmões associados à COVID-19.
O recurso de ajuda remota funciona em iPhones e iPads mais recentes (iPhone XR e posterior, iPad Mini de quinta geração e Airs e Pros mais recentes). Estes têm capacidade para usar a tecnologia RA e também orientações de aprendizagem automática e digitalização de salas. Tecnologias necessárias para o rastreio da posição do dispositivo de ultrassom em relação ao corpo humano.
O scanner portátil também é compatível com alguns telefones Android, mas ainda não funciona com a orientação de RA. Um acrescento muito importante é o LiDAR que a Apple introduziu no iPad Pro e que, segundo rumores, chegará ao iPhone 12 ainda este ano. Tal tecnologia ajudará a melhorar a capacidade do próprio software no rastreio.
Butterfly iQ: Mas é uma ajuda válida contra a COVID-19?
Nesta altura, tudo é ainda "temporário", mas útil, no que toca a tentar ajudar a combater a pandemia. Como tal, a Butterfly Network tem o cuidado de deixar claro que, no momento, a permissão da FDA é temporária, durante a emergência do coronavírus.
De acordo com a empresa, estão a "trabalhar em estreita colaboração com a FDA para levar imagens de ultrassom seguras, eficazes e guiadas remotamente à comunidade médica e de pacientes". Além disso, estão "gratos pela oportunidade de avançar no atendimento clínico durante este período desafiador".
A Realidade Aumentada pode ser um passo importante na saúde pessoal
É verdade que temos cada vez mais lido e ouvido falar na Realidade Aumentada e Realidade Virtual como ferramentas do dia a dia. É verdade que existe, já muito desenvolvido, o dispositivo Microsoft HoloLens, que explorou a assistência e orientação remotas via RA e, mais ao nosso alcance, o Google Maps, que usa setas flutuantes para nos orientar.
Portanto, não admira que em breve teremos a RA na nossa casa, numa espécie de telemedicina.
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Também está disponível para android.
Porque não um título “Butterfly iQ: o dispositivo para smartphone que permite monitorizar infecções da COVID-19”
O conjunto do software e hardware foi desenvolvido para funcionar com dispositivos Apple. Aliás, foi mesmo apresentado na WWDC de ano passado. Não está disponível para Android todo o potencial, por isso não faz sentido dizer que tudo o que oferece está disponível para qualquer smartphone, porque não é verdade. Tal como refere o artigo, o scanner portátil também é compatível com alguns telefones Android, mas ainda não funciona com a orientação de RA. Depois há o problema de “ser compatível com Android, não quer dizer que qualquer smartphone Android consiga correr a tecnologia” 😉 mais uma vez era errado usar smartphone no título.