Falhanços de design que a Apple apresentou ao mundo
A Apple é conhecida pelo seu cuidado em termos de design quer dos equipamentos, quer do próprio software. Mas nestes quase 50 anos de existência, a marca da maçã cometeu alguns falhanços quase inacreditáveis. Hoje mostramos 5 produtos que já nasceram inquinados!
Ainda hoje são relembrados produtos como o iMac G3 ou o primeiro iPhone de 2007. Mas a empresa tem muitos exemplos, como o Macbook Air, o próprio iPod trouxe tecnologia revolucionária acrescentando também um avanço no design dos comandos, com a Click wheel.
Bom, mas há outros produtos que são nitidamente um passo atrás. Vamos conhecer alguns desses.
Teclado borboleta
Depois de anos com um bom teclado nos seus produtos, a Apple decide introduzir nos portáteis um novo teclado mais fino e elegante. Esta tecnologia, que terá seguramente escapado ao olhar de aço de Jony Ive, apareceu em 2015 com o novo Macbook de 12 polegadas.
Em vez do tradicional mecanismo de tesoura debaixo de cada tecla, este teclado tinha um novo design que era muito mais fino e permitia muito menos movimento das teclas do que antes. Claro, isso permitiu que o portátil fosse muito fino e leva, mas custou uma confiabilidade terrível (e muitos processos movidos contra a Apple).
Mesmo a migalha mais pequena poderia emperrar as teclas e torná-las inconstantes e erráticas. O conforto também padeceu, pois escrever neste teclado parecia estarmos a tocar numa superfície sólida e imóvel, o que tornava os erros cada vez mais comuns. A Apple finalmente abandonou o teclado borboleta em 2019 e não olhou para trás desde então.
Magic Mouse 2
Este rato não é espetacular, isso não é, mas ainda hoje, ao olharmos para ele, não nos sai da ideia a pergunta "onde estariam com a cabeça quando projetaram este rato?".
O teclado borboleta pode ter sido abandonado, mas o Magic Mouse 2 ainda está entre nós. Se comprar hoje um Magic Mouse 2 verá que é uma verdadeira dor de cabeça, quando o quer carregar e não tem outro à mão!
Por um lado, a sua forma de baixo perfil pode causar desconforto com uso prolongado. Há pessoas que não se adaptaram e tiverem mesmo de mudar por dores no pulso. Claro, o seu suporte a gestos multi-toque é ótimo, mas será que isso vale a pena a possíveis problemas nas articulações? Ninguém pensou nisso na Apple?
Mas calma, o rato tem algo ainda mais bizarro. Sim, vamos à solução encontrada pela Apple para passar de um Magic Mouse a pilhas para um Magic Mousa a bateria. A porta de carregamento.
A Apple localizou desconcertantemente a porta de carregamento na parte inferior do dispositivo. Isso significa que não se pode utilizá-lo e carregá-lo ao mesmo tempo e, em vez disso, é preciso colocá-lo de costas como um roedor que se faz de morto. Isso parece bastante apropriado, na verdade.
Rato "disco de hóquei" do iMac G3
Mesmo sendo a Apple a pioneira no que respeita ao aparecimento do rato, tal como o conhecemos hoje, a verdade é que a empresa deu alguns "tiros fora de mira". Se no exemplo em cima os falhanços não foram tanto no aspeto, mas mais na usabilidade, o exemplo que trazemos agora combina o mau gosto com o desacerto da engenharia.
Há coisa de 15 anos antes, a Apple lançou o iMac G3, um dos ícones da empresa e que mudou também o mundo da computação. Nesse pacote vinha um rato. Se a empresa de Cupertino no computador fez história, seguramente que do rato, do seu design... ninguém se lembra.
Com o nome técnico de Apple USB Mouse (M4848), também conhecido como Hockey puck mouse (rato de disco de hóquei), foi lançado pela primeira vez com o Bondi Blue iMac G3 em 1998 e incluído em todos os Macs desktop sucessivos nos dois anos seguintes. Fica na historia, contudo, por ter sido o primeiro rato da Apple lançado comercialmente a usar o formato de ligação USB e não o Apple Desktop Bus (ADB).
