Descoberto planeta escaldante que demora 16 horas para completar um ano
A humanidade continua à procura de respostas à medida que novos mundos são descobertos. A busca por planetas para lá do nosso Sistema Solar revelou mais de 4000 mundos distantes em órbita de estrelas a milhares de anos-luz da Terra. A descoberta permitiu perceber que estes exoplanetas são muito diversificados. Assim, os astrónomos descobriram desde super-Terras rochosas, Neptunos em miniatura e até gigantes gasosos colossais.
Uma das descobertas mais intrigantes foi a de um gigante gasoso com cerca de cinco vezes a massa de Júpiter. Este estranho planeta completa uma órbita em torno da sua estrela em apenas 16 horas.
E se um ano demorasse 16 horas a passar?
Ao apontar os telescópios para os confins da nossa galáxia, os planetas mais intrigantes descobertos até à data são os "Júpiteres quentes". Estes são enormes bolas de gás com o tamanho do nosso planeta joviano, mas que giram em torno das suas estrelas hospedeiras em menos de 10 dias, em contraste com a lenta órbita de 12 anos de Júpiter.
Até ao momento, os cientistas descobriram cerca de 400 Júpiteres quentes. Mas a origem exata destes pesos-pesados velozes continua a ser um dos maiores mistérios não resolvidos da ciência planetária.
O mais curioso, contudo, foi descoberto agora. Existe um Júpiter ultraquente, muito mais extremo - um gigante gasoso com cerca de cinco vezes a massa de Júpiter, que completa uma órbita em torno da sua estrela em apenas 16 horas. Isto é, um ano passa em 16 horas. Isso atribui-lhe o título do gasoso com a órbita mais curta descoberto até hoje.
Um planeta que é um inferno
Este astro agora descoberto tem outra particularidade muito interessante. Devido à sua órbita extremamente íntima e proximidade à estrela, o lado diurno do planeta tem uma temperatura estimada em cerca de 3500 K (mais de 3000 °C) - quase tão quente quanto uma pequena estrela. Isto torna o planeta, designado TOI-2109b, o segundo mais quente já detetado.
A julgar pelas suas propriedades, os astrónomos pensam que TOI-2109b está no processo de "decaimento orbital", ou a espiralar para a sua estrela, como água que gira no ralo. A sua órbita extremamente curta fará com que o planeta espirale em direção à sua estrela mais depressa que outros Júpiteres quentes.
A descoberta, que foi feita inicialmente pelo TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite) da NASA, fornece uma oportunidade única para os astrónomos estudarem como os planetas se comportam quando são atraídos e engolidos pela sua estrela.
Daqui a um ou dois anos, se tivermos sorte, poderemos detetar como o planeta se aproxima da sua estrela. Enquanto formos vivos, não vamos ver o planeta cair na estrela. Mas talvez este planeta desapareça daqui a 10 milhões de anos.
Explicou Ian Wong, autor principal da descoberta e astrónomo NASA.
Os investigadores esperam observar TOI-2109b com ferramentas mais poderosas no futuro próximo, incluindo com o Telescópio Espacial Hubble e com o Telescópio Espacial James Webb, a ser lançado em breve.
Observações mais detalhadas podem iluminar as condições pelas quais os Júpiteres quentes passam ao caírem para a sua estrela.
Este artigo tem mais de um ano
Tanto planeta mas tanto planeta já descoberto e não há nenhum que possa albergar vida como o planeta Terra,pelo menos que se saiba.Que pena. 😐
Pode nem haver. É muito provavelmente nem haverá, pelo menos da firma como chamamos de vida.
Para a vida se tornar no que hoje conhecemos, foi preciso haver conjunturas muito próprias, muita sorte, cenários tão complexos que a cada processo poderia ter sido tudo destruído.
Somos fruto de condições muito próprias e poderá nunca haver noutro qualquer planeta essas condições que levou milhões de anos até sermos o que somos.
Agora, pode haver outro tipo de vida, num conceito que nós nem consideramos como vida, porque temos esse conceito fechado ao que conhecemos aqui da Terra.
One Strange Rock, há um episódio que mostra precisamente essa violência de que fala
Tem toda a razão,Vítor Martins. 😐
O problema é esse cada planeta que existe no Universo é único e com condições de vida únicas para esse planeta, ainda estamos longe de compreender a grandeza da criação, para muitos por exemplo é impossível conceber que até nas estrelas existe vida de outra forma, todos os planetas do nosso sistema solar tem vida e habitantes, só que nós que somos uns dos planetas do sistema mais atrasados, ainda não podemos os ver enquanto não evoluirmos.
Talvez um dia….
Existem alguns quantos habitáveis: https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_potentially_habitable_exoplanets
Ou não é isso que queres dizer com “albergar vida como o planeta Terra”?
Waw…. 1 ano passa em 16H, só porque esse é o tempo que leva a fazer a órbita…. Que conclusão brilhante! LMAO Ciencia ao mais alto nível. Vocês deviam trabalhar na NASA.
A conclusão não é essa, essa foi a que conseguiste numa primeiro olhar notar, pois o importante mesmo e está no texto, é a sua órbita em espiral que vai levar o planeta a chocar com a estrela dentro de alguns anos. Isso tem a ver com uma série de factos descritos no texto. 😉 e não é preciso trabalhar na NASA, apenas basta ler com atenção.
Era só colocar umas aspas no “ano”…