A “Porta do Inferno” da Terra cresce um milhão de metros cúbicos por ano
O fenómeno conhecido como “Porta do Inferno”, localizado na remota Sibéria, chamou a atenção não só dos entusiastas do cinema, mas também de biólogos e ecologistas. Esta situação resulta da crescente preocupação com o degelo do pergelissolo subterrâneo nos polos, um problema agravado pela descoberta de vírus antigos, alguns com 48.500 anos, reativados por este degelo. O que poderá implicar para a humanidade?
A expansão da cratera Batagaika
Estudos recentes revelaram que a cratera Batagaika, na Sibéria, está a expandir-se a um ritmo alarmante de um milhão de metros cúbicos por ano. A cratera tem atualmente cerca de 1 km de comprimento e 800 m de largura no seu ponto mais largo, e o seu crescimento está a acelerar.
Apesar de se chamar cratera, Batagaika é, na realidade, uma depressão termocársica, uma espécie de sumidouro ou “mega-deslizamento” causado pelo colapso e fraturação do terreno devido à perda do pergelissolo. Foi descoberto em 1991, depois de esta abertura subterrânea se ter dividido e levado consigo uma grande parte da encosta. Desde a sua descoberta até 2007, o seu crescimento foi documentado e é visível em vários registos visuais.
Pergelissolo: Um gigante que não está tão adormecido
O pergelissolo (também conhecido como permafrost), apesar do seu nome, não é realmente permanente; é um solo que esteve a 0 °C ou menos durante mais de dois anos. Cerca de um quarto da superfície terrestre do hemisfério norte é constituído por este solo congelado, que pode variar entre alguns metros e quase um quilómetro de profundidade.
O problema é que o aquecimento das temperaturas do ar está a alimentar um ciclo de retroalimentação positivo na cratera Batagaika, que dificilmente diminuirá enquanto houver gelo para derreter.
Consequências ecológicas do degelo
À medida que a camada de pergelissolo se degrada ou derrete, passa da consistência de betão para uma massa lamacenta, incapaz de suportar a vegetação à superfície. À medida que os bordos do solo se desmoronam, perdem-se as copas das árvores que proporcionam proteção contra o sol (e o calor).
Nesta altura, a matéria orgânica anteriormente preservada no gelo decompõe-se e liberta carbono para a atmosfera, alimentando ainda mais o aquecimento global. Isto, naturalmente, resulta numa perda ainda maior do pergelissolo.
Não sabemos se estes microrganismos antigos estão equipados para sobreviver durante muito tempo quando expostos à atmosfera terrestre, nem sabemos se a nossa biologia e medicina modernas estão preparadas para lidar com novos vírus que regressam após 50.000 anos de dormência. Em 2016, o descongelamento do permafrost terá libertado o Bacillus anthracis, causador do carbúnculo (também conhecido como antraz), que matou 2649 renas e provocou dezenas de doenças e a morte de uma criança.
Qual é a boa notícia? Bem, esta cratera tornou-se numa espécie de atração turística. Apesar dos seus perigos, este fenómeno natural atrai aqueles que desejam ver de perto as transformações dramáticas do nosso planeta.
A cratera Batagaika e as suas implicações não são apenas um lembrete dos desafios iminentes das alterações climáticas, mas também um apelo à ação para compreender e mitigar os seus efeitos antes que seja tarde demais.
Fonte: Via
Neste artigo: Batagaika, porta do inferno, terra
E a entrada para a terra oca! Existe vida no centro da terra, ja provada cientificamente pela empresa Monarch. E um mundo perigoso onde habitam criaturas radioativas.
Hehe, Jules Verne e a viagem ao centro da terra…
Argumento digno da próxima série da Netflix.
Adicionava tambem as criaturas que vivem debaixo a terra no filme The Time Machine (1960), comem humanos, factor que apimenta mais a coisa!
Já foram filmados lá tantos filmes. Até acho que Hollywood tem um clone disto onde já filmou os X-Files e o próprio Nolan filmou lá uma cena do tenet, ou foi do Interstellar?
Curiosamente situa-se na Sibéria que é na Russia onde tudo de mau acontece, são os maus, os vilões, é óbvio que a existir uma porta do inferno seria lá por aqueles lados já que a boca temos nós HAHAHAHA
Estás a confundir a beira da estrada, com a estrada da beira. Não se fala na Rússia como um país que faz mal, mas um sítio na Rússia que lhe fazem mal (os ataques à natureza).
Um pequeno ajuste: o que é libertado à medida que o pergelissolo descongela é metano e não dióxido de carbono, o que acaba por ser bem pior. Como referiram, este é um processo de retro-feedback em que quanto mais metano é libertado, mais aumenta a temperatura, e quanto mais aumenta a temperatura, mais pergelissolo é descongelado e mais metano é libertado.
Não é referido o dióxido de carbono. Segundo a investigação: “The total volume of permafrost thaw and material loss from the Batagay RTS amounts to about 1 million m3 per year. The material is by one third composed of thawed sediments and by two thirds of melted ground ice. About 4000 to 5000 tons of previously permafrost-locked organic carbon is released every year. Organic carbon content has been measured as Total Organic Carbon (TOC) of sediments and as Dissolved Organic Carbon (DOC) of ground ice.”
Interessa é fazer filmes e turismo.
Prioridades…
lol! mais certo é nenhum deles sensibilizar para a crise climática, deve ser só entertenimento pastilha, os investidores não querem cá o povo a pensar nisso!
E a pensar que era mesmo uma “Porta do Inferno” como foi no Sobrenatural.
Ainda vão regressar os mamutes 🙂
faz sentido, a temperatura aquece, o tamanho do espermatozóide aumenta!
Mais de 150 sismos em Itália, numa zona de um super vulcão.
https://www.bbc.com/news/articles/c999kew4nkko