O seu aspeto redondo, era pouco apelativo. A sua forma arredondada falhava porque girava pela força do cabo, e esse mesmo cabo era curto. Com um só botão, o rato colecionava um conjunto de falhas que não lhe deu grande esperança média de vida e acabou por desaparecer sem mérito algum.
Macbook Touch Bar
Esta foi mais um "enorme" lançamento que falhou completamente. Tirando o aparecimento do botão Power com leitor biométrico, a barra não trouxe qualquer utilidade, bem pelo contrário, só retirou botões físicos que são muito mais úteis na utilização convencional.
Esta novidade apareceu quando a Apple lançou o MacBook Pro redesenhado em 2016. Este novo Mac trouxe um trunfo (ou dois, que um outro foi o teclado borboleta ) e na apresentação a Apple deu-lhe uma importância grandiosa. Basicamente estávamos a falar numa tira de ecrã sensível ao toque que proporcionaria atalhos úteis para aplicações específicas sempre que fosse necessário e permitiria até digitar rapidamente emojis em qualquer mensagem. Era tudo o que os utilizadores queriam!!!
O tempo parece ter dado razão aos críticos. As suas falhas tornaram-se aparentes ao longo do tempo. Embora algumas aplicações tivessem suporte integrado para a Touch Bar desde o início, muitas não o tinham, e a sua utilização era lenta. Não demorou muito até que a Touch Bar se sentisse como se estivesse estagnada e incapaz de estar à altura do seu potencial.
Apple acabou por reintroduzir uma chave de escape físico em iterações posteriores, mas a ausência de uma fila de funções adequada foi sentida com grande entusiasmo. A Apple corrigiu este erro quando deixou cair a Touch Bar em 2021.
1.ª Geração da Apple Pencil
Ao vermos com se carregava esta caneta, que tinha um porta "macho" Lightning, invade-nos a ideia que deveria ter sido o mesmo que desenhou a porta Lightning "fêmea" do Magic Mouse.
Não me interpretem mal, eu gosto da Apple Pencil, uso-a no meu dia a dia (a 2.ª versão) e tem uma qualidade impressionante, do ponto de vista da precisão. Aliás, mesmo a primeira geração tem uma firmeza de traço incrível. E com o iPad, traz-nos um conjunto de trabalho com poucos concorrentes neste mercado dos tablets.
Agora, não podemos deixar de olhar para a porta Lightning na sua extremidade superior. Para carregar o dispositivo, é necessário ligá-lo à porta Lightning do iPad (dos mais antigos, dado que os recentes são USB-C). Nesse momento, o iPad parecia que tinha uma cauda, ereta. Vá, parecia uma raia, com o chicote hirto. Uma espécie de membro tecnológico bizarro.
Pior, este arranjo colocou a Apple Penci, num enorme risco de avaria. Se por azar fosse dado um toque no iPad enquanto a caneta carregava, a porta poderia avariar ou partir. Pode ter sido um dispositivo fino, mas o seu peculiar - e arriscado - método de carregamento era um desenho que tinha tudo para falhar.
Felizmente, a Apple mudou a forma de carregar a Apple Pencil na segunda geração.
A "lata de lixo" Mac Pro
Este foi um design arriscada. Recebeu logo o cognome de ‘trash can’ Mac Pro.
Quando o responsável de marketing da Apple, Phil Schiller, revelou o novo Mac Pro em 2013, ele proferiu uma das linhas mais infames da história de eventos de lançamento: "Can’t innovate anymore, my ass (em português"Já não se pode inovar, o tanas"). A ironia é que o desenho que ele revelou impediu realmente a Apple de inovar mais no futuro.
Como vê, o Mac Pro 2013 (conhecido informalmente como o "caixote do lixo" Mac Pro) era um dispositivo bastante inteligente, com todos os seus componentes concebidos à volta de uma câmara de arrefecimento cilíndrica. Foi uma maravilha de engenharia e altamente proprietário. Mas o problema com os desenhos proprietários é que são muito difíceis de atualizar no futuro.
