Qualcomm confirma despedimento de 4.500 funcionários
A Qualcomm é uma das grandes empresas no segmento dos processadores para dispositivos móveis mas o mercado concorrencial e as suas próprias apostas estão a levar a empresa para caminhos difíceis e os despedimentos são inevitáveis.
O que era antes uma dúvida, passou a certeza com o anúncio da marca norte americana a confirmar o despedimento de 4500 funcionários.
Segundo declarações da empresa, esta vai reduzir os custos em cerca de 1,4 mil milhões de dólares, para isso irá despedir cerca de 4500 trabalhadores, ou seja, 15% da sua força de trabalho e acelerar os retornos de capital para os accionistas.
As acções da Qualcomm caíram 1,8%, para os 63,05 dólares, nesta quarta-feira passada e o seu stock desvalorizou um quinto face ao ano passado.
A empresa enfrenta a concorrência dos seus rivais, como a MediaTek, Intel ou a Samsung e o desempenho dos seus últimos processadores estão também a fazer com que alguns clientes deixem de apostar nos Snapdragon, um exemplo foi a própria Samsung, que abalou certamente a Qualcomm.
Estas reestruturações são "normais" num segmento cada vez mais preenchido em termos de oferta e, em casos passados, como na Microsoft, foram essenciais para que a empresa conseguisse estancar um problema muito mais grave. É isso que a Qualcomm espera e, já no final de 2016, pretende ver resultados positivos após implementar uma redução nas suas oficinas e de transferir alguns recursos para regiões onde o custos sejam menores.
À parte destes problemas de custos operacionais, a empresa tem outros problemas, como são o caso das investigações levadas a cabo pela Comissão Europeia sobre comportamentos antitruste num alegado abuso da sua posição dominante no mercado de semicondutores usados nos dispositivos electrónicos de consumo.
Assim, a empresa perdeu um quinto do seu valor de mercado até agora, o ano não tem mostrado números optimistas e a concorrência tem aumentado a pressão, principalmente de um mercado chinês cada vez mais forte, onde por lá já domina a MediaTek.
Este artigo tem mais de um ano
Mais uma tecnológica que vê os lucros a cair no trimestre terminado em Junho [o ano fiscal (FY) parece igual ao da Apple, começando a 1 de Julho, por isso foi o Q3 de 2015].
Na Qualcomm foi de 50%. Daí o despedimento de 15% dos empregados e os cortes nos prémios e remunerações variáveis.
A Qualcomm não fabrica só SoCs, fabrica outros chips sobretudo para comunicações wireless. A Samsung ter preferido fabricar o seu próprio SoC para os Galaxy S6 teve impacto – e a significativa queda, desde o primeiro trimestre de 2014, nas vendas de outros modelos da Samsung que usam SoCs da Qualcomm, também.
http://www.wsj.com/articles/qualcomm-plans-changes-to-company-structure-1437595996
… o ano fiscal que começa a 1 de Julho é o da Microsoft. O da Apple e pelos vistos da Qualcomm começa por volta de 1 de Outubro.
Também há rumores que a Apple irá desenvolver os seus próprios modems, e dai, já não precisar da qualcomm, para o iPhone 7…
4500 pessoas que estavam a sobreaquecer a Qualcomm, esperamos que agora não sobreaqueça. 😉
Um pequeno reparo ao texto. Antitruste.
Má gestão e o engordamento dos acionistas do costume. Resultado 4500 para a rua. Neste momento é triste dizer que a marca mais “honrada” de processadores é a mediatek. Não compro intel e agora qualcom.