Cultura Hacker – Uma verdade escondida
A ideia de Hacking pode evocar imagens de vandalismo, espionagem ou alguém sentado perante um computador a praticar alguma atividade ilegal. Existem muitas pessoas espalhadas por este mundo fora que assumem que Hacking é sinónimo de quebrar leis.
Sem dúvida, Hacking é usado muitas vezes para quebrar leis mas, na verdade, não está diretamente relacionado com isso. Há uma verdade escondida que deve conhecer.
Eles tinham o facto de quererem fazer tudo de forma perfeita e gostarem de programar. Eles queriam fazer os seus próprios programas e torná-los o melhor possível. Eles queriam fazer as coisas de uma maneira mais interessante, na qual nunca ninguém tinha pensado ser possível e mostrar: “Olha como isto é fantástico. Aposto que nunca pensaste que isto podia ser feito.”
Disse Richard Stallman
De facto, Hacking é mais sobre seguir e respeitar as leis do que quebrá-las. A essência de Hacking reside na tentativa incessante de encontrar ideias novas e criativas para serem aplicadas na resolução de novos problemas.
Os Hackers Originais
Desde o nascimento dos computadores, Hackers têm resolvido inúmeros problemas de forma criativa. No final dos anos 50 do século XX, foi oferecido ao Model Railroad Club do MIT uma doação de partes de um velho telefone. Os membros do clube usaram estas partes para montar um sistema complexo que permitiria aos operadores controlar diferentes partes do caminho de ferro apenas digitando as secções corretas. Eles chamaram Hacking a esta nova e criativa forma de usar o telefone. Este grupo do MIT é considerado o grupo de Hackers Original.
O grupo evoluiu, o tempo passou e começaram a dedicar-se à programação em cartões perfurados. Enquanto que certos programadores ficavam contentes apenas por escrever programas que resolvessem os problemas corretamente, os Hackers Originais preocupavam-se em escrever programas que resolvessem os problemas bem e de forma eficiente. Um programa que atingisse o mesmo resultado mas que utilizasse menos cartões de perfurador era considerado melhor, apesar de fazer exatamente a mesma coisa. Elegância era a grande diferença.
Os Hackers Originais provaram que problemas técnicos podem ter soluções artísticas. Tal como muitas outras formas de expressão artística, Hacking era, e continua a ser ainda hoje, mal interpretado. Assim, aqueles que verdadeiramente entendiam esta nova subcultura juntaram-se e aperfeiçoaram os seus conhecimentos de programação.
Hackers Modernos e a Nova Cultura Hacker
O fascínio por Programação e o facto de querer aprender mais começou a ser chamado de Cultura Hacker – a apreciação de lógica como forma de arte e a defesa da troca livre de informação de forma a evitar barreiras e restrições convencionais, com o simples objetivo de compreender melhor o Mundo que nos rodeia.
Mas esta não é apenas uma nova moda cultural. Os seguidores de Pitágoras na Antiga Grécia possuíam uma ética semelhante aos Hackers de hoje, apesar de não terem o privilégio de possuir um computador. Eles conseguiam ver beleza na matemática e descobriram conceitos fundamentais de Geometria.
Esta sede de conhecimento continuou ao longo da História; desde os seguidores de Pitágoras, a Ada Lovelace, a Alan Turing, aos Hackers do Model Railroad Club no MIT, até aos Hackers Modernos, como Steve Wozniak, Richard Stallman ou Linus Torvalds. São pessoas como eles que dão continuidade ao legado deixado pelas gerações anteriores e que nos dão sistemas operativos, linguagens de programação, computadores pessoais e outro tipo de tecnologias que usamos no nosso dia-a-dia.
Os dois lados do Hacking...
Como é que distinguimos aqueles que nos dão maravilhas tecnológicas daqueles que realizam ataques de Ransomware?