A Apple admitiu-o em 2017, quando um Schiller, incaracteristicamente cândido, disse que o Mac Pro estava "limitado termicamente", o que "restringiu a nossa capacidade de o atualizar". Como resultado, o Mac Pro de 2019 era muito mais modular. O modelo de 2013, entretanto, é um grande exemplo de como um desenho que não foi bem pensado, pode, a curto prazo, levar a dores de cabeça a longo prazo.
AirPods Max Smart Case
Este é um hino ao que não se deve fazer. Então uns auscultadores premium, com detalhes de construção fantásticos, uma qualidade de som superior, um preço na casa dos 600 euros... e vem com um saco destes?
O "estojo inteligente" dos AirPods Max pode ser o produto com o nome mais irónico que a Apple alguma vez lançou. Isto porque mal é um estojo, e definitivamente não é uma escolha inteligente. Repare, quando colocamos os AirPods Max dentro da case, eles ficam expostos e logo com a pior parte, as conchas de alumínio.
Bom, não é nada uma mala de mão, não têm nada a ver com as formas de um sutiã. É uma proteção, mal conseguida, mas que dá informação aos auscultadores que estão guardados e que devem ficar em modo desligado, hibernbado à espera que sejam de novo solicitados. COm isto a bateria dos mesmos é poupada.
Se não usar este estojo, provavelmente vai ver os seus AirPods Max a ficar sem bateria num instante. O que é aborrecido e não faz grande sentido., mas, lá está, a Apple parece que quer, de quando em vez, alimentar a caderneta de falhanços.
The Newton MessagePad
Apesar de estarmos a falar do avó dos smartphones e dos tablets (eventualmente também dos PDAs e dos Palmtop), este dispositivo da Apple não singrou.
Olhando para trás, e o iPad tem sido um enorme sucesso para a Apple, mas não existiria se não fosse o Newton MessagePad, este assistente pessoal digital portátil (PDA) lançado em 1993, foi flagelado com problemas quase desde o início.
O MessagePad - e talvez o mundo - simplesmente não estava pronto para este lançamento. O seu software de reconhecimento da caligrafia era tão impreciso que até foi ridicularizado no The Simpsons, mas o dispositivo ainda foi empurrado para fora antes do tempo, talvez porque era o projeto de estimação do então CEO da Apple, John Sculley.
Em última análise, o Newton foi uma grande ideia mal concebida. Quando Steve Jobs regressou à Apple no final da década de 1990, ele encabeçou toda a divisão de Newton da empresa. No entanto, com tecnologia mais madura e alguns ajustes de design (incluindo deixar cair o lápis), a ideia do MessagePad continuou a viver sob a forma do iPad e também muito para o iPhone.
Portanto, estes são alsguns dos icónicos falhanços da Apple que ainda hoje fazem parte da história não só da empresa como do mundo da tecnologia. São também vistos, alguns, como exemplos que ajudaram a chegar a produtos com ótimo design e usabilidade sem precedentes. Cada falhanço pode ser um degrau para melhorar.
Este artigo tem mais de um ano
Não concordo de todo com a Touch Bar ser um fracasso.
Também concordo. O meu MacBook tem e utilizo bastante sem problemas.
É pouco usada e era notória por dar problemas. Os Mac com touch bar são dos que dão mais problemas.
Exacto, uso-a regularmente e é uma pena que a tenham retirado
concordo plenamente…
o touchbar é algo que não foi bem aproveitado pois foi apresentado com demasiada expectativa.
eu uso-o bastante, pois é exactamente o que é, subtituto das teclas ‘f’… algo dinamico que se ajusta a medida que precisamos.
uso sem problemas e noto a falta dela quando uso o teclado externo.
O carregamento do magic mouse foi proposital de forma a manter os setups wireless. Porque o pessoal ia numa grande maioria usar o rato com o fio ligado sempre
É uma Mer…, tenho de me lembrar de quando em vez por a carregar para poder trabalhar no dia seguinte, mas o certo é que por vezes não me lembro e no dia seguinte toca de fazer pausas forçadas.
