Ladrão ganhou mais de 300 mil dólares a roubar iPhones com esquema do PIN
Há um problema que é transversal a todos os smartphones (e não só), se um ladrão descobrir a palavra-passe de acesso ao dispositivo, pode entrar no sistema e roubar muita informação, documentos e dinheiro. A Apple sabe que o iPhone, com a versão atual do iOS, tem essa vulnerabilidade... mas apenas quando alguém usa o PIN de 4 ou 6 dígitos em sítios "complicados". E há criminosos com um esquema bem montado e lucrativo!
Sim, o iPhone é quase "blindado" a roubos convencionais de smartphones. Quem roubar um iPhone e não souber o código de acesso, seguramente que não vai ter como entrar no dispositivo. E ter acesso a este código, apesar de as pessoas usarem maioritariamente 4 ou 6 algarismos para uma combinação, só o fazem se o Face ID ou o Touch ID não funcionar.
Ora, começa aqui o buraco que vai ser usado pelos criminosos para "assaltar" as pessoas e os seus "segredos" escondidos no iPhone.
O PIN como um livre-trânsito para roubar o iPhone e tudo o que lá tem dentro
A história começou a ser badalada no início deste ano. Em março, o The Wall Street Journal escrevia sobre um golpe que consistia em observar as vítimas, que usam o seu iPhone descontraidamente, em locais onde as pessoas por vezes têm de digitar o código de desbloqueio do iPhone.
O jornal aponta exemplos, como os bares à noite e outros locais de diversão noturna. A vítima não dá conta, mas vai ser roubada.
Na reportagem, o jornal cita Greg Frasca, um americano de 46 anos que foi assaltado com este método. Depois de lhe roubarem o iPhone, os larápios bloquearam-lhe a conta Apple. Tudo aconteceu em outubro de 2022 e o homem não conseguiu reaver a sua conta. Segundo foi reportado, os ladrões roubaram-lhe o iPhone 14 Pro num bar de Chicago.
Após conseguirem o acesso ao iPhone e terem visto Greg a colocar o seu código de 6 dígitos, o passo seguinte foi entrar no equipamento. Depois limparam-lhe a conta bancária através do acesso pela app do banco. Posteriormente, ativaram o mecanismo de segurança da Apple que impede o legítimo dono de conseguir monitorizar o seu dispositivo através da app Find My (em Portugal chama-se Encontrar).
Para concretizar o golpe, o ladrão usou o conjunto de caracteres para configurar uma nova palavra-passe para o Apple ID, processo normal dos ladrões. Contudo, aqui neste caso houve uma novidade no processo.
O criminoso ativou a chave de recuperação, um código de 28 caracteres criado para garantir que só o portador do iPhone — neste caso, o ladrão, consiga recuperar o seu Apple ID.
Como ativar a chave de recuperação
O procedimento é simples (aprenda que pode ser útil para si):
- Aceda a Definições > [o seu nome] > Palavra-passe e segurança. Poderá ser necessário introduzir a palavra-passe do seu Apple ID.
- Toque em Recuperação de conta.
- Deslize para ativar a opção Chave de recuperação.
- Toque em "Usar chave de recuperação" e introduza o código do dispositivo.
- Anote a sua chave de recuperação e mantenha-a num local seguro.
- Confirme a chave de recuperação ao introduzi-la no ecrã seguinte.
Vejam em imagens passo a passo:
Este tipo de assalto começou também no Brasil a fazer escola. Aliás, deixamos na altura algumas dicas para o utilizador conseguir blindar o seu iPhone, como podem ver aqui. Contudo, estas dicas, para quem não segue o Pplware e não tem destreza para mexer nas muitas possibilidades do iOS, nunca serão ativadas.
A Apple sabe disso, e sabe da fragilidade do seu sistema de segurança que depende do PIN de 4 ou 6 dígitos que o utilizador configura no momento de iniciar o iPhone pela primeira vez.
iOS 17.3 vem resolver de vez este problema
Com o iOS 17.3, a Apple lança uma nova funcionalidade, a Proteção de Dispositivos Roubados, que visa proteger os utilizadores em caso de roubo do iPhone e do código de acesso do iPhone. Deixamos aqui a descrição da funcionalidade e um guia prático para que os nossos leitores possam usar.
Para mostrar que a Apple estava preocupada e com razão (pois o esquema que se falou no início do ano ainda estava bem lucrativo), a jornalista Joanna Stern do The Wall Street Journal voltou a atacar o assunto. Desta vez sentou-se com um ladrão de iPhone prolífico que aproveitou a vulnerabilidade do iOS para arrecadar mais de 20 mil dólares todos os fins de semana das vítimas.
O novo artigo do WSJ mostra uma visão de perto da vida de um criminoso que fez disto um trabalho a tempo inteiro.
Já estou a cumprir pena. Sinto que devo tentar estar do outro lado das coisas e tentar ajudar as pessoas. Esta senha é o diabo. Por vezes, pode ser Deus - ou pode ser o diabo.
Disse Aaron Johnson, o ladrão, à jornalista.
Locais onde o ladrão arma o golpe
Tem de haver um cenário perfeito, um conjunto de circunstâncias que levem as pessoas, utilizadores do iPhone, a não usar o Face ID. Por exemplo, sítios pouco iluminados e cheios de gente, como os bares, tornaram-se o seu local ideal.
Os homens em idade universitária tornaram-se o seu alvo ideal.
Eles já estão bêbados e não sabem o que está a acontecer de verdade.
Disse Johnson. As mulheres, segundo ele, tendem a ser mais cautelosas e atentas a comportamentos suspeitos.
