Apple investiu 1,5 mil milhões de dólares em satélites da Globalstar
O futuro das comunicações móveis está já a ser desenhado e a Apple sabe por onde passa a modernidade. Para garantir uma rede de satélites que permita comunicações globais, a Apple investiu 1,5 mil milhões de dólares em satélites da Globalstar.
Apple lança investimento para ter a sua constelação de satélites
As ações do operador de satélites Globalstar subiram mais de 30% em 1 de novembro, após a divulgação dos planos da Apple de investir 1,5 mil milhões de dólares numa nova constelação para melhorar as comunicações espaciais para os iPhones.
A Apple adquirirá uma participação de 20% na constelação por 400 milhões de dólares, se o negócio for concluído como previsto a 5 de novembro, e efetuará 1,1 mil milhões de dólares em pré-pagamentos escalonados em dinheiro ao operador para ajudar a financiar a rede.
A Globalstar utilizaria cerca de 232 milhões de dólares deste montante para reduzir o seu endividamento.
A Apple tem utilizado a atual rede de 31 satélites de banda L da Globalstar desde 2022 para permitir que os seus iPhones mais recentes acedam a serviços de emergência quando as redes terrestres não estão disponíveis.
SOS Emergência via Satélite
Embora esta capacidade espacial inclua agora também mensagens de texto básicas, a rede de órbita terrestre baixa (LEO) não fornece serviços que exijam mais largura de banda, como voz e banda larga.
Depois de a Apple ter concordado em cobrir a maior parte dos custos de reposição da constelação em 2022, a Globalstar adjudicou à MDA do Canadá um contrato de 327 milhões de dólares para construir 17 satélites, com opções para até nove satélites adicionais a 11,4 milhões de dólares cada.
Nesta nova conquista pelas tecnologias de comunicação, a Apple não está sozinha. Isto porque a SpaceX está programada para começar a lançar esses satélites no próximo ano.
No entanto, a Globalstar recusou-se a comentar quais as atualizações que poderão vir a ser feitas nos iPhones que podem aceder à sua constelação renovada.
Um documento regulatório de 1.º de novembro sobre o último investimento da Apple também não inclui detalhes sobre o que a Globalstar está chamando de “Rede MSS [Serviços Móveis por Satélite] Estendida”.
Sobre esta nova aposta, a Globalstar e a Apple não responderam a um pedido de comentário. Assim como a MDA também se recusou a comentar se a Globalstar/Apple está por detrás de um contrato que anunciou no ano passado para 36 satélites não geoestacionários.
iPhones poderão ter rede privada via satélite?
No registo regulamentar, a Globalstar afirmou que o compromisso do operador de atribuir 85% da sua capacidade de rede à Apple, através dos satélites existentes e novos, permaneceria inalterado após o acordo.
A Globalstar também planeia continuar a utilizar a restante capacidade de satélite para apoiar as suas atividades anteriores, incluindo o fornecimento de conetividade a dispositivos de monitorização e localização remota.
O mais recente investimento da Apple na Globalstar surge numa altura em que a SpaceX, a AST SpaceMobile e outras empresas procuram obter autorização para utilizar o espetro celular das constelações espaciais LEO, prometendo fornecer serviços de mensagens de texto, voz e banda larga via satélite diretamente aos telemóveis Android.
As ações da Globalstar fecharam em alta de 31,43%, para 1,38 dólares.
Este é mais um indício de como a Apple quer, num futuro próximo, comercializar os seus dispositivos com serviços de satélite. Poderemos mesmo estar a falar de uma rede privada, segura, com acesso a comunicações e internet a partir de qualquer parte do mundo.
A conetividade por satélite para o SOS de emergência foi lançada pela primeira vez com o iPhone 14 em 2022. Na altura, a Apple afirmou que o satélite seria gratuito durante dois anos. Isto significa que os clientes teriam de começar a pagar mais ou menos agora, no final de 2024. No entanto, a Apple prolongou o período gratuito até 2025.
E o que tem a Space X a ver com isto? Lança os satélites da Globalstar, sob contrato.
Quanto à parte propriamente das comunicações por satélite, a Space X, dona da rede de satélites Starlink, opôs-se a que a rede da Globalstar fosse aumentada, que os seus satélites autorizados por França também cobrissem comunicações nos EUA, e pretende também operar em certas frequências da banda de 2 GHz que estão licenciadas à Globalstar.
Tirando o lançamento dos satélites, a Globalstar & Apple não estão propriamente “tu cá – tu lá” com a Space X/Starlink.
https://www.satellitetoday.com/connectivity/2024/08/19/fcc-approves-globalstar-constellation-refresh-over-spacex-objections/