monitorCovid19.pt: A app portuguesa para rastrear contágios de COVID-19
O INESC TEC está a desenvolver uma plataforma de uso voluntário, que permitirá aos utilizadores interessados descobrirem, através de informação pública e certificada pelas autoridades de saúde, uma ocasião de proximidade, ocorrida nos últimos 14 dias, com alguém confirmado como infetado do novo coronavírus.
Esta aplicação irá usar apenas a tecnologia Bluetooth, para garantir a total privacidade dos utilizadores.
Por estes dias têm-se intensificado as notícias sobre plataformas "tracing contact". Estas soluções permitem, monitorizar e rastrear a circulação dos cidadãos e assim conseguir controlar, de certa forma, a COVID-19. No entanto, há sempre a questão da privacidade e nesse sentido esta app do INESC TEC é umas das melhores soluções.
Segundo informações, esta solução está em desenvolvimento desde março e tem como principal função alertar, quem a utilizar, se esteve em contacto com algum infetado pelo SARS-COV-2. De acordo com Carlos Oliveira do INESC TEC...
Sempre que uma pessoa é validada como infetada há um trabalho do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de procurar os contactos recentes dessa pessoa, por serem potenciais infetados.
Nesse sentido, através de uma app, é possível poupar tempo ao SNS e, além disso, o processo de identificação de contactos será muito rápido. De referir que a utilização da app é “absolutamente voluntária”, só instala e usa quem quer.
Após descarregada a app, a pessoa tem a possibilidade de ligar e desligar a app. Uma vez instalada a aplicação não solicita quaisquer dados à pessoa, nem sequer autorização para obter dados do próprio telemóvel. A única autorização que pede é para utilizar a tecnologia Bluetooth do telemóvel.
O que a aplicação faz é periodicamente difundir na proximidade – 2, 5, 10 metros – um aviso com uma identificação absolutamente anónima daquele telemóvel.
Minuto a minuto, a aplicação envia sinal a dizer que o telemóvel XK2532 está aqui. Está constantemente a fazer isso e a aplicação está à escuta de identificadores, também eles anónimos, que possam estar na proximidade. Sempre que ouve um desses identificadores armazena localmente.
Como é que a aplicação vai saber que uma pessoa está infetada com COVID-19?
Segundo Carlos Oliveira, quando o utilizador é confirmado pelo Serviço Nacional de Saúde como um caso positivo, “é lhe perguntado se não se importa que sejam disponibilizados, de forma pública, aqueles identificadores anónimos que andou a enviar”. Se der autorização, e se já tiver a aplicação instalada e ativa, o telemóvel emitirá os respetivos alertas para quem se cruzou com aquele infetado nos últimos 14 dias.
Quem receber a mensagem, nunca saberá quem é a pessoa em causa, mas passará a estar atento a eventuais sintomas ou poderá recorrer às entidades de saúde para realizar um teste.
Se pelo menos metade da população, não aderir a esta iniciativa, a fiabilidade da app fica comprometida pois, os resultados poderão não ser os melhores.
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Este artigo tem mais de um ano
A app/APIs da Apple+Google para Android e iOS começam a ser disponibilizada esta semana às entidades.
Como alguém disse para explicar o motivo para a Alemanha ter abandonado este domingo o projeto PEPP-PT (Pan-European Privacy-Preserving Proximity Tracing) – com os dois pesos pesados a apresentar uma abordagem e protocolos descentralizados – e apps que funcionam, as abordagens centralizadas como o PEPP-PT (e a do post) não têm hipótese.
Mas, a França e a Inglaterra ainda continuam a apoiar o PEPP-PT. Ainda não há decisões finais … que até podem não ser unânimes.
Como a “bulha” já se decidiu na Alemanha, para se perceber melhor é útil ler esta página e links no Google Tradutor.
https://www.spiegel.de/netzwelt/web/corona-app-ein-neuland-trauerspiel-mit-vorlaeufigem-happy-end-a-8e8bcd30-d091-4933-9f77-ebad350d466c
Tenho uma dúvida: É possível a comunicação por Bluetooth entre o iphone e o Android ?
sim é…
diria que sim, pelo menos neste caso especial
Eu explico a coisa toda, tim-tim por tim-tim 🙂
– Se por comunicação por Bluetooth entre iPhone e Android entendes – emparelhamento e troca de ficheiros, não é possível
– Mas nas apps de que se está a falar (de contact-tracing por Bluetooth-LTE) não se trocam ficheiros, troca-se um “sinal” com muito poucos dados e isso é possível. Agora, relativamente ao iPhone, certas apps de contact-tracing precisavam que o iPhone estivesse permanentemente desbloqueado, com o Bluetooth ligado e com a app a correr em 1º plano. Para isso, a Apple tinha que alterar as definições do iPhone e a Apple recusou-se – por ser inconveniente para o utilizador por consumir bateria e permitiar ataques/publicidade por Bluetooth.
Por causa dessa recusa da Apple – e por haver diferenças entre a abordagem centralizada da informação e descentralizada, a que correspondem diferentes níveis de segurança (sendo que em nenhum é de 100%) – muitas apps contact-tracing e abordagens centralizadas, com todo o seu mérito, vão para o galheiro e está-se à espera das app/API da Apple+Google para Android e iOS.
Muito bom!
Alguém me explique como transferir ficheiros do iphone para Android via bluetooth. Obrigado.
Já agora sugiro um artigo.
Fonte do artigo?
Diz lá, INESC TEC.
E assim começa a monitorização dos cidadãos com a desculpa do COVID. Google e Apple já esfregam as mãos como este bonus de invasão de privacidade com o alto patrocinio dos governos. Começa como voluntário e com promessas de sigilo mas já sabemos como acaba.
Como é que acaba ?
tem interesse sim, mas era melhor se em tempo real avisa-se da proximidade de alguém que deveria estar em quarentena e não está, isso é que era…
Carlos o caçador de Pokémons com Covid-19!
E o que fazias quando encontrasses? Batias-lhe? Chamavas as autoridades? Andavas em sentido contrário?
Nao encontro a app na apple…