O processo de Johnson envolveu também um pouco de engenharia social:
Amigável e enérgico, foi assim que as vítimas descreveram Johnson. Algumas disseram-me que ele as abordava oferecendo drogas. Outras disseram que Johnson lhes dizia que era um rapper e que as queria adicionar no Snapchat. Depois de conversarem um pouco, entregavam o telemóvel a Johnson, pensando que ele iria apenas introduzir os seus dados e devolvê-los.
Era tudo um esquema para detetar o código do dispositivo e depois era esperar pelo momento certo. Só faltava roubar o iPhone, o que não era difícil nestes ambientes.
Quando o ladrão conseguia o código de acesso e o iPhone, mudava rapidamente a palavra-passe do Apple ID e inscrevia o seu rosto no Face ID do dispositivo. A partir daí, procurava as aplicações bancárias, outras do tipo PayPal, o Apple Cash e aplicações de criptomoedas. Também verificava as aplicações Notas e Fotografias para obter informações adicionais, como números de segurança social.
Muitas pessoas guardam as palavras-passe e informações mais privadas e de uso frequente na aplicação Notas. Não está errado, mas devem sempre colocar essa nota com palavra-passe, de preferência diferente da que usam para entrar no telefone.
Quando terminava de usar o iPhone em questão, apagava-o e vendia-o ao seu sócio, Zhongshuang "Brandon" Su, que o vendia no estrangeiro.
Num bom fim de semana, vendia até 30 iPhones e iPads a Su e ganhava cerca de 20.000 dólares - sem contar com o dinheiro que retirava das aplicações bancárias das vítimas, do Apple Pay e muito mais.
Disse Johnson.
O larápio declarou-se culpado dos seus crimes e tinha já acumulado cerca de 300.000 dólares de iPhones roubados. O artista foi condenado a 94 meses de prisão.
Imagem: Freepik
Neste artigo: iOS 17.3, Proteção de Dispositivos Roubados
“…a jornalista Joanna Stern do The Wall Street Journal voltou a atacar o assunto. Desta vez sentou-se com um ladrão de iPhone prolífico que aproveitou a vulnerabilidade do iOS para arrecadar mais de 20 mil dólares todos os fins de semana das vítimas.” Dentre os exemplos dados aqui no artigo vejam lá este. Mas que filho da mãe. Este gatuno nem precisa de trabalhar. Pra quê ?? Todos os fins de semana rouba mais de 20 mil dólares. Gatuno de m****.
até pareces um poeta, enfim….
Normalmente o problema é sempre o utilizador.
“Tem de haver um cenário perfeito, um conjunto de circunstâncias que levem as pessoas, utilizadores do iPhone, a não usar o Face ID. Por exemplo, sítios pouco iluminados e cheios de gente, como os bares, tornaram-se o seu local ideal.” Só não usam se forem BURRAS e portanto é bem feito o que lhes acontece. O FaceID funciona no escuro (apenas com a luminosidade do ecrã), logo…. é a selecção natural a funcionar.
Não funciona com a luminosidade do ecrã. Mas sim com o projetor matriz e o “flood illuminator” que ambos iluminam na gama de infra-vermelhos.
Mas existem situações menos ideais em que o FaceID têm dificuldade. Uma delas são fontes de luz fortes que emitam muita radiação na gama de infravermelhos, como lâmpadas de halogéneo (como holofotes de estúdio ou mesmo em performances musicais, embora esses já estejam a migrar para LED).
Sim, funciona com a luminosidade do ecrã, que é ativado a aquando do “levantar” do iPhone e entrada em funcionamento do FaceID.
Escrito num teclado à frente de um ecrã é fácil! Mas para que um ladrão não tenha sucesso, a vítima tem de estar atenta 100% do tempo (é impossível) e o ladrão só precisa de acertar 1 vez!
Além de que quem está bêbado, nem se apercebe do que se está a passar. Quando perceber já é tarde!
Falso. Não existe necessidade de estar atenta 100%. o código só é necessário muito raramente. Pois existe o TouchID ou o FaceID. Logo será (talvez) cerca de 2%?? em que nessas situações sim é necessária a “atenção”. Logo, mantem-se tudo o que anteriormente escrevi.
Para evitarem alterações à vossa conta Apple a partir dum iPhone desbloqueado indevidamente por algum amigo do alheio é fazer o seguinte:
-Definições
-Tempo de ecrã
-Conteudo e privacidade
-onde diz PERMITIR ALTERAÇÔES colocar “Não permitir” em “alterações ao código” e “alterações a contas”
-proteger com um código de 4 digitos que vai ser diferente do de desbloqueio do iPhone
e vão ver que nas Definições deixaram de ter acesso a qq alteração à vossa conta e código de desbloqueio.
Assim se o iPhone for roubado pelo menos vão ter sempre acesso a ele remotamente
Deviam os novos iphones ter tambem a possibilidade de leitura da impressão digital. Se assim fosse reduzia as vezes que é necessário usar o codigo para desbloquear o iphone.
Andar de cavalo para burro? Ou ter “cinto e suspensórios”?
Depois do Natal vou precisar disso… O cinto já não aguenta…
No meu iPhone era impossível fazerem isso….tenho o acesso à minha ID Apple bloqueado nas Definições e o código de desbloqueio é diferente do código de acesso ao dispositivo
Excelente publicidade para o Iphone
Que é um granda trombolho usado por que não percebe nada de tecnologia…
De novidade não tem nada, quem nunca viu o tuga a tapar com a maozinha o teclado do terminal de multibanco enquanto digita o código?
Enquanto os jovens gozam e depois caiem nestes esquemas, os velhos riem-se da burrice e ingenuidade dos mesmos
Primeiro…. Nunca se mete dados bancários ou pessoais num trambolho que anda no bolso…. Muito menos para sair á noite…