O termo Cracker surgiu para para distinguir os Hackers maus dos Hackers bons. Os verdadeiros Hackers permaneceram fieis à cultura Hacker, enquanto que os Crackers apenas estão interessados em ganhar algum dinheiro quebrando as regras.
Crackers eram considerados menos talentosos pois, simplesmente usavam ferramentas e scripts sem compreenderem o seu funcionamento. No entanto, hoje em dia, poucas pessoas continuam a usar o termo Crackers (e a culpa é dos Media).
Hackers são apenas pessoas com espírito inovador e com um vasto conhecimento de tecnologia. Hackers não são necessariamente criminosos, apesar de existirem criminosos Hackers. Não existe nada de mau no conhecimento de Hacking em si, apesar das suas possíveis aplicações. No entanto, cada pessoa tem escolher de que lado da vedação prefere estar.
Este artigo tem mais de um ano
Bom tema, Hackers, algumas pessoas que pensam que é do mal, Muitas empresas hoje e no futuro na europa vai querer recrutar mais programadores no campo ´Cybersecurity´para tornar uma Europa melhor e mais fiável a estes tipos de “ataque” ridiculos e cada ves mais eu digo quem paga o ransomware estará a contribuir mais para sua propagação a nivel mundial, E ate hoje nas noticias vejo candidatos a faculdade noutros ramos, e por isso que na europa esta em falta, no Estados Unidos e muito competitivo este ramo acreditem ou não. Para tornar uma profissao melhor Cybersecurity, Pentest Engineer etc…. Além dizem para mim (Informática e dificil) e eu digo (Jovem tudo tem a sua teoria e práticar quanto mais praticar programação melhor para si), e agora candidatos para ir ao Espaço lol, Temos a NASA…. mas eu respeito a opiniao de cada 1, e o meu dilema e tornar uma europa melhor!
Melhores Cumprimentos.
Cada um deve lutar pelo que tem paixão, para termos autómatos humanos não vale a pena.
Eu não sou programador, mas gosto de ir lendo umas coisas sobre o assunto e em muitas introduções os autores referem, e bem, esta distinção.
Quanto ao rótulo errado, nunca irá sair da sociedade e se calhar até fica mais fácil criar um nome para os “hackers do bem”
white hat
A nomenclatura correta para White Hat é hacker quando falamos dos Black hat chamamos-lhes Crackers (os dominados hackers aos olhos da imprensa)
Já vi em alguns documentários pessoas chamarem-lhes de Guardians.Mas penso que isso não deverá ter “pegado”.
Já fui um super ” white hat” nos anos 80 do seculo XX, naveguei por todo o planeta e entrei em sítios que ainda hoje passados mais de 30 anos não posso falar. Usei a Internet quase 10 anos mais cedo do que a que foi disponibilizada nos inícios dos anos 90 ao povo português. Nunca roubei dinheiro ou fiz danos nas empresas, bancos, etc aonde acedi, porque era um white hat ou seja um hacker honesto, ainda hoje continuo a ser uma pessoa honesta.
Muito bom
Muito Obrigado!
Podemos usar uma analogia.
Todos temos facas na cozinha, o uso que lhe damos, é o que nos distingue.
Something like that!
hacking e craking são estados de espirito em qualquer área de conhecimento
Carlitos e o Cosmos conspira na sua infinita sabedoria…
Hackers are people too. 😉
Visto assim mais de 90% dos utilizadores entre os 15 e 50 anos são crackers ao usar um torrent client para sacar umas cenas ou fazer stream.
Nada a ver uma coisa com a outra. O torrent client e stream são nada mais nada menos que transmissões. Ou o senhor Vitor vai dizer que sou um cracker por estar a streamar um video de como fazer um bacalhau à Gomes de Sá ou de como se monta uma ventoinha ou de um jogo free to play que estou a jogar?
remember…remember… cDc
Bom artigo. Muitas empresas desejariam seruma hacking company se entendessem qual o significado.
https://pplware.sapo.pt/software/cultura-hacker-verdade-escondida/