Asteroides perigosos para a Terra podem estar escondidos na sombra de Júpiter
Júpiter e a sua enorme força gravitacional é visto como um escudo protetor da Terra contra asteroides potencialmente destrutivos. Assim, a gravitar o maior planeta do sistema solar está um grupo de asteroides e cometas capturados pela força deste astro. Contudo, estas rochas podem representar uma ameaça escondida para a Terra.
Segundo os astrónomos, se existirem mudanças severas nas suas órbitas, as rochas espaciais podem ser lançadas contra Terra e astros vizinhos.
Asteroides e cometas guardados por Júpiter podem ser ameaça para a Terra
Segundo um estudo recente, a conclusão de que estes asteroides podem ser um perigo potencial baseou-se na identificação de pelo menos um objeto que poderia experimentar tal mudança orbital. Assim, identificar e vigiar outros objetos escondidos nesta população poderia ajudar a identificar perigos potenciais para a Terra com muita antecedência.
O maior planeta do sistema solar, Júpiter, esconde muitos asteroides e cometas na sombra. Alguns deles, como as suas luas, estão gravitacionalmente ligados ao planeta. Contudo, outros seguem uma órbita semelhante à de Júpiter, circundando o Sol. Para estes "devotos", uma alta inclinação, ou um ângulo com o plano do sistema solar de mais de 40 graus, está ligada a uma baixa excentricidade, dando-lhes uma órbita quase circular.
E se uma alteração os levasse a não ter uma baixa inclinação por uma alta excentricidade?
Um artigo recente examina o que poderia acontecer se os objetos estáveis que orbitam perto de Júpiter trocassem a sua baixa inclinação por uma alta excentricidade, criando uma órbita mais oval. De acordo com o autor, Kenta Oshima, investigador do Observatório Astronómico Nacional do Japão, tal mudança poderia ser uma má notícia para a Terra.
Apontamos a possibilidade de que populações de asteroides potencialmente perigosos não detetados existem em locais de alta inclinação de [esses objetos].
Escreveu Oshima.
Uma armada escondida
Escondidos na sombra de Júpiter, muitos desses objetos são difíceis de ver da Terra. Neste momento, enquanto as suas órbitas estão estáveis, isso não é um problema. No entanto, se as suas órbitas se deslocarem, eles podem mover-se da segurança de Júpiter para um caminho de colisão com a Terra ou outros planetas internos.
Quando começarem a "dançar" ao redor da Terra, estes devem tornar-se visíveis aos caçadores de objetos potencialmente perigosos. Contudo, o seu perigo inerente significa que os astrónomos devem estar a trabalhar já para os identificar.
Um objeto com uma alta inclinação mergulhará dentro e fora do plano do sistema solar em que os planetas orbitam, por isso, as interações serão poucas e distantes entre si. Em termos mais práticos, para que possamos entender, este "voo" dos asteroides podem ser exemplificados com o caso dos aviões.
Se os aviões voarem acima do solo, podem colidir com algo enquanto aterram ou descolam. Assim, se voarem muito baixo, a probabilidade de chocar com uma montanha ou mesmo com um edifício aumenta significativamente. O mesmo acontece com os asteroides. Se tiverem uma rota baixa, perto dos astros, há uma probabilidade de colisão muito maior. Essas colisões podem fazer com que mudem de órbita.
Asteroide 2004 AE9 faz "voos rasantes a Marte"
Oshima já identificou um membro potencial desta armada oculta, o 2004 AE9. O objeto orbita cerca de 1,5 unidades astronómicas (UAs; uma unidade astronómica é a distância entre a Terra e o Sol) dentro do caminho de Júpiter.
Ocasionalmente, o asteroide passa por Marte nas suas órbitas, aproximando-se de 0,1 AU. Estes fly-bys mudaram a órbita do asteroide ao longo do tempo. A órbita não só se aproximou do plano do sistema solar, como também se tornou mais excêntrica. Embora não haja o perigo de ela afetar a Terra num futuro próximo. No entanto, o AE9 de 2004 pode um dia mudar a sua órbita o suficiente para deixar Júpiter e colidir com um planeta rochoso.
Objetos que originalmente se movem em órbitas altamente inclinadas, mas quase circulares, têm uma baixa probabilidade de impacto. Se elas se tornarem instáveis e a inclinação for trocada por excentricidade, o caminho pode se tornar um cruzamento de planeta com uma inclinação baixa, o que se traduz numa maior probabilidade de impacto.
Explicou Carlos de la Fuente Marcos, que estuda a dinâmica do sistema solar na Universidade Complutense de Madrid.
De acordo com este investigador, o processo levaria pouco menos de um milhão de anos. É um desenvolvimento bastante rápido em termos astronómicos.
Júpiter atraiu asteroides troianos
Um punhado de planetas e cometas foram identificados como coorbitais de Júpiter nos últimos anos. Além disso, o planeta também atraiu um grupo de corpos chamados asteroides troianos, que orbitam imediatamente em frente e atrás de Júpiter, e cujas órbitas provavelmente não mudarão. Contudo, outros perigos futuros podem estar escondidos perto do planeta gigante; identificá-los é importante.
Vale a pena ficar de olho, especialmente catalogando-os para fazer um censo e conhecer melhor o tamanho real dessa população potencialmente perigosa.
Referiu Carlos de la Fuente Marcos.
Se por um lado os caminhos de alta inclinação tornaram estas rochas improváveis causadoras de impactos com a Terra (ou com algo dentro do sistema solar interno), por outro também os tornam difíceis de encontrar. Isso porque a maioria das investigações concentra-se no plano do sistema solar, onde os objetos mais propensos a colidir com a Terra se encontram.
Se os objetos ocultos representam ou não um perigo para a Terra permanece desconhecido, o que não é nada tranquilizador.
Este artigo tem mais de um ano
Imagem: NASA / JPL-Caltech
Fonte: Royal Astronomical Society
Grandes suposições e teorias da conspiração um conjunto de fatores leróticoss para ignorantes da profecia da desgraça…
Bem que poderiam jogar uma GoPro no olho de Júpiter.
Ainda existe quem pense que os asteróides andam ao acaso, e que possam vir cair aqui na Terra por mero acaso? É preciso ser-se muito ignorante!
Muitos comentam tantas coisas sem nocao de nada a verdade e que estamos sempre em risco de colisoes porque ja aconteceu antes pode acontecer de novo.