Astrónomos descobrem uma nova “estrada” de saída do sistema solar
Com o conhecimento das órbitas dos asteroides e cometas, os astrónomos identificaram verdadeiras autoestradas formadas pela interação da gravidade dos sete planetas. Estes astros viajantes do universo são importantes para se perceber por onde se pode entrar e sair do sistema solar.
Será que existe um caminho mais rápido para viajar no universo?
Autoestradas espaciais
As distâncias no espaço são tão enormes que as nossas naves precisam de vários meses para chegar ao planeta mais próximo e dezenas de milhares de anos para chegar à estrela mais próxima.
Contudo, quando se trata de navegar pelo espaço, nunca devemos pensar em linhas retas. Para navegar pelas estrelas e planetas é conveniente aproveitar a atração gravitacional dos planetas para economizar combustível e adquirir velocidades maiores.
Além disso, este ziguezaguear é importante para manobrar e usar a posição mais vantajosa dos planetas. É, portanto, necessário aproveitar as janelas de lançamento, períodos de tempo em que as condições são ótimas.
E como se pode viajar para fora do nosso sistema solar?
Será que existe uma maneira de cobrir com eficiência as vastas distâncias do sistema solar externo?
Uma equipa de investigadores do observatório astronómico de Belgrado, na Sérvia, descobriu algo como um conjunto de "autoestradas" espaciais para deixar o sistema solar ou viajar de Júpiter a Neptuno.
Ao analisar as órbitas de milhões de asteroides e cometas, uma equipa liderada por Nataša Todorović detetou a presença de uma "verdadeira estrada celestial", permitindo a migração de objetos entre Júpiter e Neptuno em questão de décadas, em vez de centenas milhões de anos, como acontece fora dessas rotas.
Conforme é referido, estas rotas de comunicação são como arcos que aparecem perto de áreas específicas, localizadas no ambiente de cada planeta, e que têm sido chamados de "distribuidores espaciais".
Décadas em vez de milénios
Por exemplo, eles encontraram rotas que permitem que os objetos entrem em órbitas hiperbólicas, escapem do sistema solar e vão de Júpiter a Úrano e Neptuno em 38 e 46 anos, respetivamente.
Na verdade, em apenas um século a maioria dos objetos atinge uma distância de 100 UAs (uma Unidade Astronómica é a distância entre a Terra e o Sol e é equivalente a 150 milhões de quilómetros). Em comparação, Plutão está a uma distância média de 39,5 UAs.
Este tipo de informação permite-nos estudar como os cometas e asteroides podem mover-se através do sistema solar. No entanto, este tipo de informação será de grande interesse para projetar futuras missões interplanetárias.
Segundo o artigo, será necessário pesquisar de mais aprofundadamente para descobrir novas estradas espaciais. Rotas que liguem as duas cinturas do sistema solar: a cintura de asteroides (entre Marte e Júpiter) e a cintura de Kuiper (além de Neptuno). Além disso, não se pode esquecer o risco de colisões com a sua população de asteroides e cometas.
As suas conclusões foram publicadas na revista científica "Science Advances".
Este artigo tem mais de um ano
Só espero que o Estado português nunca descubra que existem auto estradas no espaço, se não até aí vai ter portagens. Space X vai já à via verde comprar o dispositivo!
Os descobridores portugueses também tiveram de as descobrir aqui na terra, onde os ventos e as marés eram mais favoráveis… Tem de se saber trabalhar com a natureza e não contra ela.