Esta atividade simples melhora a mobilidade e previne quedas nos idosos
Uma vez que o avançar da idade compromete a mobilidade, as quedas são um dos maiores problemas associados aos idosos. Aparentemente, conforme um novo estudo, há uma atividade simples que, realizada com frequência, pode reduzir o risco de quedas e diminuir o medo de cair.
As quedas são um dos problemas associados à velhice, podendo resultar em internamento hospitalar e até morte acidental. Afinal, frequentemente, conduzem a fraturas, incluindo fraturas da anca, que podem resultar em perda de independência, maior dependência dos serviços de saúde, internamento em lares e mesmo morte prematura.
Com o envelhecimento da população, o número de idosos que sofrem quedas só irá aumentar nas próximas décadas. Por isso, urge perceber como preveni-las. De facto, a identificação de estratégias simples e económicas para reduzir o risco de quedas é essencial para melhorar a saúde pública e reduzir os encargos para os sistemas de saúde.
O senso comum dita que a atividade física regular é uma das formas mais eficazes de manter a força, o equilíbrio e a mobilidade. Contudo, é fundamental encontrar formas agradáveis e sustentáveis de manter essa atividade.
Curiosamente, uma nova investigação do The Irish Longitudinal Study on Ageing (TILDA) do Trinity College Dublin revelou os benefícios significativos de passear o cão regularmente para os adultos mais velhos.
Passear o cão pode ser importante para a mobilidade dos idosos
O estudo analisou dados de mais de 4100 adultos com 60 anos ou mais que participaram no TILDA Wave 5.
A equipa categorizou os participantes em dois grupos:
- Os que passeavam os seus cães pelo menos quatro vezes por semana;
- Os que não tinham cão ou tinham cão, mas não o passeavam regularmente.
Utilizando dados auto-relatados sobre quedas e medo de cair, combinados com avaliações objetivas da mobilidade através do teste Timed-Up-and-Go (TUG), os investigadores conseguiram determinar se o passeio regular com o cão tinha um impacto mensurável no risco de queda e na mobilidade.
O teste TUG é um método bem estabelecido utilizado para avaliar a mobilidade e o risco de queda em adultos mais velhos. Os participantes são cronometrados quando se levantam de uma cadeira, andam três metros, dão meia volta, voltam a andar e sentam-se novamente.
O tempo necessário para completar a tarefa é um forte indicador do risco de queda, sendo que tempos mais lentos indicam uma mobilidade reduzida e uma maior probabilidade de queda.
Os resultados do estudo mostraram uma ligação clara entre passear regularmente com o cão e melhoria da mobilidade. Os participantes que passeavam os seus cães com frequência completaram o teste TUG mais depressa do que os que não o faziam, com um tempo médio de 10,3 segundos em comparação com 11,7 segundos, respetivamente.
Isto sugere que passear regularmente o cão ajuda a manter a agilidade e a função física, ambas essenciais para evitar quedas.
Além de uma melhor mobilidade, verificou-se que os idosos que passeavam o cão regularmente têm menos 40% de probabilidades de sofrer quedas inexplicáveis.
Esta é uma descoberta significativa, uma vez que as quedas conduzem frequentemente a lesões graves e a incapacidade a longo prazo. Com os passeios regulares, os adultos mais velhos podem melhorar o seu equilíbrio e coordenação, tornando-se menos propensos a quedas súbitas.
Outra conclusão importante do estudo foi a redução do medo de cair entre os idosos que passeavam o cão. O medo de cair é uma grande preocupação para muitos idosos e pode levar a um ciclo de inatividade, confiança reduzida e maior declínio da mobilidade.
O estudo concluiu que os participantes que passeavam os seus cães regularmente tinham menos 20% de probabilidades de referir medo de cair.
Portanto, passear o cão parece não só ter benefícios físicos, mas desempenha um papel crucial na manutenção do bem-estar psicológico e da confiança na mobilidade.
Ir além do exercício
Embora se saiba que a atividade física, em geral, tem benefícios para a saúde, este estudo sugere que a atividade específica de passear o cão oferece vantagens.
Ao contrário dos programas de exercício estruturados, que alguns idosos podem ter dificuldade em manter, passear o cão é uma atividade agradável e baseada na rotina que proporciona motivação e companhia.
Embora isto possa dever-se em parte ao aumento da atividade física, é também provável que o aumento da interação social, do companheirismo e do objetivo de ter um cão desempenhe, também, um papel importante.
Afirmou o professor Robert Briggs, geriatra consultor no St. James's Hospital e no Trinity College, e coautor do estudo.
O estudo reforça a ideia de que as atividades que promovem a saúde devem ser agradáveis e fáceis de incorporar na vida quotidiana. Portanto, para os adultos mais velhos que procuram melhorar a sua mobilidade, reduzir o risco de quedas e manter a sua independência, adotar ou passear regularmente um cão pode ser uma solução simples, mas altamente eficaz.
Eu passeio as cadelinhas….