As pessoas confiam na ciência? Um estudo global diz que sim, mas falta comunicação
Um inquérito global, com respostas de 68 países, revelou que a confiança do público nos cientistas continua a ser elevada. Esta foi a maior análise pós-pandemia da confiança na ciência, das expectativas da sociedade e das prioridades de investigação.
Conduzida por investigadores da Universidade de Zurique e da ETH Zurich, a análise das respostas de quase 72.000 indivíduos desafia a perceção generalizada de que a confiança do público nos cientistas está em declínio.
Os nossos resultados mostram que a maioria das pessoas, na maior parte dos países, tem um nível relativamente elevado de confiança nos cientistas e quer que estes desempenhem um papel ativo na sociedade e na política.
Observou Viktoria Cologna, investigadora principal da ETH Zurich, cujo estudo concluiu que, em média, as pessoas em todo o mundo têm um nível moderadamente elevado de confiança nos cientistas.
Numa escala de 1 (confiança muito baixa) a 5 (confiança muito elevada), o nível médio de confiança foi de 3,62, o que indica que a maioria dos inquiridos continua a ver os cientistas de forma favorável.
Além disso, outros dados pertinentes incluem:
- 78% consideram os cientistas qualificados;
- 57% consideram os cientistas honestos;
- 56% acreditam que os cientistas se preocupam com o bem-estar do público.
Estes resultados contrariam a afirmação amplamente repetida de que existe uma crise de confiança na ciência.
Apesar de a confiança geral nos cientistas continuar a ser forte, o estudo revela, também, áreas de preocupação. Uma questão fundamental é a perceção do desfasamento entre os cientistas e o público.
Cientistas precisam de comunicar mais e melhor com as pessoas
Apenas 42% dos inquiridos consideram que os cientistas prestam atenção à opinião pública. Este dado sugere que, embora as pessoas confiem nos cientistas, sentem que os investigadores nem sempre têm em conta as perspetivas e prioridades do público em geral.
A perceção desta lacuna pode contribuir para o ceticismo em certas áreas de investigação e políticas. Efetivamente, quando os cientistas não conseguem comunicar eficazmente com o público ou não se envolvem em discussões significativas, a confiança pode diminuir com o tempo.
Os nossos resultados também mostram que muitas pessoas em muitos países sentem que as prioridades da ciência nem sempre estão bem alinhadas com as suas próprias prioridades.
Afirmou o coautor do estudo, Niels G. Mede, da Universidade de Zurique, recomendando que "os cientistas levem estes resultados a sério e encontrem formas de serem mais recetivos ao feedback e abertos ao diálogo com o público".
Afinal, os resultados da investigação indicam que são necessários mais esforços para colmatar esta lacuna e garantir que a investigação científica se alinhe com as necessidades e expectativas do público.
Níveis de confiança na ciência e orientação política
A análise destaca diferenças significativas nos níveis de confiança na ciência com base na orientação política e nos contextos regionais.
Nos países ocidentais, as pessoas com opiniões políticas de direita tendem a confiar menos nos cientistas do que as pessoas com opiniões de esquerda. Esta tendência reflete uma polarização política crescente nas atitudes relativamente à ciência, em particular em temas como:
- Alterações climáticas;
- Saúde pública;
- Avanços tecnológicos.
No entanto, o estudo revelou que, na maioria dos países, a ideologia política não influencia fortemente a confiança nos cientistas, sugerindo que, embora existam divisões políticas em determinadas regiões, estas não representam necessariamente uma tendência global.
Em vez disso, a confiança na ciência é moldada por uma combinação de fatores culturais, económicos e históricos exclusivos de cada país.
Devem os cientistas envolver-se na política?
Globalmente, 83% dos inquiridos consideram que os cientistas devem comunicar o seu trabalho ao público, o que realça a importância da comunicação científica na criação de confiança e compreensão.
Além da comunicação, 52% dos inquiridos apoiam um maior envolvimento dos cientistas na elaboração de políticas, refletindo a vontade do público de tomar decisões com base científica em áreas como a saúde, o ambiente e a política social.
Por sua vez, as opiniões sobre a defesa de causas continuam divididas. Embora uma parte significativa da população considere que os cientistas devem contribuir para a definição de políticas, apenas 23% consideram que devem defender ativamente políticas específicas.
Apesar das conclusões positivas sobre a confiança do público, o estudo salientou a necessidade de os cientistas se envolverem ativamente com o público. A confiança não é estática, exigindo um esforço contínuo da comunidade científica para a manter e reforçar.
Fonte: Nature Human Behaviour
Neste artigo: ciência, cientistas, investigação
Depende. Na ciência do bem sim. Na ciência do mal não.
Desde sempre que existem 2 caminhos para a ciência… e ainda existe 2 tipos de consciência: a limpa e a contaminada.
E sim, a comunicação é fundamental mas até aí existem 2 tipos: a verdadeira e a mentirosa!
Agora pensem…
Um autentico iluminado
obrigado. já tu estás completamente apagado e escuro.
Depende. Para fazer parte do novo governo dos EUA é requisito não acreditar na ciência, especialmente nas áreas da saúde e do ambiente.
Confiança total na ciência, desconfiança total nos cientistas.
Podem ser tanto ou mais corruptos que os políticos.
Só se se abrir a cabeça às pessoas. Mais não é possível fazer. A desculpa da falta de comunicação resulta da falta de interesse das pessoas, pois no momento de apreender estão a ver o bigbrother e a CM Tv.
Claro que confiam. O problema é chamarem ciência a coisas de achismo sem interesse que apenas servem para dar certo tipo de tachos e favorecer certas agendas.
A ciência é uma ferramenta extremamente útil, o problema é quando a mesma é usada para capitalizar e defender ideologias, toda a gente tem um cientista e um estudo que defende a sua ideologia.
Infelizmente o cidadão comum vê estudos que defendem A e estudos que defendem o seu contrario, e nao tem como verificar qual o correto.
Se até quem acreditava seriamente na “Ciência” foi perdoado:
“Joe Biden perdoou Anthony Fauci, criador dos lockdowns e uso obrigatório de mascaras”
Quem sou eu pra discutir isso!?
Eu tinha visto isso aí. Li ontem aqui:
https://mises.org/mises-wire/why-joe-biden-had-pardon-anthony-fauci
A ciência não é para se acreditar, é para se escrutinar e questionar. A ciência é feita por pessoas, e as pessoas são falíveis e corrompíveis.
O método científico é o melhor que temos para aferir a realidade, mas está longe de ser perfeito.
Não caiamos no erro de confundir a ciência com o cientismo.
Não façamos da ciência uma religião.
Graças às nossas falhas cognitivas de seres humanos, a ciência tem sido instrumentalizada para levar a cabo grandes fraudes e crimes.
A ciência não “enche” os olhos nem os ouvidos às pessoas, por muito boa que seja ou por muito bem que seja apresentada. E como há cada vez menos matéria cinzenta para contrabalançar, a malta deixa entrar tudo sem filtro. Não é preciso ser cientista nem sequer licenciado para ter um mínimo de espírito crítico e não acreditar em tudo o que nos dizem (seja de que lado for).