Covid-19 provoca quebra nas vendas mundiais de smartphones de 13%
O mundo mudou e vai continuar a mudar. A Covid-19 chegou para agitar (ou melhor, abrandar) as nossas vidas e março trouxe consigo o confinamento e uma desaceleração do consumo para grande parte dos países desenvolvidos.
O segmento dos smartphones está também ele a sofrer com isso e no primeiro trimestre de 2020 registou uma quebra generalizada das vendas, com a Samsung e a Huawei a serem as mais afetadas.
O vírus que ataca a economia
A Covid-19 veio para mudar as regras de todos os jogos que eram jogados no mundo, além de colocar a nossa saúde (nas suas várias dimensões) à prova. Empresas paradas, famílias fechadas em casa, o desemprego, o layoff, quarentena e isolamento, são cenários que há dois meses pareciam descabidos, mas que hoje, de uma maneira ou de outra, todos estamos a enfrentar.
Com estes cenários, o consumo passou a estar focado no essencial. Com um futuro incerto, há que fazer contenção de despesas. Assim, toda a economia se está a ressentir e o segmento dos smartphones não é exceção.
Todos os anos, no primeiro trimestre, as vendas de smartphones tendem a cair ligeiramente, face ao trimestre anterior, mas nada como se está a assistir atualmente.
Samsung e Huawei com quebras de 17% nas vendas de smartphones
De uma forma global, o segmento dos smartphones teve uma quebra de vendas de 13%. Em valores absolutos, isto corresponde a 272,5 milhões de smartphones vendidos, menos 41,4 milhões de unidades que no primeiro trimestre do ano anterior.
A Huawei e a Samsung foram as empresas que mais sofreram com esta quebra, ambas com vendas 17% inferiores, comparando com o período homologo.
Na verdade, o ano até arrancou com força nas vendas, mas a propagação do vírus pelo mundo, fez com que a economia de forma generalizada fosse esmagada.
Em fevereiro, com o Coronavírus ainda muito concentrado na China, as preocupações das empresas prendiam-se essencialmente com a capacidade das fábricas em produzir os modelos para serem expedidos para o resto do mundo. No entanto, o mês de março trouxe estabilidade à produção, mas colocou grande parte da população mundial confinada às suas casas ou nos trabalhos de linha da frente.
Esta situação provocou ansiedade e muita incerteza às pessoas enquanto consumidores. Sendo o smartphone um bem supérfluo para grande parte da população, a sua aquisição, eventualmente para substituir um modelo mais antigo, está a ser adiada...
Compra de modelos mais acessíveis
Ainda assim, para quem foi obrigado a comprar um, a tendência parece ter levado à compra de modelos mais acessíveis. Isto considerando que a Xiaomi conseguiu ter um aumento nas vendas neste primeiro trimestre de 9%. A Vivo também teve um crescimento, mas de apenas 3%.
No caso da Apple, as quebras não foram tão acentuadas, devido às fortes vendas do iPhone 11 no início do trimestre. Contudo, a Samsung e a Huawei deram a conhecer os seus smartphones apenas no decorrer desse período, acabando por afetar ainda mais o cenário. Agora, a aposta da Apple no iPhone SE poderá dar-lhe um novo impulso para as vendas deste novo período.
No caso da Huawei, o problema ainda se torna mais grave que no da Samsung. Além do impacto da Covid-19, há ainda a ausência dos serviços Google nos seus smartphones que acaba por afastar ainda mais os potenciais consumidores. As vendas para o exterior tiveram mesmo uma quebra de 35%.
Associada a toda esta questão da Covid-19 está ainda a ausência de lojas online associadas a muitas lojas físicas um pouco por toda a Europa. É facto que muitas destas lojas estão a adaptar-se a esta nova realidade, mas o armazenamento, transporte e entrega têm custos para os quais não estão ainda preparadas.
É previsível que os próximos meses sejam ainda mais difíceis para estas empresas, considerando o próprio agravamento das dificuldades financeiras dos consumidores.
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Sabem porquê ?? Ninguém sabe o dia de amanhã,o que o futuro nos reserva. 😐
…ou talvez porque toda a gente está em casa…