Netflix testa formas de contornar pagamentos feitos na App Store da Apple
A presença das aplicações nas lojas dos sistemas operativos pressupõem que, caso existam pagamentos, parte destes revertam para a própria loja. Muitos não concordam com esta situação, principalmente com os valores que são cobrados, quer nas apps quer nas compras ou subscrições feitas.
Para evitar esta situação, que encarece sempre as compras, o Netflix parece estar a testar algumas novidades, para conseguir contornar os pagamentos feitos na App Store da Apple.
O Netflix é uma das apps que mais lucros dá à Apple, fruto das subscrições que os utilizadores do iOS fazem neste serviço. Ao aderirem diretamente pela loja de apps da Apple, os utilizadores acabam por dar à Apple uma parte do valor pago.
Para a Netflix uma mudança desta forma de registo e pagamento seria proveitosa, uma vez que faria reverter todo o valor pago para os seus cofres. É por isso que há algum tempo que estão a ser feitos testes para tentar contornar este ponto.
As alterações que estão a ser testadas procuram levar os utilizadores a registar e pagar o serviço não através da loja da Apple mas sim diretamente no site do Netflix. O pagamento é bloqueado na app, e consequentemente na App Store, sendo os utilizadores redirecionados para a versão móvel do site do Netflix.
Do que é possível saber, estes testes começaram em junho, numa escala pequena em apenas 10 países, e foram alargados a muitos mais, atingindo agora os 33 países. Estes testes vão decorrer do dia 2 de agosto até ao dia 30 de setembro.
O Netflix não é a primeira empresa a tentar esta mudança. Já no passado o Spotify tentou uma solução similar e até acusou a Apple de tentar ganhar dinheiro com o seu serviço.
A Apple tem procurado adaptar-se a estas medidas e ajustou os valores cobrados para serem menores após o primeiro ano, passando dos normais 30% para os 15%. Ainda assim, as empresas veem nesta cobrança da Apple um ponto onde perdem dinheiro, procurando por isso eliminar este intermediário.
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Por acaso, sempre que subscrevi o serviço, foi sempre pela site da Netflix, mesmo usando praticamente para ver no meu iPad.
Já estou a ver que, sem querer, eu não dei dinheiro a Apple.
Já com o Spotify era igual. Quem aderia pelo site, ou ia ao site fazer a renovação, pagava um valor. Quem o fazia pelo iPhone (por exemplo) tinha de pagar mais pela mesma adesão ou renovação.
eu a subscrição da netfix e respectivos pagamentos sempre no browser do pc pelo site, e depois então, é só usar a app no IOS ou noutro sistema qualquer, não faço nada pela store no que toca a pagamentos…
Gananciosos.
Sem apple nunca seriam o que sao hoje.
Enfim. Aposto que não vao ganhar este braco de ferro.
Se você ganhasse 1 milhão por mês e pudesse deixar de pagar 15% disso pra Apple, eu aposto que você faria o mesmo.
Ultima hora steve jobs lancou o netflix…
Dou-lhes toda razão, as acho as cobranças da Apple legítimas do ponto de vista moral, but it is what it is e sinceramente não sei como vão contornar isso.
1) Rejection reason: – Apps utilizing a system other than the In-App Purchase API (IAP) to purchase content, functionality, or services in an App will be rejected.
*não acho…
Eu já utilizo o Spotify Premium sem ter que pagar pelo In-App. Isso não já não é contra as regras?
O problema são os redireccionamentos. No caso do Spotify a subscrição pela app foi desativada, se fores new sub tens de ir ao site subscrever, neste caso vais ter a ligação para a subscrição que te reencaminha para o site, acredito que a Apple vá cair em cima disso.
Vai ser difícil a Apple bloquear um redirecionamento para um site. Vários aplicativos fazem isso por outros motivos.
Não se bloqueiam redireccionamentos, até porque a Apple não podem mexer na aplicação, pode sim é retirar da Apple Store até que seja removido o redireccionamento, invocando a “rejection reason” que meti em cima no primeiro post.
Para quem não está de acordo com o 30% deixados na Apple deveria perceber que disponibilizar uma app para o mundo (ou até para um único país) não é gratuito, ou seja, sem a App Store o programador / empresa teria de ter custos de desenvolvimento / manutenção em servidores, sistemas de pagamentos (+ respectivas taxas), marketing e publicidade, processos burocráticos, etc.
Para uma Netflix (ou mesmo uma Spotify) podem sim beneficiar em ter as suas próprias infraestruturas mas para a maioria dos developers (em especial os independentes) os 30% dados à Apple não é nada vs o que estaria a cargo do próprio developer.
30% do faturamento para a Netflix é muita coisa. E digo mais, se a Netflix fosse ter a própria infraestrutura (que ela já possui por causa dos vídeos) para disponibilizar o aplicativo ela gastaria muito menos do que esses 30% por assinante. Afinal, a gente baixa o aplicativo poucas vezes e as atualizações são por demanda (bugs e melhorias).