Podiam ter lançado uma base de carregamento, e quando terminávamos o dia de trabalho colocávamos na base e carregava, até o Lidel lançou assim um rato mas a Apple não se lembrou.
o seu patão não deve de se importar que troque de rato, pode sempre usar um com fios ou um com base de carregamento.
sim foi uma idea pessima, mas só usa quem quer, e continuam a sair como paes quentes, por isso para o gestor foi um sucesso.
A Apple se vende-se gelo havia gente a jurar a pés juntos que o gelo Apple refrescava mais que outro gelo qualquer, por isso falar em falhanço no mundo Apple é sempre relativo, também há milhares de gente toxicodependente e tu não és, lá por vender não deixa de ser uma péssima ideia.
Até acrescento que este já é o 2º que tenho o primeiro foi de vela.
Sem dúvida, sempre a tentar justificar o injustificável . A carregar é um inútil rato de patas para o ar…
Falta ai o pior de todos… o iPhone e a sua monocelha… que coisa aberrante! Grrrr…
Ninguem o deixou de comprar pela monocelha.
O rato eu discordo “ah e tal carregamento por baixo não da para utilizar”.. como fazem com os phones ? Andam com cabo a volta do pescoço ? Não me parece um argumento sólido..
É uma questão de organização um rato que carrega 1h e dura quase 2 meses não se justifica, agora em termos de ergonomia é pessimo, mudeu a uns tempos para um logitech mx master 3s e não quero outro coisa.(e aqui posso dizer.. não tenho como carregar porque não tenho portas usb no mac..)
Basta que tenhas uma base de carregamento e consegues usar o telefone sem problemas. Mais ainda se tiveres emparelhado com auriculares, fazes a vidinha normal.
Agora, quanto ao rato, é para esquecer…. fica completamente inutilizado em termos funcionais.
É disso que se trata.
Por muito que gostemos da marca no caso do rato é isso mesmo um autentico falhanço, mas vende, a nível comercial é fantástico a nível de designe é uma bosta
O Magic Mouse é plano para ter alguns movimentos na superfície semelhantes ao Touchpad.
Por isso não é ergonômico. Guardei-o numa gaveta, já nem sei qual. Na verdade não uso nenhum rato.
Quanto à TouchBar, no MacBook Pro, de facto às vezes leio críticas que não percebo. Cumpre perfeitamente a função.
Eu tenho touch bar e nunca uso
Não é algo que tenha trazido, para a maioria, acho eu, algo de útil. Mas haverá quem tire proveito. No meu MacBook pro de 2016 não vejo que tenha sido uma melhoria, bem pelo contrário. Tinha, no início, outras expectativas para esta área, mas não teve grande evolução o software para a barra.
Usas de certeza 🙂
Pode é ser na forma mais simples.
https://support.apple.com/pt-pt/guide/macbook-pro/apdf98ce3d2b/mac
“mas custou uma confiabilidade terrível”! Confiabilidade??? Isto é o pplware.pt ou .br?
A escola é muito importante. Cria bases, dá ferramentas para a vida das pessoas.
con·fi·a·bi·li·da·de
(forma alatinada de confiável + -dade)
nome feminino
Qualidade do que é confiável, do que é digno de confiança. = CREDIBILIDADE, FIABILIDADE
“Confiabilidade”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/Confiabilidade [consultado em 21-03-2023].
Da caneta da primeira geração concordo a 100% e para ajudar, decidiram acabar com a pecinha que servia de ficha caso fosse utilizado o carregador diretamente! Esse adaptador desapareceu pura e simplesmente, assim estão a promover o carregamento direto no ipad, sendo que é mais uma forma de ter uma possível avaria. Apple a ser apple!
E o pano de limpeza por 25€?
Esse nem considero um produto… esse é a loucura mesmo!
Loucura de preço
Houve muitos mais falhanços, que não foram aqui falados