França dá voucher até 25 euros a quem mandar reparar vestuário ou calçado
Vivemos tempos estanhos. Passamos por uma pandemia, assistimos a guerras em direto nas TVs, inflações que drenam os bolsos das pessoas... Mas o consumo é, ainda assim, estimulado pela facilidade das compras online e pelos preços muitas vezes inacreditáveis. Compras por impulso que criam hábitos despesistas com muita facilidade. Nesse sentido, França criou um "incentivo" para não se deitar tanto vestuário e calçado ao lixo, com um "voucher de reparação".
A tecnologia mudou a vida das pessoas e hoje os gadgets, vestuário e calçado são bens quase descartáveis.
Temos visto imagens absolutamente revoltantes de toneladas de roupa despejadas a céu aberto, vindas do comércio online que hoje reina em todo o mundo, praticamente.
Numa tentativa de combater este problema, França lançou agora o "cheque-reparação", um programa que oferece aos consumidores descontos no conserto de vestuário e calçado efetuado por profissionais acreditados, segundo o modelo do programa existente em França para os eletrodomésticos.
Este programa tem como missão responder a um aumento do consumo de vestuário e calçado, sendo que apenas 31% das 826.000 toneladas compradas anualmente em França são recicladas. O objetivo é reduzir o consumo e incentivar a integração da indústria têxtil na economia circular.
Como funciona?
Para ter acesso ao bónus, o consumidor deve dirigir-se a um dos 593 reparadores certificados, dos quais 327 costureiras e 254 sapateiros, indicados no sítio Web gerido pela Refashion, uma organização ecológica financiada pela indústria têxtil.
O programa exclui os sacos, a roupa interior e têxteis lar. Por exemplo, se a reparação de um buraco numas calças custar 12 euros, será aplicado um bónus de 7 euros, ficando o cliente a pagar apenas 5 euros. Os montantes dos bónus variam em função da reparação, sendo cumulativos até 60% do custo total.
Objetivos e financiamento
Em 2019, foram consertados 16 milhões de artigos em França, com o objetivo de aumentar este número para 21,6 milhões. O programa, financiado pelo Fonds Réparation com fundos privados de 154 milhões de euros para 2023-2028, procura também educar sobre a reparação e a autorreparação, incluindo a formação de reparadores.
O preço é um dos principais obstáculos às reparações: 43% dos franceses explicam ter deitado fora roupas ou sapatos com possível reparação porque consideraram que o conserto era demasiado caro. Quer isto dizer que está já interiorizado que é mais barato comprar novo do que reparar!
Este artigo tem mais de um ano
Daqui a nada voltamos aos tempo da miséria, em que se metiam remendos na roupa e cortava-se a ponta do sapato quando já não servia.
Desde que não seja preciso cortar nas esplanadas e no bjeca ao fim do dia, a malta não se queixa.
Zé e qual o problema de não se cortar numa bjeca no fim do dia ???
Mas vamos trabalhar um dia inteiro para chegar ao fim do dia e jantar dormir e voltar a trabalhar??
Somos o que escravos?? É isso que defendes, trabalhar para pagar contas??
O meu problema é outro, é quem não trabalha e passa a vida no café a beber não uma mas 50bjecas o dia todo e vive a conta do gajo que trabalha e vai beber uma bjeca ao fim do dia.
È com essas pessoas que te devias revoltar, não com o gajo que sai do trabalho e passa no tasco a porta de casa para beber uma ou 2 bjecas antes de ir fazer a janta.
Quem trabalha é que devia ter condições para viver uma vida mais ou menos desafogada e poder pelo menos ter 2h de lazer por dia e poder gastar 10€ em lazer.. e isso não devia fazer comichão a ninguém.
O que devia fazer comichão é quem não faz puto e passa 24h do dia em lazer, que vive a conta dos otários que se tem de levar as 6h da manhã ou trabalhar por turnos, para pôr comida na mesa.
Não, isto é uma forma de combater o desperdício.
Como é dito no artigo, muitas pessoas não mandam reparar e compram um novo porque fica mais barato. Além disso, incentiva a formação de pessoas que fazem arranjos.
É a própria industria têxtil que está a financiar estes fundos e a criar uma economia local à volta disso.
Eu concordo. Da minha parte não levam grande coisa porque sou bastante “poupado” nesse sentido. A roupa normalmente vai andando enquanto está decente e compro pouca.
Ainda um dia desde alguém me dizia “vem aí o frio já podemos tirar os casacos de inverno do armário”. E eu a pensar cá para mim… só tenho um caso de inverno. Outro mais para chuva e vento do que para o frio.
Mas hoje em dia muita gente só quer roupa nova, bjecas, umas tapas ao fim de semana e tal e depois andam a pedir dinheiro para pagar a casa ou pedem fiado no mecânico. Conheço muita gente que ganham bem mais que eu e andam sempre tesos. Claro, carro sempre a brilhar e com menos de 5 anos, roupinha da última estação, sapatinho sempre top.
Eu acho a medida acertada, em teoria. Como os franceses são parecidos com os tugas, já alguém vai arranjar maneira de vender mercadoria e faturar “arranjos” com o vale. É pena de facto, mas louvo a ideia. Esperemos que as pessoas ajudem.
Espera ai, hoje em moda anda com sapatos e roupa toda rota, é muito fascion, custa tudo uma fortuna e anda tudo ai pela rua, nada haver com esses tempos…
Ou talvez aos produtos de qualidade garantida, que se pode reparar. No consumismo: obsolescência programada.
Eu volta e meia mando arranjar os sapatos.
Onde levanto o vale? 😛
Ainda se dessem esse dinheiro para comprar roupa nova e uns sapatos novos. Agora dar dinheiro para reparar buracos ?? Pra quê ?? Eu que tenho problemas nos pés, que às vezes tenho que cortar os lados dos sapatos porque tenho joanetes, iria agora ter um voucher pra reparar esses lados que já estão rotos ?? Se me dessem o dinheiro para uns novos ainda vá lá. Ele há coisas. 😐
Acho que a melhor solução para ti é juntares dinheiro e fazer uma cirurgia aos joanetes. Irias poupar muito dinheiro em calçado.
O conceito é “reutilizar”! Para evitar a utilização de mais recursos. Conceito que no consumismo não é muito apreciado, porque o que é novo é que é bom! Depois as próximas gerações, os nossos filhos, netos, bisnetos, que se amanhem com o planeta que sobrar.
tendo em conta que é calçado e que até o desgaste das solas pode provocar problemas futuros graves não vejo que sentido faça andar a mandar arranjar, ainda por cima tendo em conta a qualidade de sapateiros que aí anda, não é por nada que o termo “sapateiro” é usado como algo depreciativo em todo lado.
aqui dou muito valor ao que tenho nos pés, não compro qualquer marca, não tenho tennis abaixo dos 100€, não tenho sapatos/botas/calçado de desporto abaixo de 200€, e dificilmente fico com calçado durante mais de 2 anos.
Zé nem todos têm essa possibilidade, de calçar, vestir e comer do melhor… Cada um gasta o que pode. O conceito de reutilização não serve para tudo/todos. E quanto aos sapateiros, é como qualquer profissão, há bons e menos bons, mas há cada vez menos no ativo. Se toda a roupa e calçado fossem “de boa qualidade” (e por inerência em princípio mais caros) a reutilização ainda fazia mais sentido.
primark