Venda de música online ultrapassou a venda de CDs em 2014
A Internet e os dispositivos móveis vieram mudar a forma como os consumidores acedem aos bens que procuram e que querem. As formas tradicionais de comercio estão a mudar e a indústria da música não é excepção.
Um relatório da RIAA (Recording Industry Association of America) veio agora mostrar uma nova realidade, que muitos esperavam que estivesse prestes a acontecer.
Os serviços de straming passaram finalmente a venda de CDs de música e foram mais rentáveis durante o ano passado.
Os números que a RIAA apresentou, referentes ao ano de 2014 e ao mercado norte americano, mostram que a Internet está a levar a melhor sobre os meios tradicionais de acesso à musica.
Em particular os serviços de streaming, que são uma forma relativamente recente de acesso aos conteúdos musicais, conseguiram inverter uma tendência que vinha a ser "lei" há já alguns anos.
Estes serviços conseguiram em 2014 ser mais rentáveis que a venda de CDs de música, ultrapassando os valores de receitas que foram obtidos.
Os resultados desta nova forma de acesso à música renderam em 2014 mais de 1.87 mil milhões de dólares, superando assim os 1.85 mil milhões de dólares que as vendas de CDs geraram.
À margem desta "guerra" entre o suporte digital e o streaming está, e em lugar de destaque, o grande líder deste ranking. O download de músicas conseguiu manter o seu status de líder e arrecadar mais de 2.57 mil milhões de dólares.
Curiosamente esta forma de acesso à música teve perdas de receitas de 8,7%, inferiores às perdas das vendas de CDs que caíram 12,7%.
Os serviços de streaming áudio são a mais recente forma dos consumidores acederem à musica que querem dando-lhes uma liberdade muito maior para escolherem os artistas que querem ouvir e sem serem obrigados a adquirirem "fisicamente" as músicas que querem ouvir.
É um modelo de negócio diferente e muito mais vantajoso para os consumidores, mas muito mais penalizante para os artistas, que acabam por receber menos.
Deverá ser um tipo de serviço que será ajustado num futuro próximo, mas que com certeza irá subir ainda mais nos rankings de vendas e que provavelmente, mais dia menos dia, irá suplantar as vendas por download da Internet.
Apesar de ser uma realidade tipicamente americana, acaba por espelhar o que está a acontecer a nível global, mostrando a mudança que os consumidores estão a realizar e quais as novas formas que usam para aceder à música e aos artistas que querem ouvir.
Este artigo tem mais de um ano
“É um modelo de negócio diferente e muito mais vantajoso para os consumidores, mas muito mais penalizante para os artistas, que acabam por receber menos.”
Recebem menos, porque existem uma quantidade de abutres aka editoras/produtoras, que estão a “comer” o dinheiro das vendas.
Este modelo é vantajoso para os consumidores, mas também pode ser para os artistas, se as editoras não andarem a “comer” o dinheiro dos artistas!
Os artistas fazem as suas maiores receitas através dos concertos (tours).
As editoras precisam de ganhar dinheiro, afinal são elas quem pagam os estúdios (milhares de euros por disco – pode chegar aos milhões). O problema é que existem muitos intermediários entre o artista e o ouvinte.
De qualquer maneira, muitos artistas já se adaptaram a este mercado e apostam cada vez mais em tournés bem feitas, mediáticas, etc.
Se não estou em erro houve um artista português, penso que foi o Rui Veloso que comentou que a editora levava-lhe à volta de 80% do valor de venda das musicas dele, restando-lhe 20% para ele. Para mim, As editoras só pensam em ganhar à custa do desgraçado.
E em Portugal?…
+1 Seria interessante um estudo a nivel nacional.
Existem 3 formas de venda: Venda de CDS fisicos (32%), venda de musica online por download (37%) e venda através de streaming (27%).
A forma que continua a vender mais continua a ser a venda online de musica por download. Esta forma, gerou receitas de 2.6 mil milhoes de dolares. No entanto esta forma de venda está a decrescer e o streaming a crescer rapidamente.
Note-se que podemos dividir o streaming em duas categorias: pago e gratuito suportado na publicidade. Esta última tem gerado uma guerra aberta com os artistas. Muitos artistas querem as suas musicas apenas na versão paga. Até agora ainda não o conseguiram, mas a ver vamos como será no futuro. A Taylor Swift abriu mesmo guerra com o Spotify e retirou todas as suas musicas do catologo deles.
Mas acho que quem terá por detrás desse aparente desagrado do artistas, será as editoras.
Se as receitas em publicidade e subscrições for devida entre os titulares do site e os artistas, os mesmos deverão ganhar muito mais do que ganham por continuarem afiliados a determinados exploradores aka editoras.
E quem paga os estúdios, promoção, etc?
Não estou a defender as editoras (porque levam a maior percentagem na edição de um disco), mas as editoras são necessárias no meio.
Não podia estar mais de acordo. Se assim não fosse os artistas não andavam a correr atrás das editoras. Claro que as editoras também andam atrás dos artistas. Uns precisam dos outros.
As musicas passam nas playlists das rádios e das tvs porque as editoras fazem e$$e trabalho. Por exemplo, programas genero TOP + (nem sei se ainda existe): eles passam a tabela de vendas, mas os telediscos que passam são bem pagos pelas editoras (ou distribuidoras, não sei). O artista tem todo o merito artistico, mas as editoras e distribuidoras é que vão fazer com que o trabalho seja conhecido ou não. Os produtores é que vão dar aquele cheiro de produto acabado e não de maquete, etc.
Claro que as editoras ganham muito dinheiro, não sabemos é quanto gasta. Como não sei, não atiro pedras.
O que sei é que vivemos num mundo capitalista, em que para as coisas existiram significa que tem de haver negócio. E a industria da musica (ou do cinema, livros, etc..) é composta pela vertente criativa e acima de tudo pela vertente negocio. Uns precisam dos outros. E isto é válido para qualquer produto, sejam telemoveis, sejam camisolas, sejam batatas. Vejam quanto ganha o produtor das batatas ou das camisolas.
Elas são necessárias até um certo ponto.
Se o ponto de distribuição passa a ser online, e com o facilidade de acesso a um estúdio é cada vez maior, os artistas vão gradualmente deixar de precisar das editoras.
Para a promoção, existem empresas promotoras e agências de marketing que podem tratar da promoção dos trabalhos.
Por exemplo, a maioria das editoras não “são fãs” de festivais e concertos, porque normalmente a editora não ganha nada (ou muito pouco) com eles. Os festivais e concertos, podem ser bom para virem a vender mais CDs, mas não tem lucros directos com os concertos e festivais. Quem ganha com eles são os promotoras e os próprios artistas.
Por isso, a guerra do comercio online de musica é fundamentalmente para evitar que as editoras deixem praticamente de existir.
Já há “n” músicos que fazem auto-edição. Sim, concordo que as editoras hoje em dia são menos necessárias, mas para deixarem de ser mesmo necessárias, os próprios músicos/artistas têm de mudar de mentalidade.
Mas há outro problema: investimento! Nem todas as bandas têm milhares de euros para investirem na gravação de um disco/músicas.
As editoras investem e esperam retorno. Muitas deram-se mal com maus investimentos.
Eu ainda prefiro ou comprar o CD ou o formato FLAC, ouvir música em baixa qualidade até vai, mas já que vou comprar prefiro algo com mais qualidade.
Madonna, Britney Spears…
Bom mesmo era haver uma promoção do género: compram o CD físico original e recebem um código para o comprarem online de graça, era o mais justo.