Apple sob pressão: legisladores questionam apps que vigiam agentes de imigração
Os legisladores norte-americanos estão a aumentar a pressão sobre Apple e Google, exigindo esclarecimentos sobre aplicações, tipo ICEBlock, que permitem localizar agentes da polícia migratória dos Estados Unidos.
Pedido formal dirigido à Apple e Google sobre apps como ICEBlock
Dois meses após a remoção da aplicação ICEBlock da App Store, a pressão política intensifica-se sobre Apple e Google.
A comissão de Segurança Interna da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos enviou agora um pedido formal às duas empresas, exigindo conhecer as medidas preventivas adotadas para impedir o regresso de ferramentas que permitam localizar agentes do Serviço de Imigração e Alfândegas dos EUA (ICE).
Preocupações sobre riscos para a segurança do pessoal do DHS
Em cartas enviadas a Tim Cook (Apple) e Sundar Pichai (Google), divulgadas pela Reuters, os legisladores manifestam preocupação quanto à eventual presença de aplicações que possam pôr em risco a segurança do pessoal do DHS, o Departamento de Segurança Interna.
O caso de ICEBlock é citado de forma explícita. Tratava-se de uma aplicação popular usada para sinalizar a presença de agentes do ICE. Os legisladores exigem um briefing detalhado até 12 de dezembro.
A U.S. citizen in medical scrubs, dragged from her car by ICE and Border Patrol agents in Florida, while screaming for help. This is what immigration enforcement looks like in America right now. No one should be treated like this! pic.twitter.com/Erb8RVPAfM
— Ben Crump (@AttorneyCrump) December 5, 2025
Verificação da eficácia dos sistemas de moderação
Embora se desconheça se novas aplicações semelhantes voltaram a surgir na App Store ou no Google Play Store, o objetivo desta iniciativa é avaliar a eficácia dos filtros de moderação destas plataformas.
Os legisladores pretendem garantir que Apple e Google mantêm vigilância constante contra aplicações deste tipo.
ICEBlock: pressões políticas e remoções anteriores
A iniciativa parlamentar recupera os acontecimentos de outubro. Perante pressão da administração Trump, a Apple retirou da App Store a ICEBlock e outras aplicações semelhantes, invocando as suas regras relativas a conteúdos reprováveis.
O caso tornou-se rapidamente uma questão de debate político nacional.
A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, criticou duramente estas aplicações, afirmando que colocavam os agentes do ICE em perigo apenas por exercerem as suas funções. Chegou mesmo a alertar diretamente o programador Joshua Aaron, dizendo que o seu departamento estava a vigiar a situação.
A Google, apesar de não alojar a ICEBlock, removeu igualmente outras aplicações que desempenhavam funções idênticas no Android.




















